Fundo canadiano compra produtora têxtil de Barcelos com 70 trabalhadores
Treze anos após ser criada nos tempos da troika por Hélder Brito, Rui Costa e Rickie Madsen, a fabricante de vestuário Pure Cotton passa a ser controlada (75%) pelo canadiano Alberta Equity Fund.
Fundada pelos jovens empreendedores Hélder Brito, Rui Costa e Rickie Madsen em agosto de 2011, quando a troika estava a acabar de aterrar em Portugal, a têxtil portuguesa Pure Cotton acaba de ser comprada pelo fundo privado Alberta Equity Fund (AEF), com sede em Calgary, no Canadá.
Com um portefólio de investimentos diversificados que abrange as áreas da moda, transportes e imobiliário, a AEF adquiriu uma participação maioritária de 75% na produtora de vestuário de Vila Frescainha de S. Pedro, nos arredores de Barcelos, que emprega perto de 70 pessoas e que em 2022 faturou 7,2 milhões de euros, segundo dados oficiais.
A Pure Cotton é especializada no design, desenvolvimento e produção de vestuário de qualidade para homens, mulheres e crianças, e detém ainda as marcas próprias Inimigo (segmento de luxo) e D.RT (lifestyle para jovens). A vizinha da Valérius, que recuperou a Dielmar, assegura 90% das vendas nos mercados da exportação, sobretudo na Europa e na América do Norte.
Este investimento permite-nos alavancar a experiência e os recursos do AEF para aproveitar todo o nosso potencial. O objetivo da Pure Cotton é tornar-se um parceiro preferencial para marcas de luxo globais, marcas emergentes e startups.
Para liderar a empresa minhota nesta nova fase, a AEF recrutou Sandra Ribeiro, licenciada em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Minho e mestre em Tecnologias Ambientais. Com experiência em gestão e operações em vários setores, incluindo moda, bens de luxo, joalharia, mobiliário e materiais de construção, era até abril country director da Angora, que a partir de Paços de Ferreira produz estofos e mobiliário para a marca britânica Swyft.
“Este investimento permite-nos alavancar a experiência e os recursos do AEF para aproveitar todo o nosso potencial. O objetivo da Pure Cotton é tornar-se um parceiro preferencial para marcas de luxo globais, marcas emergentes e startups, desenvolvendo e produzindo peças icónicas para os seus clientes”, afirma a nova CEO, confiando que irá beneficiar do investimento, experiência de gestão e recursos dos novos donos.
No mesmo comunicado, o fundo canadiano assinala que a entrada no capital da fabricante minhota é a sua estreia na produção têxtil, criando uma “integração vertical” com os anteriores investimentos na indústria da moda. Reflete, por outo lado, a “confiança do fundo na expertise e nas vantagens competitivas da Pure Cotton no fabrico de vestuário de alta qualidade”.
“O compromisso da Pure Cotton com produtos de alta qualidade, design inovador e preços competitivos confere-lhe uma posição única na indústria têxtil global. Estamos entusiasmados por apoiar o crescimento da empresa, disponibilizando recursos financeiros e humanos para acelerar o seu desenvolvimento “, aponta Mark Grunert, presidente do AEF.
No primeiro semestre de 2024, em que as insolvências de empresas em Portugal tiveram um crescimento homólogo de 11%, para 1.074 casos, a indústria têxtil e da moda foi a que concentrou o maior número de processos. Até junho, face ao mesmo período do ano passado, mais 110 empresas deste setor abriram insolvência (+128%), com destaque para a fabricação de calçado e para a confeção de vestuário exterior em série.
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