Mais de metade dos CEO nacionais acredita que a IA vai aumentar a eficiência das suas empresas
Cerca de metade das empresas em Portugal ainda não incluiu soluções de Inteligência Artificial Generativa (GenAI) nos seus negócios. No entanto, essa realidade deverá mudar em breve.
Cerca de metade dos líderes em Portugal revela que ainda não integrou modelos de inteligência Artificial Generativa (GenAI) nos seus modelos de negócio. Ainda assim, os CEO portugueses acreditam que esta tecnologia vai permitir mudar, nos próximos 12 meses, como o seu negócio cria valor.
Além disso, 65% dos líderes empresariais prevê que a GenAI melhore a eficiência das suas empresas, revela o “CEO Survey” deste ano, um inquérito realizado pela PwC que contou com a participação de 80 CEO em Portugal e que será apresentado esta sexta-feira em Lisboa por António Brochado Correia, presidente da PwC, numa iniciativa conjunta da PwC e do ECO.
“Em Portugal, a adoção desta tecnologia [GenAI] é ainda residual — 49% dos respondentes indica não a ter ainda integrado no seu negócio, e apenas 28% alteraram a sua estratégia tecnológica”, refere o “CEO Survey” deste ano. Ainda assim, quase 70% dos líderes nacionais acredita que a GenAI irá permitir mudar como a tecnologia cria valor nas suas operações, revela a 27.ª edição do “CEO Survey”.
No evento, que terá lugar no no Palácio Sottomayor, em Lisboa, estarão figuras Pedro Reis, ministro da Economia, Isabel Vaz, CEO do Grupo Luz Saúde, José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, e Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio.
Em Portugal, a adoção desta tecnologia [GenAI] é ainda residual — 49% dos líderes empresariais inquiridos para o “CEO Survey” indica não a ter ainda integrado no seu negócio, e apenas 28% alteraram a sua estratégia tecnológica.
A PwC realça que a GenAI “está agora a aproximar-se de um ponto crítico, em que exerce uma significativa influência na transformação de modelos de negócios, na redefinição de processos de trabalho e na reformulação do modo de operação das indústrias”, tendo dedicado uma parte do relatório deste ano a este tema.
“Os CEO que responderam ao nosso inquérito parecem acreditar tanto na rápida adoção da GenAI como no seu potencial disruptivo”, lê-se no documento. No caso dos CEO portugueses, a perspetiva de 80% dos empresários que responderam ao questionário é de que a GenAI irá implicar o desenvolvimento de novas competências junto da sua força de trabalho nos próximos três anos.
“Olhando para as consequências operacionais resultantes da adoção da GenAI, 65% dos líderes inquiridos em Portugal está confiante que esta tecnologia irá proporcionar o aumento da sua eficiência, bem como a dos seus colaboradores”, aponta o “CEO Survey” de 2024.
Quando questionados sobre o impacto na rentabilidade do seu negócio, menos de metade acredita que esta tecnologia irá proporcionar um aumento das receitas e dos níveis de rentabilidade das suas operações.
Desafios no mercado de trabalho e na segurança
O relatório refere ainda que, em termos sociais, há uma grande incerteza quanto ao impacto da GenAI nas empresas, mas perto de metade dos CEO portugueses diz que vai continuar a contratar nos próximos 12 meses. “Ainda que a maioria dos CEO portugueses considere manter a sua força de trabalho inalterada (64%), e 15% pondere aumentá-la, quase a mesma percentagem diz acreditar que se verificará uma redução do número de colaboradores igual ou superior a 5%”, aponta o estudo.
Sem considerar a aposta na GenAI, “49% dos CEO nacionais diz planear aumentar a sua força de trabalho, sem qualquer tipo de influência no decorrer dos próximos 12 meses, uma percentagem relativamente superior ao global”.
O “CEO Survey” deste ano realça a importância dos líderes empresariais envolverem as suas equipas quando se trata da gestão da GenAI. “Ser transparente, orientado por propósitos e confiável em relação aos planos e decisões relacionados à GenAI pode ajudar os funcionários que estão mais receosos a sentirem-se mais confortáveis em experimentar — e inovar — com esta tecnologia”.
“Em última análise, os CEO devem aceitar esta questão como uma nova característica do seu papel: compreender, explicar e gerir as tensões inevitáveis entre as perdas de empregos a curto prazo e o potencial de criação de empregos a longo prazo devido à GenAI”, aponta o relatório.
“53% dos CEO nacionais acreditam, também, que a GenAI poderá acentuar o preconceito em relação a grupos específicos de colaboradores ou clientes”, revela o “CEO Survey” deste ano.
Ainda assim, a PwC nota que “as empresas líderes estão, assim, a integrar a IA Generativa com as suas estratégias tecnológicas e digitais, capacitando a sua força de trabalho e incentivando à sua utilização experimental em toda a empresa de forma a identificar casos de uso viáveis”.
“Ao recorrer a produtos digitais com base em Inteligência Artificial (incluindo modelos de serviço), as empresas terão que explorar várias oportunidades para otimizar a forma como criam valor, tanto para os seus clientes como para os restantes stakeholders“, lê-se no relatório.
Apesar de todas estas valências perspetivadas para o uso da inteligência artificial, há uma preocupação que sobressai entre os líderes das empresas: a cibersegurança. “A principal preocupação referida pelos líderes portugueses é a cibersegurança — e mais de metade concorda que esta poderá aumentar a propagação de desinformação e trazer riscos legais e reputacionais para as suas empresas”, conclui o “CEO Survey” deste ano.
O estudo mostra ainda que “53% dos CEO nacionais acreditam, também, que a GenAI poderá acentuar o preconceito em relação a grupos específicos de colaboradores ou clientes“.
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