PS questiona Governo sobre redução de serviços da CGD no interior e ilhas
O PS quer que o ministro das Finanças esclareça se tem conhecimento da decisão do banco de reduzir serviços bancário no interior e ilhas e “se foi auscultado ou emitiu alguma opinião" sobre o assunto.
O PS questionou esta terça-feira o ministro das Finanças sobre a redução de serviços bancários que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a fazer no interior e ilhas para saber que medidas serão adotadas para salvaguardar estas populações.
Em declarações à agência Lusa, o deputado do PS Nuno Fazenda manifestou a preocupação dos socialistas com a notícia de hoje do jornal Público segundo a qual a CGD está a transformar dezenas de agências, que ofereciam todos os serviços, em espaços mais pequenos e de menor oferta bancária.
“A Caixa Geral de Depósitos é uma instituição financeira muito importante do nosso sistema bancário que teve no último ano 1.291 milhões de euros de lucro, mas cumpre também uma função importante, que é salvaguardar serviços às populações, incluindo às populações dos territórios do interior, e cumpre uma função de coesão territorial”, considerou o deputado socialista.
Por este motivo, o PS questionou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, para que esclareça se tem conhecimento desta decisão do banco público e “se foi auscultado ou emitiu alguma opinião sobre este assunto”. Os socialistas, de acordo com Nuno Fazenda, querem ainda saber “se as autarquias onde se pretende proceder ao encerramento ou redução de serviços bancários da CGD foram envolvidas ou auscultadas”.
“Qual é a posição do Governo em relação a esta matéria de redução de serviços bancários no interior e nas regiões autónomas e que medidas e diligências que o Governo vai adotar ou já adotou para assegurar o interesse público e a salvaguarda das necessidades das populações dos territórios do interior e das regiões autónomas”, pergunta ainda o PS.
O deputado socialista explicou que este “é um tema de coesão territorial”, recordando os encerramentos no período da ‘troika’, e também depois, “de outros serviços públicos, nomeadamente dos Correios”.
“E agora, de facto, só faltava também termos a redução e encerramento de serviços bancários do banco público. É por isso que estamos a questionar o senhor ministro das Finanças, tendo em conta que é quem tem essa responsabilidade política direta relativamente à CGD”, referiu. Afirmando que a própria Comissão de Trabalhadores do banco “também deu conta deste degradação do serviço”, Nuno Fazenda afirmou que este é um tema que preocupa os socialistas porque “pode acentuar e agravar o desequilíbrio territorial” do país.
“75% da população está no litoral, 90% da procura turística está no litoral, 85% da riqueza é produzida no litoral e, portanto, se nós continuamos a encerrar serviços públicos e neste caso, serviços bancários de natureza pública, é um acentuar daquilo que é o desequilíbrio territorial”, apontou. Segundo o deputado do PS, são preocupantes os sinais dados pelo Governo, quer no seu programa quer no Orçamento do Estado, já que mostram que “o interior não é uma propriedade”.
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