Portugal “não vai falhar” plano de investimento em defesa, promete Montenegro
Luís Montenegro defende a criação de um "novo cluster" nas indústrias de defesa em Portugal.
O primeiro-ministro assegurou esta quinta-feira que Portugal “não vai falhar” o plano de investimento em defesa apresentado na cimeira da NATO e assumiu como objetivo estratégico do Governo criar um novo cluster na economia centrado na indústria de defesa. Luís Montenegro fez uma declaração à comunicação social portuguesa no último dia da cimeira da NATO, entre as reuniões do Conselho do Atlântico Norte com os parceiros da União Europeia e da Ásia-Pacífico e a reunião do Conselho NATO-Ucrânia.
“Esta foi uma cimeira onde Portugal veio transmitir de forma credível, de forma empenhada, para não falhar, um plano de investimentos que seja adequado ao compromisso estabelecido dentro da NATO”, disse, referindo-se à meta que já anunciou de atingir, em 2029, um investimento na defesa de cerca de 6.000 milhões de euros que corresponda aos 2% do PIB acordados entre os aliados.
O primeiro-ministro afirmou que esse esforço financeiro e militar será feito de “variadíssimas formas”, ao nível dos recursos humanos e de um plano de investimento em equipamentos, para que Portugal assuma o seu papel de “membro efetivo” da NATO não só no plano político, diplomático, mas também do esforço militar.
“E também do ponto de vista de um objetivo estratégico que o Governo assume: fazer das indústrias de defesa e de todas aquelas que se interligam com ela uma oportunidade para termos um novo cluster na nossa economia, onde possamos ser competitivos aproveitando a capacidade tecnológica, cientifica para estarmos na vanguarda da inovação”, referiu.
Na cimeira que assinala os 75 anos da Aliança Atlântica, Montenegro destacou o encontro o encontro com representantes das instituições europeias e com os parceiros da NATO da região do Indo-Pacífico, a Austrália, a Nova Zelândia, o Japão e a Coreia do Sul. “Em todas estas oportunidades tem sido reafirmada toda a disponibilidade e todo o empenho da NATO e dos seus parceiros em estar ao lado da Ucrânia, não permitindo nunca esta agressão sem justificação da Rússia à soberania de um Estado”, reafirmou.
Montenegro salientou que a NATO é “uma organização de defesa”, mas também de proteção dos valores da democracia e de respeito pelos direitos humanos. “Hoje defender a segurança dos Estados-membros da NATO não passa apenas e só por operações militares, por prontidão das nossas forças para poder eventualmente acudir a alguma zona de conflito, a algum ataque que coloque em causa a segurança dos Estados-membros”, considerou.
O primeiro-ministro realçou que essa segurança é “colocada em crise noutras dimensões”, sendo necessário estabelecer “políticas concretas” em áreas como o espaço digital, a cibersegurança ou a a desinformação. “Sabemos que há países que têm um esforço concertado nesse domínio, que também influencia aquilo que é a análise que fazemos da guerra na Ucrânia”, afirmou.
Em relação a este país, reiterou o compromisso de Portugal continuar a contribuir “para o esforço de apoio militar, de apoio político, de apoio técnico, de treino ou manutenção de vários equipamentos das forças ucranianas”, mas também financeiro. Esta semana, na cimeira de Washington, Montenegro já tinha afirmado que o apoio do país à Ucrânia irá atingir 220 milhões de euros este ano, valor que se repetirá em 2025.
“Onde há um ataque a um Estado-membro ou que coloque em causa a segurança de um Estado-membro, nós devemos encarar isso como um ataque a todos nós”, vincou.
No final da cimeira da NATO, hoje à tarde, o primeiro-ministro português dará ainda uma conferência de imprensa, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que também esteve em Washington, regressará mais cedo a Portugal para representar o Governo na visita oficial da princesa das Astúrias na sexta-feira.
Portugal é um dos 12 países da Europa e da América do Norte que fundaram a NATO em 1949.
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