Lucros da Corticeira Amorim encolhem 29% para 36,5 milhões de euros no semestre
A empresa fechou o primeiro semestre com uma quebra das vendas de 7%, conseguindo, ainda assim, segurar as receitas acima de 500 milhões de euros. Lucros foram penalizados pelos juros mais altos.
A Corticeira Amorim fechou o primeiro semestre de 2024 com um resultado líquido de 36,5 milhões de euros, um lucro que ficou 29% abaixo dos 51,4 milhões reportados em igual período do ano passado, penalizado por custos não recorrentes e pela subida dos juros. As receitas também encolheram. Baixaram 7% para 500,7 milhões de euros, segundo o comunicado enviado pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em comunicado enviado à CMVM, a Corticeira Amorim explica que “esta evolução [negativa dos resultados líquidos] reflete a inclusão de custos não-recorrentes (5,3 milhões de euros), bem como o aumento dos encargos financeiros em consequência do maior nível de endividamento“.
A empresa explica ainda que “todas as unidades de negócio do grupo registaram uma redução das vendas decorrente, na generalidade, de menores níveis de atividade, exceto a Amorim Cork Composites, cujas vendas ascenderam a 60 milhões de euros, um crescimento de 3,2% face ao primeiro semestre de 2023″.
“O contexto adverso do mercado, nomeadamente no que diz respeito à performance dos volumes, continuou a penalizar as vendas da Amorim Cork, que registaram um decréscimo de 7,1% face ao período homólogo do ano passado”, acrescenta a companhia.
À semelhança do que aconteceu com os resultados e com as vendas, o EBITDA também registou uma evolução negativa, ao cair 9% face ao período homólogo, para 94,4 milhões de euros, “pressionado por maiores preços de consumo de matérias-primas cortiça e pelo efeito da desalavancagem operacional“. Já “os menores custos de matérias-primas não cortiça, maiores eficiências industriais e melhorias do mix de produto possibilitaram compensar parcialmente estes efeitos, suportando a margem EBITDA consolidada nos 18,9%”, diz a empresa.
No final de junho, a dívida remunerada líquida ascendia a 237,5 milhões de euros, menos 3,4 milhões de euros que no final de 2023.
“O ano de 2024 fica marcado pelo aumento significativo do preço de consumo de cortiça, reflexo da subida dos preços na campanha de 2023, por condições de mercado desafiantes, com baixa visibilidade e pressão sobre os volumes, e pela reestruturação da Amorim Cork Flooring”, refere o CEO António Rios de Amorim, numa mensagem nos resultados. O líder da empresa reforça que “os nossos esforços concentram-se em reforçar a solidez financeira e proteger os níveis de rentabilidade, através do aumento da eficiência industrial, melhoria do mix e ganhos de quota de mercado.”
Novo modelo organizativo
A empresa de cortiça realçou ainda que o primeiro semestre do ano fica marcado pelo anúncio de um novo modelo de organização, com a criação de uma nova unidade de negócio, a Amorim Cork Solutions, que resulta da reorganização dos setores “não rolha” e que será dirigida pelo atual CEO da Amorim Cork Composites.
“No primeiro semestre anunciámos um novo modelo organizativo, com a criação, em janeiro de 2025, da Amorim Cork Solutions, que agregará três Unidades de Negócio (UN): Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation. Acreditamos que esta nova UN conduzirá a uma gestão mais eficiente das operações “não rolha” e potenciará sinergias industriais, comercias e de suporte, decorrentes da partilha de meios e recursos, bem como a otimização da capacidade produtiva instalada e das tecnologias”, comenta o CEO da empresa nos resultados do primeiro semestre.
João Pedro Azevedo, atual CEO da Amorim Cork Composites, acumulará as funções de CEO da Amorim Cork Flooring e será o CEO da Amorim Cork Solutions a partir de janeiro de 2025.
(notícia atualizada às 17h28)
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