Portugal teve o maior aumento do custo dos empréstimos à habitação após subida de juros do BCE
Os custos do serviço da dívida em Portugal subiram em 1,2% do PIB, após as decisões de política monetária do BCE, de acordo com os cálculos do FMI.
Portugal foi o país onde o custo dos empréstimos à habitação mais aumentou após a política de subida de juros implementada pelo Banco Central Europeu (BCE), conclui o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os custos do serviço da dívida subiram o equivalente a 1,2% do PIB no espaço de um ano.
No segundo capítulo do World Economic Outlook, focado na habitação e divulgado esta segunda-feira, o FMI conclui que o “aumento anual dos custos do serviço de dívida, em relação a meados de 2022, varia significativamente em toda a área do euro, desde Portugal com 1,2% do PIB até Malta com praticamente zero”.
Este desempenho coloca assim o país no topo da tabela dos países europeus com os maiores impactos nos custos após a política monetária do BCE — que avançou com a primeira subida de juros em julho de 2022 –, seguido pela Finlândia (1,1% do PIB) e Estónia (1%).
Como explica o FMI, a transmissão dos efeitos da política monetária depende das características do mercado, como a “prevalência de créditos de taxa variável e a proporção de famílias com hipotecas”. Como já é conhecido, Portugal é dos países europeus com maior percentagem de crédito à habitação a taxa variável, pelo que acaba por ser mais vulnerável a este tipo de mexidas nos juros.
Apesar destes dados, o FMI nota que a transmissão da política monetária em países como a Hungria, Irlanda, Portugal e os Estados Unidos “parece ter enfraquecido”, com a inversão de algumas tendências.
Entre os fatores que contribuem para a diminuição desta transmissão inclui-se uma “maior adoção de créditos de taxa fixa, limites mais rígidos no rácio entre o montante do empréstimo e o valor do activo (imóvel), menor endividamento, emigração de áreas densamente povoadas e a deflação dos preços da habitação em algumas áreas anteriormente sobrevalorizadas”.
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