Ministro da Agricultura defende “travão” nos apoios à plantação de vinhas
José Manuel Fernandes identifica no vinho por escoar como um “problema brutal”. Por isso, defende um “travão” aos apoios para a vinha nova, para não “deitar dinheiro fora”.
O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, considera que “terá de haver um travão” nos apoios para a vinha nova — através do FEADER, o segundo pilar da Política Agrícola Comum (PAC), e o Vitis, que tem uma dotação de 80 milhões de euros até 2025 –, identificando o stock de vinho como um “problema brutal”. “Algum português percebe que se esteja a dar recursos financeiros para plantar vinha e depois para arrancar vinha ou para o vinho ser destilado?“, questiona, numa entrevista ao Público esta segunda-feira, em que assinala que, até agora, já foram gastos 60 milhões de euros em destilação.
Além do travão aos apoios à plantação de vinhas, o ex-eurodeputado defende que o Portugal 2030 tem de “contribuir para a estratégia da internacionalização e para a indústria agroalimentar“. “Os fundos da PAC, o PEPAC de Portugal [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum 2023-2027] não pode ser um local onde se vai buscar os recursos para tudo”, afirmou, prometendo “novidades em breve” acerca de outros recursos para apoiar a indústria agroalimentar.
Sobre os 8.300 milhões de euros em fundos europeus (em empréstimos a 30 anos) que o país desperdiçou, segundo o governante, argumenta que “deveriam ter sido utilizados em setores reprodutivos”, como por exemplo a água. “Estou convencido de que o Governo não os utilizou por incapacidade”, critica José Manuel Fernandes, apontando ainda que Portugal tem muitos recursos “ainda por usar”, inclusive na agricultura, no Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR 2020), enquanto a execução do Portugal 2030 “é próxima do zero”.
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