“As pessoas não vão ter dinheiro para ter um fim de vida digna”
Os portugueses têm que começar a poupar e a investir em literacia financeira. É a conclusão do painel "Que Novas Oportunidades para Seguros de Vida e Pensões" do 3.º Fórum Nacional de Seguros.
“As pessoas não vão ter dinheiro para ter um fim de vida digna“, alerta Nelson Machado, membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal, no 3.º Fórum Nacional de Seguros, que decorre até quarta-feira, na Alfândega do Porto.
Apesar de a taxa de poupança das famílias ter subido para 8% no primeiro trimestre deste ano, renovando máximos alcançados no segundo trimestre de 2022, o membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal lamenta a “falta de poupança no país” e adverte os portugueses a “pensarem no que os espera quando se reformarem”. O gestor realça ainda que apesar da ideia do que o “essencial vai estar garantido pelo Governo”, as pessoas não se lembram “que vão ganhar metade de ganham hoje”.
Os portugueses têm que começar a poupar e a investir em literacia financeira. É a conclusão do painel “Que Novas Oportunidades para Seguros de Vida e Pensões” do 3.º Fórum Nacional de Seguros. Para a presidente do conselho de administração da Real Vida, “poupar é uma questão de estabelecer prioridades”. Marta Graça Ferreira exemplifica que, se as pessoas conseguem poupar para comprar um telemóvel ou um smartwatch, também deveriam começar a pensar em poupar para a sua reforma. A gestora afirma que as “pessoas confiam no Estado para assegurar as suas reformas”, mas que devem começar a mudar o “mindset” e a poupar pelos seus próprios meios.
Foi prorrogada a possibilidade dos portugueses usarem os valores dos Planos Poupança-reforma, pelo que as famílias que precisem antecipadamente das suas poupanças em planos poupança-reforma (PPR), planos poupança-educação (PPE) e planos poupança-reforma/educação (PPR/E) por dificuldades financeiras e para pagar o crédito à habitação podem resgatá-las, com alguns limites.
Na ótica dos oradores não são medidas sensatas, com o membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal a perguntar quem garante que é mais importante resgatar esses fundos no presente em vez de serem usados na idade da reforma.
Para além do pilar da poupança, não restam dúvidas que a literacia financeira deve ser encarada como uma prioridade. E na verdade começa a estar com o Vereador da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, a garantir que os alunos do 1.º ao 12.º ano das escolas do Porto vão ter literacia financeira.
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