Zelenski pede aos aliados sistema de defesa aéreo igual ao de Israel

  • ECO
  • 15 Abril 2024

Volodymir Zelenski apelou aos países aliados para que tomem medidas necessárias para criar na Ucrânia uma rede de defesa aérea semelhante à israelita.

“O mundo inteiro vê o que significa uma verdadeira defesa. Vê que é possível. E o mundo inteiro viu que Israel não estava sozinho nesta defesa, uma vez que a ameaça aérea foi combatida também pelos aliados”, disse o Presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, no domingo à noite, referindo-se à neutralização dos projéteis iranianos pelos aliados de Israel a partir de bases na região.

Israel intercetou na madrugada de domingo quase todos os ‘drones’ e mísseis disparados pelo Irão contra o Estado judaico.

O Presidente ucraniano recordou que, na semana passada, a Rússia lançou 130 ‘drones’ iranianos Shahed, 80 mísseis e cerca de 700 bombas aéreas guiadas contra a Ucrânia. Estes ataques causaram novamente vítimas civis e destruíram ou danificaram várias centrais elétricas ucranianas, entre outras infraestruturas.

Quando a Ucrânia diz que os seus aliados não devem fechar os olhos aos mísseis e aos ‘drones’, isso significa que é necessário agir”, reiterou Zelenski, acrescentando que a eficácia das defesas israelitas demonstrou que a “unidade” entre os aliados “proporciona a melhor defesa“.

A Ucrânia, o Médio Oriente e todas as outras regiões do mundo merecem igualmente uma paz justa e duradoura”, disse o chefe de Estado ucraniano, apelando a medidas concretas, e não a “retórica” ou “opiniões”, para abrandar “a produção de mísseis e drones”.

Quando a Ucrânia diz que os seus aliados não devem fechar os olhos aos mísseis e aos ‘drones’, isso significa que é necessário agir.

Volodymir Zelenski

Presidente da Ucrânia

Zelenski voltou a referir que muitos dos mísseis que a Rússia lança contra o território ucraniano ainda contêm componentes fabricados “no mundo livre”, apesar das sanções impostas às indústrias militares da Rússia e do Irão, que durante a guerra da Ucrânia forneceram a Moscovo drones Shahed. O Presidente ucraniano voltou a apelar aos aliados para que tomem medidas drásticas para impedir que a Rússia continue a contornar as sanções para importar componentes através de países terceiros.

A Ucrânia necessita urgentemente de mais sistemas de defesa aérea e de mísseis para estes sistemas, a fim de poder proteger as infraestruturas dos ataques aéreos russos. Kiev deve também receber os primeiros caças F-16 prometidos pelos países aliados ainda este ano.

Após semanas de ataques devastadores ao sistema elétrico ucraniano, a Alemanha anunciou no fim de semana que vai enviar para a Ucrânia mais um sistema antimíssil Patriot. Berlim está também a preparar a transferência de mais um sistema IRIS-T para a Ucrânia e vai enviar mais mísseis para os sistemas antiaéreos existentes em Kiev.

Volodymir Zelenski e Joe BidenLusa

Blinken defende necessidade de evitar escalada após ataque do Irão contra Israel

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu a necessidade de evitar uma maior escalada da tensão na região em contactos com Turquia, Egito e Jordânia sobre o ataque “sem precedentes” do Irão contra Israel.

Na conversa, no domingo, com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, Antony Blinken agradeceu os esforços do responsável para prevenir a expansão do conflito no Médio Oriente, e reafirmou o compromisso com a defesa de Israel, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.

Ao mesmo tempo, Blinken garantiu que Washington está atento à situação face “às ameaças”, afirmando que não hesitará em realizar “todas as ações necessárias” para proteger os norte-americanos.

Antes, os Estados Unidos da América já se tinham desmarcado de uma eventual ação de retaliação israelita contra o Irão. “Não faremos parte de qualquer resposta que pretendam dar”, disse um responsável norte-americano à agência de notícias France-Presse, sem identificar. E reforçou: “Não nos vemos a participar num tal ato”.

Numa outra conversa, com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shukri, os dois governantes defenderam a coordenação de uma resposta diplomática ao ataque iraniano e assim evitar uma escalada da tensão. Os dois diplomatas falaram também sobre a importância de aumentar a assistência humanitária aos palestinianos na Faixa de Gaza e de alcançar um cessar-fogo que garanta a libertação de mais de uma centena de reféns israelitas.

Blinken também conversou com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia para discutir o ataque iraniano e agradeceu a Ayman Safadi o envio de ajuda humanitária para Gaza, incluindo operações conjuntas de assistência aérea com os Estados Unidos.

O Irão lançou na noite de sábado e madrugada de domingo um ataque contra Israel, com recurso a mais de 300 ‘drones’, mísseis de cruzeiro e balísticos, a grande maioria intercetados, com o apoio dos aliados, referiu o Exército israelita.

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), responsável pelo Médio Oriente, confirmou no domingo ter destruído mais de 80 ‘drones’ e seis mísseis balísticos lançados a partir do Irão e de posições dos rebeldes Huthis do Iémen.

Num vídeo divulgado pela Casa Branca, o Presidente Joe Biden elogiou as forças norte-americanas, dizendo que “fizeram uma enorme diferença potencialmente salvando muitas vidas”.

Penso que é perfeitamente justificado que pensem que devem responder porque foram atacados, mas estamos a pedir-lhes, como amigos, que pensem com a cabeça e com o coração, que sejam inteligentes e duros.

David Cameron

Ministro britânico dos Negócios Estrangeiros

O ataque surgiu depois de um bombardeamento ao Consulado iraniano em Damasco, a 1 de abril, que matou sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios, aumentando as tensões entre Teerão e Telavive, já marcadas nos últimos tempos pela ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.

“Pensem com cabeça e coração”, aconselha Reino Unido

Entretanto, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, exortou Israel a não retaliar após o ataque iraniano com drones e mísseis, afirmando que o país deveria “pensar com a cabeça e com o coração”, uma vez que o ataque de Teerão foi um fracasso quase total.

“Penso que é perfeitamente justificado que pensem que devem responder porque foram atacados, mas estamos a pedir-lhes, como amigos, que pensem com a cabeça e com o coração, que sejam inteligentes e duros”, disse Cameron à BBC TV. Cameron estava a pedir a Israel que não aumentasse as tensões no Médio Oriente.

“Em muitos aspetos, esta foi uma dupla derrota para o Irão. O ataque foi um fracasso quase total e revelou ao mundo que é a influência maligna na região disposta a fazer isto. Por isso, a nossa esperança é que não haja uma reação de retaliação“, afirmou à Sky News.

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