Crédito da casa teve spread abaixo de 1% em 2023
Os contratos da casa celebrados no ano passado tiveram um spread médio inferior a 1% no ano passado. Renegociações dispararam com alta das taxas de juro.
A maioria dos contratos de crédito à habitação com taxa variável celebrados em 2023 passado teve spreads até 1%, num ano marcado pela alta dos juros que acelerou as renegociações.
Praticamente três quartos (73,7%) dos empréstimos celebrados no ano passado registou um spread (taxa comercial do banco) entre 0,5% e 1%, aumentando de forma significativa em relação a 2022 (45,4%), mostra o Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.
Em contrapartida diminuiu o peso dos spreads entre os 1% e os 1,5%, que passaram a representar 16,1% dos novos contratos de taxa variável, que compara com os 47,4% no ano anterior.
Em média, o spread dos novos contratos de crédito à habitação indexados à Euribor a três, seis e 12 meses foi de 0,93% no ano passado, abaixo dos 1,09% em 2022.
Renegociações disparam
O ano de 2023 ficou marcado pela alta das taxas de juro, o que levou as famílias a renegociar o crédito da casa com o banco, em muitas situações com uma baixa do spread.
Foram realizadas mais de 154 mil renegociações de contratos de empréstimo da casa no ano passado (mais 271,6% em comparação com 2022), envolvendo um montante de 17 mil milhões de euros (mais 300% face a 2022). Em mais de 60% das renegociações a condição renegociada foi apenas o spread, de acordo com o mesmo relatório.
O Banco de Portugal explica que a evolução das renegociações se deu “num contexto em que vigoraram medidas de apoio aos consumidores para mitigar os efeitos do aumento das taxas de juro de referência e prevenir o risco de incumprimento”.
Por outro lado, as famílias também estiveram mais ativas na procura de soluções para atenuar a subida das prestações mensais, sendo que a suspensão da comissão de reembolso antecipado também terá sido um fator promotor das renegociações, acrescenta o supervisor.
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