Portugal paga mais para emitir dívida a 10 e 14 anos

Portugal pagou esta quarta-feira 3,075% para se financiar a 10 anos e 3,297% para se financiar a 14 anos. Ambas as taxas ficam acima do que o Tesouro pagou há cerca de um mês em operações semelhantes.

Portugal conseguiu financiar-se esta quarta-feira em 1.013 milhões de euros através da realização de dois leilões de Obrigações do Tesouro promovidos pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). É um montante muito próximo do limite inferior do intervalo que o IGCP tinha estabelecido para esta operação (entre 1.000 milhões de 1.250 milhões de euros).

Além disso, ambos os leilões resultaram num custo de financiamento para o Tesouro acima do que o Estado pagou nas últimas operações com características semelhantes há cerca de um mês. No entanto, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, destaca que “nas últimas duas semanas assistimos a uma descida das taxas de juro da dívida soberana, Portugal também viu as suas taxas descer e acompanhar este movimento e acabou por beneficiar do movimento no leilão de hoje.”

Sob a liderança de Miguel Martín, o IGCP colocou esta quarta-feira 405 milhões de euros através de uma linha de Obrigações do Tesouro a dez anos e cinco meses, com maturidade a 20 de outubro de 2034, tendo contado com uma procura de 1,82 vezes acima da oferta e uma yield de 3,075%.

A última vez que o Estado realizou uma emissão com o mesmo vencimento foi num leilão de 10 de abril através da linha com vencimento a 18 de abril de 2034, que contou com uma procura de 1,25 vezes acima da oferta e que permitiu o financiamento de 641 milhões de euros pelo preço de 2,937%.

O segundo leilão foi realizado através de uma linha a 14 anos, com maturidade a 18 de junho de 2038, que contou com uma procura 1,63 vezes acima da oferta e que resultou na emissão de 608 milhões de euros com uma yield de 3,297%.

A última operação com características semelhantes foi realizada também a 10 de abril, justamente através da mesma linha de obrigações, que contou com uma procura de 1,41 vezes acima da oferta na emissão de 353 milhões de euros e numa taxa de colocação de 3,227%.

“O mercado espera descida de taxas de juro por parte do Banco Central Europeu em junho, no entanto, poderemos ter alguma volatilidade no mercado de dívida se os dados que forem sendo divulgados, alterarem de forma significativa as expectativas que estão neste momento descontadas”, conclui Filipe Silva.

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