Relatora da ONU critica Portugal por defender solução de dois Estados sem reconhecer Palestina

  • Lusa
  • 13:39

A relatora da ONU diz que a questão prioritária neste conflito já nem é o reconhecimento da Palestina, mas sim contribuir para "acabar com o massacre de pessoas em Gaza".

A relatora especial da ONU para os territórios palestinianos ocupados apontou esta quinta-feira o que diz ser a “incoerência” de Portugal e outros países europeus de defender a solução de dois Estados sem reconhecer o Estado da Palestina.

Continuamos a falar de uma solução de dois Estados sem reconhecer o Estado da Palestina. Só mostra a incoerência, a inconsistência, a incapacidade de fazer o que se diz“, disse Francesca Albanese, numa audição pública na Assembleia da República.

Para Albanese, a questão prioritária neste conflito já nem é o reconhecimento da Palestina, mas sim contribuir para “acabar com o massacre de pessoas em Gaza, e que se está a estender à Cisjordânia”.

Numa sessão onde apenas marcou presença a esquerda parlamentar (PS, BE, PCP, Livre e PAN), a relatora da ONU lamentou ser recebida em Portugal, tal como nos restantes países ocidentais, apenas por partidos de esquerda, apelando a que seja incutida a ideia de que esta matéria não pode estar dependente de “partidarismo”.

“Pergunto-me o que se passa com as pessoas. Porque é que quando vou a países ocidentais, os únicos deputados que se encontram comigo são de esquerda, onde estão os outros? Peço-vos, realmente, que tentem incutir este sentimento de que não se trata de partidarismo. A vida humana não pode ser considerada sob a bandeira de um ou outro partido. Não há diferença entre a vida israelita e a vida palestiniana”, declarou.

Israel volta a ordenar evacuação de localidades no sul do Líbano

O Exército israelita voltou a alertar esta quinta-feira as populações para evacuarem as comunidades libanesas a norte da zona tampão das Nações Unidas.

Segundo a Associated Press, os militares israelitas ordenaram a evacuação de aldeias e cidades do Líbano situadas a norte da zona tampão declarada pelas Nações Unidas, estabelecida após o conflito de 2006.

Trata-se da terceira vez que Israel ordena a retirada das populações da região do sul do Líbano onde se situam cerca de vinte aldeias.

Na mesma zona, a cidade de Nabatieh é um dos pontos mais atingidos pelos bombardeamentos israelitas das últimas semanas. Na semana passada, Israel anunciou o envio de tropas para a fronteira onde leva a cabo uma série daquilo a que chama “ataques limitados” contra o movimento xiita Hezbollah (Partido de Deus) em território libanês.

Hezbollah afirma ter repelido tentativa de entrada de tropas israelitas

O movimento xiita Hezbollah reivindicou ter repelido uma tentativa das tropas israelitas de penetrar em território libanês, dois dias depois das primeiras incursões terrestres. No documento, o Hezbollah, pró-iraniano, lembra que a tentativa ocorre cerca de 24 horas depois de alguns combates na zona, que provocaram a morte de oito soldados israelitas.

“Os combatentes da Resistência Islâmica repeliram com artilharia uma tentativa das forças inimigas israelitas de avançar sobre a Porta de Fátima”, afirmou o grupo, referindo-se a uma antiga passagem fronteiriça localizada entre Kafarkila, no Líbano, e Metula, em Israel.

Da mesma forma, assumiu a responsabilidade pelo lançamento de dezenas de foguetes contra “forças inimigas” em vários pontos do norte de Israel, segundo o canal libanês al-Manar, ligado ao grupo.

O exército israelita confirmou os lançamentos e afirmou que vários projéteis foram intercetados, sem, contudo, avançar informações sobre eventuais vítimas.

O recrudescimento das hostilidades faz parte dos confrontos há quase um ano, depois de o Hezbollah ter atacado o território israelita um dia depois dos ataques perpetrados a 07 de outubro de 2023 pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e outras fações palestinianas, que levaram Israel a desencadear uma ofensiva sangrenta contra a Faixa de Gaza.

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