Estado “tem de sair da sua logística” e “criar soluções com as próprias empresas”
"Entre Governo e economia real não pode haver descontinuidades", alerta José Manuel Fernandes. Agências públicas como IAPMEI, AICEP ou ANI “têm de ter uma vida ativa junto das empresas".
As instituições públicas de apoio à economia, como o IAPMEI ou a AICEP, “têm de sair mais da sua logística e de praticar um serviço de proximidade às empresas e de criarem soluções com as próprias empresas”. As palavras são do presidente do Conselho Geral da AEP, José Manuel Fernandes, que defende uma administração pública inclusiva, próxima das empresas.
“Todas as instituições públicas de apoio à economia têm de sair mais da sua logística e de praticar um serviço de proximidade às empresas e de criarem soluções com as próprias empresas para uma melhor gestão e resultados do crescimento da economia empresarial assim como de compromisso para a otimização do resultado”, defendeu José Manuel Fernandes, no II Congresso Portugal Empresarial, organizado pela AEP e com o tema “Escalar as Empresas, Fazer Crescer o País”, no âmbito das comemorações do 175º aniversário da associação empresarial.
O mesmo responsável argumenta que “o IAPMEI, a AICEP, a ANI, o INPI e até a FCT têm de ter uma vida ativa junto das empresas e sentir as suas expectativas, motivações e oportunidades geradas nos mercados e isso ser inspirador das políticas públicas que são altamente influenciadas por estas instituições”.
Numa mensagem direta ao Executivo, José Manuel Fernandes diz que “entre Governo e economia real não pode haver descontinuidades”. “A proximidade e o compromisso são determinantes para o robustecimento da nossa economia, para convergência com a EU, gerar recursos e eliminar carências na sociedade que afetam a todos nós”, destaca.
Se a administração pública fizer uma vida independente e extrativa da economia empresarial, os crescimentos anémicos estarão aí para continuar e teremos as empresas a não responderem às oportunidades ou até a baixar os braços.
É, por isso, uma preocupação ter “uma administração pública (AP) inclusiva”, “integrada na expectativa das empresas, uma vez que estas estão por sua vez integradas na expectativa dos mercados onde a economia nasce”. “Se a AP fizer uma vida independente e extrativa da economia empresarial, os crescimentos anémicos estarão aí para continuar e teremos as empresas a não responderem às oportunidades ou até a baixar os braços”, avisa.
O presidente do conselho geral da AEP nota que há uma grande preocupação da AEP, “sobre a forma como alcançar a máxima eficácia da implementação das políticas publicas em favor de um melhor desempenho e como consequência uma melhor performance no crescimento económico e mais qualidade de vida dos portugueses”.
O mesmo responsável salvaguardou a importância das pequenas e médias empresas e o seu potencial de crescimento, adiantando que “muito andamos distraídos fomentando perda na motivação das empresas para o investimento e para darem saltos na sua competitividade com alargamento do horizonte na desafiante ação de reforço para os mercados exteriores e de criação de mais valor que tanto necessitamos.”
Para José Manuel Fernandes, questões como a instabilidade legislativa “gera uma reação nas empresas, desânimo, alteração dos objetivos e um bloqueio que se traduz em não investir e esperar para ver, limitando-se a ações de investimento muito pontuais.”
“Há um elevado potencial para investir pelo incentivo correto com regulamentação correta no redimensionamento empresarial em particular nas PME. Só assim atingimos um efeito acelerador do crescimento”, defende.
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