Fim dos apoios faz aumentar preços da luz na UE. Portugal mantém-se abaixo da média europeia
Com o fim dos apoios na energia, os preços da eletricidade na UE registaram um aumento nos primeiros seis meses do ano. Em Portugal, os preços mantiveram-se abaixo da média.
Com o fim dos apoios na energia, os preços médios da eletricidade doméstica na União Europeia (UE) registaram um aumento no primeiro semestre em comparação com os meses anteriores. Em Portugal, embora se tenha assistido também a um aumento dos preços, as famílias pagaram uma fatura da luz mais baixa do que a média do bloco europeu e da zona euro.
Segundo os dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat, os preços da eletricidade na UE valores subiram 2% nos primeiros seis meses do ano, evoluindo de 28,3 cêntimos por 100 killowatts/hora (kWh) para 28,9 cêntimos por 100 kWh.
Este aumento aconteceu mesmo perante um cenário no qual se registou uma redução nos custos da energia, no fornecimento e nos serviços de rede (-2% em comparação com o segundo semestre de 2023). A consequência primária para esta variação dos preços prende-se com o fim dos apoios e as reduções dos impostos aos consumidores, ambos decretados, no final de 2022, para dar resposta ao aumento dos preços na energia no bloco europeu como resultado da guerra na Ucrânia. Assim, o total de impostos na UE aumentou 16% em relação ao segundo semestre de 2023.
Em Portugal, embora os preços médios de eletricidade para as famílias no primeiro semestre de 2024 tenham subido de 22,9 cêntimos por 100 kWh para 24,2 cêntimos por 100 kWh, continuaram a estar abaixo da média da zona euro (30,5 cêntimos por 100 kWh, ou 26% mais caro), da União Europeia (28,8 cêntimos por 100 kWh, ou 19% mais caro) e até mesmo da vizinha Espanha (24,3 cêntimos por 100 kWh, ou 5% mais caro).
De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), esta queda nos preços em Portugal deveu-se a uma “redução significativa das tarifas de acesso às redes em 2022 e em 2023″, tendo permitido mitigar o acréscimo de preços nos mercados grossistas.
“A evolução de preços em Portugal, nos cinco anos mais recentes, tem apresentado alguma estabilidade, quando comparada com as restantes geografias, registando sempre valores abaixo dos de Espanha, da União Europeia e da Área do Euro”, explica a ERSE numa nota divulgada esta segunda-feira.
Quanto aos preços médios de eletricidade globais (isto é, doméstico e não doméstico), “estes continuaram a apresentar valores inferiores aos de Espanha, aos da média da União Europeia e aos da média da” zona euro, detalha a ERSE.
Alemanha continua a liderar preços na luz
No primeiro semestre de 2024, os preços médios de eletricidade para o segmento doméstico registaram os valores mais baixos na Hungria (10,9 cêntimos por 100 kWh), na Bulgária (11 cêntimos por 100 kWh) e em Malta (12,6 cêntimos por 100 kWh).
Em sentido contrário, foram as famílias alemãs, irlandesas e dinamarquesas que pagaram as faturas da eletricidade mais elevadas nos primeiros seis meses do ano.
Segundo o Eurostat, na Alemanha, embora os valores tivessem decrescido de 40 cêntimos por 100 kWh para 39,5 cêntimos por 100 kWh, no primeiro semestre, o preço da eletricidade continuou a ser o mais alto entre os 27 Estados-membros. Segue-se a Irlanda (37,4 cêntimos por 100 kWh) e Dinamarca (37,1 cêntimos por 100 kWh).
Portugal, surge assim a meio da tabela, à frente de países como a Lituânia, Estónia e a Grécia, cujos preços praticados variaram entre os 21,7 cêntimos por 100 kWh e os 23,2 cêntimos por 100 kWh.
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