Governo promete acionar “todos os meios de vigilância” para garantir segurança após desacatos em Lisboa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Outubro 2024

Ministro António Leitão Amaro garantiu vigilância não só por meios “presenciais”, como também vigilância “aérea” e “cibernética”, "nas redes sociais" e "nos contactos que são feitos".

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou esta quinta-feira “o acionamento de todos os meios de vigilância” para conter os desacatos registados em algumas zonas da Grande Lisboa na sequência da morte de Odair Moniz, baleado pela PSP no início da semana.

“Isso significa, por um lado, a disponibilização de meios de vigilância, desde presenciais a cibernéticos e às redes [sociais], para detetarmos e prevenirmos todos os comportamentos incorretos“, adiantou o governante, que falava aos jornalistas à saída da reunião com os autarcas dos 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Por outro lado, completou, a vigilância inclui “a gradual prontidão de todas as forças e serviços de segurança para, de forma proporcional, mas firme, parar com os comportamentos de violência, de destruição de bens públicos e de causar sentimento de insegurança aos portugueses“.

Leitão Amaro revelou também que vai ser dada “atenção especial à segurança dos autocarros“, embora sem explicitar em quais linhas, depois de, na última madrugada, o motorista de um autocarro incendiado na zona de Santo António dos Cavaleiros, em Loures, ter ficado gravemente ferido, estando internado no Hospital Santa Maria.

A existência de vigilância aérea, nas redes sociais, nos contactos que são feitos, por todas as entidades do aparelho do Estado – desde os serviços de informações às forças de segurança –, todos atuam em todas as dimensões para que a minoria que pensa colocar em risco a segurança dos concidadãos saiba que o crime não compensa e que o Estado estará cada vez mais firme”, sublinhou o ministro.

O Governo reuniu-se esta quinta-feira com os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa para analisar os desacatos registados nos últimos dias em alguns bairros, na sequência da morte de Odair Moniz, 43 anos, cidadão cabo-verdiano e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho.

Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”. Os agentes envolvidos, entretanto, afastaram que Odair os tivesse ameaçado com uma arma branca.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias. A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

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