MAI diz que negociações com bombeiros decorrem a “bom ritmo”. Sindicato responde que “é difícil haver negociação sem uma proposta”
Margarida Blasco diz que os sapadores "dependem das autarquias" e "não do Estado". Centenas de bombeiros sapadores ocuparam esta quarta-feira a escadaria da Assembleia da República.
A ministra da Administração Interna mostrou-se esta terça-feira confiante de que as negociações que estão a decorrer com os bombeiros vão chegar “a um bom termo”, mas recordou que os sapadores “dependem das autarquias” e “não do Estado”. “Os bombeiros sapadores que estão a manifestar-se em frente à Assembleia da República são bombeiros cujo patrão não é Estado, são bombeiros que dependem das autarquias”, disse aos jornalistas Margarida Blasco, numa declaração sem direito a perguntas no Palácio de São Bento.
A ministra salientou que as revindicações dos bombeiros sapadores duram “há 22 anos” e “estão a tentar e vão conseguir ter um estatuto do bombeiro”. Margarida Blasco avançou que neste momento estão a decorrer negociações, tendo a última reunião acontecido na última sexta-feira. Segundo a ministra, as negociações “estão a decorrer a um bom ritmo”.
Em resposta, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) desafiou o Governo a apresentar uma proposta negocial, após a ministra da Administração Interna se ter mostrado confiante de que as negociações vão chegar a um bom termo. “É difícil haver negociação sem uma proposta”, disse à agência Lusa Ricardo Cunha.
O dirigente acrescentou que na sexta-feira os representantes dos sapadores foram “chamados ao Governo para uma reunião” e, na ocasião, o secretário de Estado apresentou “um conjunto de boas intenções que são uma mão cheia de nada”. Na reunião, o Governo prometeu “eventualmente” uma reunião sobre as reivindicações dos sapadores, mas para Ricardo Cunha “não é possível negociar sem nada de concreto”.
Centenas de bombeiros sapadores ocuparam esta quarta-feira a escadaria da Assembleia da República, num protesto que começou ao meio-dia e continuava em curso três horas depois, com rebentamento de petardos e queima de pneus. A concentração em São Bento teve início ao meio-dia, ao som de heavy metal e rock n’roll. Antes, em declarações Lusa, Ricardo Cunha afirmou que se esperam mais de mil bombeiros na ação de protesto: “Só de fora [de Lisboa] vêm 600”.
Os sapadores exigem um aumento salarial para compensar a subida da inflação, idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, e um subsídio de risco semelhante ao que foi dado às forças de segurança. Pedem ainda uma regulamentação do horário de trabalho, a reforma aos 50 anos e um regime de avaliação específico.
(Notícia atualizada às 15h57 com mais reações)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
MAI diz que negociações com bombeiros decorrem a “bom ritmo”. Sindicato responde que “é difícil haver negociação sem uma proposta”
{{ noCommentsLabel }}