Maria Luís convence eurodeputados. Futura comissária possui “alto grau de aptidão”
ECON, IMCO e LIBE deixaram notas positivas sobre audição de Maria Luís Albuquerque no Parlamento Europeu, mas não ficou isenta de críticas. Esquerda aponta falta de condições e conflito de interesses.
“Independência”, “aptidão” e “experiência profissional”. Estas são algumas das palavras deixadas pelos coordenadores da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários (ECON) do Parlamento Europeu, na sequência da audição a Maria Luís Albuquerque, a 6 de novembro. Com este parecer positivo, a comissária indigitada para os Serviços Financeiros e União das Poupanças ficou em condições de tomar posse no dia 1 de dezembro, juntamente com o resto da nova Comissão depois de ter sido aprovada esta quarta-feira, em Estrasburgo.
Num parecer divulgado pelo Parlamento Europeu, os eurodeputados da ECON consideraram que Maria Luís Albuquerque “possui a integridade exigida, independência, aptidão e experiência profissional, compromisso europeu, capacidade de comunicação e iniciativa” necessários para o cargo para o qual foi apontada. Ademais, dizem que a antiga ministra das Finanças demonstrou “um alto grau de aptidão no que diz respeito” às pastas que lhe foram atribuídas.
Maria Luís Albuquerque foi ouvida no dia 6 de novembro no Parlamento Europeu, tendo recebido mais de dois terços dos votos necessários para aprovação, 51 dos 58 votos. Todos os grupos políticos votaram a favor com exceção dos eurodeputados da Esquerda Europeia (da qual faz parte Bloco de Esquerda e PCP) e a extrema-direita dos Soberanistas (ESN). Em sentido contrário, a antiga governante reuniu o apoio de vários partidos, para além daquele do qual faz parte, o PPE, desde os Verdes, o S&D (a que pertence o PS) e os Patriotas Pela Europa (a que pertence o Chega).
Além da ECON, Maria Luís Albuquerque também foi questionada pelos eurodeputados Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores (IMCO) e a Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos (LIBE). Ambos os pareceres também foram positivos.
“O resultado geral desta audição de confirmação é que a Comissária designada deu uma impressão convincente da sua aptidão para ser membro do Colégio de Comissários e para desempenhar as tarefas específicas que lhe são atribuídas“, lê-se no documento.
Foram, no entanto, deixadas críticas vindas da Esquerda Europeia, grupo político do qual o Bloco de Esquerda e o PCP fazem parte. No documento, a coordenadora desta bancada e membro da ECON considera que Maria Luís Albuquerque “não conseguiu demonstrar compreensão das lições aprendidas com a gestão falhada da crise da zona euro entre 2009 e 2015”, argumentando que, durante o seu mandato, enquanto ministra das Finanças em Portugal, “promoveu políticas de austeridade que tiveram um impacto efeito prejudicial na sociedade e na economia”.
Ademais, consideram que a antiga governante “não possui a reflexão e a abordagem necessárias para cumprir sua responsabilidade central de garantir o financiamento necessário para a transição social e verde”, tendo sido incapaz de “cumprir os padrões de integridade necessários para servir como Comissário”, devido às “fortes ligações com o setor financeiro privado e aparente falta de consciência em relação conflitos de interesse”.
Além de Maria Luís Albuquerque, todos os 25 comissários indigitados receberam pareceres positivos sobre as comissões que os questionaram durante o período de audições que decorreu entre 4 e 12 de novembro. Nova Comissão foi votada e aprovada esta quarta-feira, na sequência de um acordo político alcançado há uma semana entre os grupos políticos do Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas e Democratas (S&D) e os liberais do Renovar a Europa.
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