Luz Saúde suspende IPO devido a “condições de mercado adversas”

A empresa realça que vai continuar a monitorizar as condições de mercado, podendo retomar o processo de IPO, caso estejam reunidas as condições para uma transação que "reconheça o valor da empresa".

A Luz Saúde decidiu suspender os planos para avançar com a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla anglo-saxónica), devido às “condições de mercado adversas”. A empresa vai continuar “a monitorizar ativamente as condições de mercado e a evolução favorável das avaliações do setor da saúde” e admite “considerar a possibilidade de retomar o processo de IPO”, numa transação que reconheça o valor da empresa.

“Devido às condições de mercado atualmente adversas, a Luz Saúde S.A. (“Luz Saúde”) e a sua acionista maioritária Fidelidade – Companhia de Seguros S.A. (“Fidelidade”) decidiram não iniciar o roadshow e o processo de bookbuilding para o IPO da Luz Saúde na bolsa de valores Euronext Lisbon”, avança a empresa num comunicado divulgado esta terça-feira.

A empresa de saúde, controlada pela Fidelidade, dos chineses da Fosun, estava a preparar o seu regresso à bolsa, depois de ter saído do mercado em 2018. Os planos da Fidelidade passavam pela emissão de novas ações destinadas a investidores institucionais, nacionais e estrangeiros, numa operação onde esperava levantar 100 milhões de euros.

O período de aceitação de ofertas dos investidores decorria até 30 de abril, data em que a empresa decidiria se avançava com o IPO ou não, estando previsto o regresso ao mercado para dia 3 de maio, caso a operação fosse concretizada. No entanto, segundo um comunicado divulgado esta terça-feira pela Luz Saúde, a empresa e a Fidelidade, o seu maior acionista, decidiram suspender o IPO mesmo antes do final do mês, citando as condições de mercado “adversas”.

Apesar de suspender a operação, “a Luz Saúde e a Fidelidade vão continuar a monitorizar ativamente as condições de mercado e a evolução favorável das avaliações do setor da saúde e poderão considerar a possibilidade de retomar o processo de IPO num contexto propício a uma transação bem-sucedida e que reconheça o valor da empresa“.

O último mês ficou marcado por um agravamento das tensões geopolíticas a nível global, com uma escalada entre o Irão e Israel, assim como uma mudança nas expectativas em torno das descidas de juros nos Estados Unidos. Ao contrário do Banco Central Europeu, que se espera que avance com o primeiro corte de taxas de juro em junho, nos EUA, a Reserva Federal, apenas deverá mexer nos juros mais tarde, devido aos números da inflação acima do esperado.

Apesar deste sentimento de maior incerteza quanto à política monetária norte-americana e ao conflito no Médio Oriente, que tem levado a uma maior cautela dos investidores mundiais, a bolsa portuguesa soma 3,8% desde que a Fidelidade comunicou a emissão de novas ações, enquanto o europeu Stoxx 600 avança uns meros 0,19% e o Dow Jones cai 1,08%.

Luz Saúde considera novas opções para obter capital em alternativa à bolsa

“Ao longo dos últimos meses, temos vindo a obter um feedback muito consistente e encorajador dos investidores sobre o forte historial operacional e financeiro da Luz Saúde e quanto às suas sólidas perspetivas de crescimento”, realçou a líder da Luz Saúde. Isabel Vaz refere, contudo, que após a empresa ter anunciado a operação para regressar à bolsa, a 10 de abril, o contexto geral do mercado piorou, a par com o aumento da volatilidade, “resultando numa janela “sub-óptima”” para prosseguir com o IPO.

A gestora nota, porém, que “o processo e os contactos internacionais abriram novas opções e avenidas de crescimento interessantes, as quais definitivamente vale a pena serem consideradas, tanto pela Luz Saúde como pela Fidelidade, uma vez que suspendemos a opção de IPO”.

“De qualquer forma, continuamos totalmente empenhados em prosseguir a ambiciosa estratégia de crescimento da Luz Saúde e em criar valor a longo prazo para todos os seus stakeholders“, conclui a líder da empresa de saúde.

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