Lucro da Galp sobe 24% até setembro e bate novo recorde
Lucros da petrolífera subiram 172 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, atingindo o valor mais alto de sempre neste período. CEO destaca "performance robusta" no terceiro trimestre.
A Galp GALP 0,00% lucrou 890 milhões de euros até setembro, montante que representa uma subida de 24% em relação aos mesmos nove meses do ano anterior, de acordo com o relatório submetido esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, antes da abertura dos mercados de capitais, com os resultados do terceiro trimestre. Trata-se do maior resultado de sempre da Galp neste período em específico, confirmou ao ECO fonte da empresa.
“Continuámos a demonstrar o ímpeto operacional da Galp, entregando mais uma performance robusta durante este trimestre, apesar do ambiente de preços da refinação e das matérias-primas menos favorável. Os nossos ativos conseguiram navegar de forma segura a volatilidade do mercado”, comenta o presidente executivo, Filipe Silva, citado no documento.
Concretamente no trimestre de julho a setembro, a empresa obteve um resultado líquido RCA (Replacement Cost Adjusted) de 266 milhões, uma descida face aos 299 que lucrou no trimestre anterior, mas um incremento de 27% em termos homólogos. Estes valores excluem os ativos que a Galp vendeu em Moçambique. Este valor é superior à estimativa dos analistas, que esperavam um lucro de 220 milhões neste trimestre, segundo o consenso dos analistas que cobrem a Galp.
Nos nove meses até setembro, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) RCA da Galp cifrou-se em 2.609 milhões de euros, recuando 8% face ao mesmo período de 2023 e evidenciando declínios em todos os segmentos de negócio da petrolífera.
No upstream, a empresa observou uma diminuição de 5% na produção nos nove meses até setembro, considerando apenas o negócio no Brasil. Este pior desempenho é “reflexo do impacto de atividades de manutenção planeadas e não planeadas, bem como a maturidade dos campos” de exploração. O EBITDA deste segmento desceu 1%, para 1.641 milhões.
Quanto ao segmento industrial e midstream, a empresa aumentou em 8% a quantidade de matéria-prima refinada em Sines, num total de 68,4 milhões de barris de petróleo e equivalentes, com o crude a representar 85% da matéria-prima processada pela empresa. Esta melhoria é explicada pela “maior disponibilidade e utilização das unidades depois de manutenções planeadas durante 2023”. Aqui, o EBTIDA piorou 20%, cifrando-se em 695 milhões.
No segmento comercial, as vendas de produtos petrolíferos “desceram ligeiramente” em 1%, “acompanhando a procura em Portugal, apesar da recuperação nas vendas para o setor da aviação”. Em concreto, as vendas de gás natural cresceram 16% e a comercialização de eletricidade disparou 88%, “reflexo do crescimento da base de clientes” no mercado ibérico. Mesmo assim, o EBITDA derrapou 6%, para 234 milhões.
Passando às renováveis, a geração elétrica cresceu 3%, com o apoio do aumento da capacidade instalada, que chegou a 1,5 GW (gigawatts) no final de setembro. O preço do MWh (megawatt-hora) de energia renovável vendida caiu 52%, para 38 euros, derrapando perante a descida de preços na Península Ibérica e perante o aumento da penetração da geração hídrica no primeiro semestre, explica a Galp. A queda percentual do EBTIDA neste segmento foi a maior, na ordem dos 65%, para 38 milhões de euros.
Entre janeiro e setembro, o investimento (capex) da Galp cresceu 22% e totalizou 792 milhões de euros, com mais de metade a ser canalizada para o segmento upstream. O investimento visou, sobretudo, a execução de projetos no pré-sal do Brasil e na campanha de exploração da Namíbia, esta última responsável por cerca de um quarto de todo o investimento da Galp no upstream.
Quanto ao passivo, a Galp chegou ao final de setembro com uma dívida líquida de 1.471 milhões de euros, mais 71 milhões de euros do que no final de dezembro de 2023, com um custo médio de 3,2%.
No rescaldo destes resultados, as ações da Galp abriram a sessão a cair mais de 2%, mas os títulos recuperaram entretanto. Por volta das 10h30, a empresa caía 0,75% na bolsa de Lisboa, para 16,48 euros por ação.
Cotação das ações da Galp em Lisboa
(Notícia atualizada pela última vez às 10h30)
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