“A Galp manterá uma posição significativa na exploração da Namíbia”, garante o CEO

Filipe Silva, CEO da Galp, revelou que o objetivo da petrolífera passa agora por "reduzir ainda mais o risco" associado à exploração da Namíbia, e depois arranjar um parceiro que financie o projeto.

A exploração de petróleo na Namíbia anunciada recentemente pela Galp Energia GALP 0,58% foi o tema principal da conferência de Filipe Silva, CEO da Galp, com os analistas que acompanham a empresa esta terça-feira, após a petrolífera ter apresentado os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano, que se traduziu numa subida homóloga de 35% dos lucros.

“Na Namíbia, é claro, fizemos bons progressos no PEL83, onde a Galp e os nossos parceiros na Namíbia reduziram significativamente o risco do complexo de Mopane”, referiu inicialmente Filipe Silva, notando que a empresa identificou “colunas significativas de petróleo [leve] em condições de reservatório de alta qualidade” e garantiu que “a Galp manterá uma posição significativa na exploração da Namíbia”.

No entanto, Filipe Silva não avançou sobre o potencial de diluição da participação da petrolífera nacional na exploração da Namíbia que, segundo algumas fontes, poderá significar a alienação de metade da posição de 80% que a Galp detém atualmente. O CEO da Galp sublinhou apenas que “o objetivo da Galp neste momento é reduzir ainda mais o risco” do que tem em mãos.

Os poços e os resultados dos testes [na Namíbia] foram bastante impressionantes e excederam as nossas opiniões [pré-perfuração] sobre o potencial da área (…) estamos confiantes de que a Namíbia trará mais uma excitante via de crescimento para a Galp.

Filipe Silva

CEO da Galp Energia

Além disso, salientou que “é evidente que o CapEx vai ser um desenvolvimento de múltiplas FPSO (unidade flutuantes de armazenamento e transferência). Portanto, está para além das possibilidades e dos meios financeiros da Galp manter 80%”. “Na verdade, temos 100% de exposição financeira a este projeto, uma vez que estamos a suportar as partes locais”, sublinhou.

Por essa razão, Filipe Silva considera: “O momento da diluição, em primeiro lugar, é quando realmente temos de maximizar o valor da redução do risco do que temos nas nossas mãos. E, nessa fase, daremos prioridade a um parceiro que esteja interessado em desenvolver rapidamente as perspetivas e que financie o investimento“.

Na apresentação enviada aos analistas, a Galp reconhece que a exploração de Mopane tem um grande potencial de descoberta comercial, com os testes realizados a apontarem para uma estimativa de produção de dez mil milhões de barris de petróleo, caracterizada por uma baixa viscosidade e contendo concentrações mínimas de dióxido de carbono e sem sulfeto de hidrogénio.

“Os poços e os resultados dos testes foram bastante impressionantes e excederam as nossas opiniões [pré-perfuração] sobre o potencial da área”, referiu Filipe Silva. “Estamos confiantes de que a Namíbia trará mais uma excitante via de crescimento para a Galp” e que a empresa já se encontra a acelerar os próximos passos, acrescentou. “Estamos agora a lançar uma nova campanha de quatro poços para exploração e avaliação para melhor compreender o potencial do complexo de Mopane.”

Questionado sobre o potencial de exploração do PEL83 (que abrange uma área de quase dez mil quilómetros quadrados na bacia de Orange, situada na parte sul das águas da Namíbia, junto à fronteira com a África do Sul), Filipe Silva salientou que a Galp “é uma empresa comedida e conservadora no que diz respeito a estimativas”.

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