Governo reafirmou ao presidente da Junta da Galiza compromisso na alta velocidade

  • Lusa
  • 23 Maio 2024

Miguel Pinto Luz diz que ficou claro com "o governo da Junta da Galiza" a garantia de que "a prioridade que existia" do anterior Governo, de ligação em alta velocidade Lisboa-Vigo.

O ministro das Infraestruturas assegurou esta quinta-feira, após um breve encontro com o presidente do governo regional da Galiza, que o executivo mantém o compromisso da ligação ferroviária em alta velocidade entre Lisboa e Vigo, bem como a Madrid.

De acordo com o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, ficou claro numa reunião de trabalho com “o governo da Junta da Galiza” a garantia de que “a prioridade que existia” do anterior Governo, de ligação em alta velocidade Lisboa-Vigo, “mantém-se”, e que tal como o executivo anunciou há dias somará a esse investimento a necessidade de começar “a ligação Lisboa-Madrid”.

“Essa prioridade está absolutamente clara para o Governo português […], que são as duas horas que preferencialmente irão ligar Lisboa a Vigo e, mais tarde, Lisboa-Madrid em três horas e, portanto, a Península Ibérica será com certeza um espaço mais coeso, mais próximo”, afirmou Pinto Luz. O governante português falava no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa, após um breve encontro com Alfonso Rueda, presidente da Junta da Galiza (ou Xunta de Galicia, em galego).

“Mas, aqui uma menção especial para a Galiza, uma relação especial de facto, que o país tem com esta fronteira muito mais permeável a Norte”, frisou. O ministro salientou que as parcerias público-privadas (PPP) para a ligação em alta velocidade do lado português “estão calendarizadas”, desde o anterior Governo que “já estavam sinalizadas”, e o atual executivo (PSD/CDS-PP) liderado por Luís Montenegro reafirma “esse compromisso”, assumindo que tem que haver “esse caráter simbiótico dos dois lados”.

Alfonso Rueda e Miguel Pinto LuzLusa

“Temos condições para garantir que os dois lados estarão alinhados em prazos para não termos pronta a obra de um lado da fronteira e depois não temos pronta do outro lado e, portanto, tanto em Lisboa-Madrid, como Lisboa-Vigo estão os calendários absolutamente ligados”, assegurou Miguel Pinto Luz, notando que “são projetos para gerações”. Sobre a bitola ferroviária adotada na ligação de alta velocidade, o ministro assumiu que o Governo está tranquilo e que “Portugal e Espanha estão alinhados”.

“Estamos a fazer em bitola ibérica […], portanto, Espanha tem a obra a decorrer em bitola ibérica e Portugal fará na mesma bitola que Espanha”, respondeu Pinto Luz, acrescentando que os dois governos estão “absolutamente interligados na decisão e a seu tempo, toda a infraestrutura está a ser preparada para poder haver uma migração no tempo certo e isso está a ser negociado com a Comissão Europeia”.

Questionado acerca de eventuais melhorias na atual ligação ferroviária entre as duas capitais ibéricas, o governante frisou que “Lisboa-Madrid é um projeto faseado” e o TGV só estará operacional em 2034, mas até lá prometeu “melhorar toda a oferta de serviços”.

Teremos uma ligação cada vez melhor ao longo desta década para permitir essa ligação Lisboa-Madrid, portanto, não será só em 2034 que […] poderemos ir com qualidade entre Lisboa e Madrid, em 2034 poderemos ir mais rápido”, salientou Pinto Luz, sem avançar pormenores dos investimentos, mas garantindo que até lá se terá a “melhoria desse serviço” e que esse “é um processo gradativo e absolutamente fundamental”.

O presidente da Xunta de Galicia explicou que o encontro serviu para “conhecer em primeira mão com o responsável pelas Infraestruturas do Governo português” as “perspetivas em relação à execução de uma infraestrutura” que, para Portugal e certamente para a Galiza, “é absolutamente fundamental”, a ligação ferroviária de alta velocidade entre a Galiza e o Norte de Portugal. Perante o anúncio do Governo português de executar a ligação entre Lisboa e Madrid, sobre a qual a Galiza “não tem absolutamente nada a objetar”, Alfonso Rueda Valenzuela quis saber se poderia haver “um atraso, um adiamento da execução da infraestrutura que para a Galiza” é “absolutamente fundamental”.

Isto porque, sublinhou, a “Euro região Galiza-Norte de Portugal” é “de longe o território transfronteiriço entre Espanha e Portugal onde se realizam a maior parte dos intercâmbios de todo o tipo, de natureza económica, a circulação de trabalhadores”, e tudo o que “envolve uma relação muito fluida desde há muitos anos entre a Galiza e o Norte de Portugal”.

“Saio desta reunião muito calmo, muito satisfeito. O ministro confirmou-nos que o Governo português mantém a sua intenção de implementar esta infraestrutura, incluindo prazos muito específicos”, admitiu Alfonso Rueda, considerando, no entanto, que “cada mês que passa é essencial” para a data apontada pelo Governo português para chegar à fronteira com Espanha.

A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país numa hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria. O percurso Porto-Vigo está estimado em 50 minutos. A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) deverá ser lançado em julho. A ligação a Lisboa avançará em 2026. Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), para depois de 2030, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

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