Falta de dados afeta a medição do risco

  • ECO Seguros
  • 12 Maio 2024

A falta de dados faz com que 73% das empresas enfrente preços imprecisos, o que impede que os créditos sejam cobertos adequadamente e pode até prejudicar a sua solvabilidade.

A maioria dos responsáveis das seguradoras Não-Vida (62%) considera que o recurso a ferramentas de inteligência artificial (IA) melhora a qualidade de subscrição e contribui para reduzir a fraude. Não obstante, 43% dos segurados confiam e aceitam regularmente recomendações automáticas provenientes de ferramentas de análise preditiva para apoiar as suas decisões. Segundo um estudo da Capgemini, as seguradoras podem ultrapassar esta relutância dos clientes se os envolverem desde o início de modo a garantir que os modelos de IA e machine learning são compreensíveis e transparentes.

Ainda são poucas as seguradoras que são bem-sucedidas a aproveitar “ativamente as tecnologias avançadas para fornecerem recomendações e decisões baseadas em dados em tempo real” no processo de subscrição. Apenas 13% destes early adopters não atinge os seus objetivos de melhor eficiência, de precisão quanto aos custos dos sinistros e deteção de fraudes, da melhoria da experiência do cliente. Já nas seguradoras convencionais a percentagem sobe para 21-36%.

Modernizar para o sucesso num ambiente volátil

Para Adam Denninger, Global Insurance Industry Leader da Capgemini, as seguradoras devem “repensar as condições de subscrição” para conseguirem lidar com o ambiente volátil provocado pelas catástrofes climáticas, evolução de riscos inerentes às inovações tecnológicas, a ciberataques, à emergência da IA generativa e à crescente complexidade regulamentar que provoca dificuldades na subscrição e os rácios combinados a ultrapassar os 100%.

Para enfrentar a volatilidade, “as seguradoras terão de se afastar dos modelos tradicionais e modernizar os seus sistemas, implementando tecnologias avançadas que lhes permitirão obter melhores resultados e mais transparência. É crucial para o setor aproveitar os dados e a automação habilitada por IA para criar um ambiente competitivo mais propício à rentabilidade, enquanto se adapta às novas dinâmicas dos riscos e dos comportamentos dos segurados.”, refere Adam Denninger.

Falta de dados afeta a medição do risco

No entanto, apenas 27% das seguradoras afirmaram que a sua organização possui recursos avançados de subscrição. ” A obtenção de informação prática e orientada por dados começa por dispor de um ecossistema de dados seguro.”, refere a Capgemini.

Segundo o estudo, a falta de controlo dos dados afeta a principal atividade das seguradoras, com 77% a não avaliar planeamento o risco. Deste modo, a falta de dados faz com que 73% das empresas enfrente preços imprecisos, o que impede que os créditos sejam cobertos adequadamente e pode até prejudicar a sua solvabilidade.

Este estudo da Capgemini, World Property & Casualty Insurance Report 2024, baseia-se em informações provenientes de três fontes principais: o estudo Global Insurance Voice of the Customer 2024; o estudo Global Insurance Executives Survey 2024; e o Global Insurance Underwriters Survey 2024. Estudos que cobriram 18 mercados, nomeadamente, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Hong Kong, Índia, Itália, Japão, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Reino Unido e EUA.

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