Generali regista perdas por catástrofes naturais acima das expectativas

Apesar do impacto das catástrofes, a compra da Liberty empurrou os resultados operacionais do segmento P&C para 2,210 milhões de euros, mais 2,5% em termos homólogos.

As perdas financeiras com catástrofes climáticas registadas nos primeiros nove meses do ano pelo Grupo Generali ultrapassam o seu orçamento previsto para o ano todo, anunciou a seguradora em comunicado relativo aos resultados financeiros.

Cristiano Borean, CFO do Grupo Generali, acredita que a companhia está no “caminho certo para concluir com sucesso o plano ‘Lifetime Partner 24: Driving Growth’ ” e adianta que a nova estratégia está em desenvolvimento e “será apresentada em 30 de janeiro de 2025”.

O mesmo já tinha acontecido no ano passado, e resultou no aumento dos custos do grupo com a cobertura de resseguro. Em resposta, a Generali vai adotar uma abordagem mais flexível e ajustável na definição dos preços das apólices de seguros do segmento P&C (propriedade e acidentes).

Apesar do elevado impacto das catástrofes climáticas, os resultados operacionais (volume de negócios menos os custos da empresa para assegurar o exercício da sua atividade) do segmento P&C subiram para 2,210 milhões de euros do ínicio do ano até 30 de setembro, mais 2,5% em termos homólogos, empurrados pela compra das operações da Liberty Seguros em Portugal, Espanha e na Irlanda.

Este resultado alinha-se com o objetivo do grupo de reforçar a sua liderança no mercado europeu de seguros para particulares, profissionais e pequenas e médias empresas (PMEs) nesse segmento.

Lucros sobem 5% nos primeiros nove meses do ano

Os lucros do grupo subiram para 3 mil milhões de euros de janeiro a setembro, uma subida de 5% em termos homólogos. Já o resultado líquido ajustado foi de 2,9 mil milhões, uma queda de 3,3% face aos primeiros nove meses do ano passado, mas se não se contabilizar um ganho de capital pontual positivo no ano passado registou uma subida de 3,4%.

Enquanto os prémios brutos emitidos subiram 18,1% em termos homólogos para 70,7 mil milhões de euros, impulsionados pelo segmento Vida, com crescimento de 23,3% e P&C, 9,8% (subida dos resultados brutos).

De acordo com os resultados financeiros divulgados, o grupo registou um crescimento de 7,9% do resultado operacional para 5,4 mil milhões de euros, empurrado pelos segmentos Vida e Gestão de Ativos e Património.

Cristiano Borean, CFO do Grupo Generali, acredita que a companhia está no “caminho certo para concluir com sucesso o plano ‘Lifetime Partner 24: Driving Growth’ ” e adianta que a nova estratégia está em desenvolvimento e “será apresentada em 30 de janeiro de 2025”.

Dado importante é a solvência ou solidez das seguradoras que final de 2023 se fixou nos 220%. O rácio de solvência, que resulta da agregação das cargas de capital relativas aos vários riscos a que as empresas de seguros se encontram expostas foi de 209% no terceiro trimestre deste ano, refletindo uma queda de 11% face à registada no final do ano passado, mas acima dos 100% necessários para garantir que a empresa tenha capacidade de pagar os seus compromissos a médio e longo prazo. Segundo a Generali, o capital gerado nesse período compensou o impacto da aquisição da Liberty Seguros, assim como das mudanças regulatórias, variações de mercado e fatores não económicos.

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