IL admite chamar António Costa a responder no inquérito sobre a Efacec
O liberal Carlos Guimarães Pinto afirmou que, durante a comissão parlamentar de inquérito, o seu partido pretenderá ouvir “todos os governantes” que contribuíram para a atual situação da empresa.
A Iniciativa Liberal admitiu esta quinta-feira chamar o ex-primeiro-ministro e atual presidente do Conselho Europeu, António Costa, para responder no âmbito da comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da tutela política na empresa Efacec.
A comissão parlamentar de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal à tutela política da gestão da Efacec deverá ser esta tarde aprovada em plenário, depois de durante a manhã, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, ter declarado que a sua bancada irá votar a favor dessa iniciativa.
Perante os jornalistas, o deputado liberal Carlos Guimarães Pinto afirmou que, durante a comissão parlamentar de inquérito, o seu partido pretenderá ouvir “todos os governantes” que contribuíram para a atual situação da empresa, entre eles, “possivelmente”, António Costa.
Carlos Guimarães Pinto indicou que relatório do Tribunal de Contas (TdC) concluiu que houve “má gestão do Estado e má gestão do dinheiro dos contribuintes que foi injetado na Efacec após a nacionalização” da empresa. Segundo o deputado, terão sido perdidos “mais de 500 milhões de euros numa empresa que está depauperada, perdeu os seus melhores quadros, desceu bastante no número de encomendas e era símbolo da tecnologia”.
“Comparado com outras comissões parlamentares de inquérito, estamos neste caso a falar de um valor de perdas cinco vezes superior do que na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e de um valor de 140 vezes superior ao custo do tratamento das gémeas. É possivelmente o segundo maior caso a seguir à TAP de perda de dinheiro dos contribuintes nos últimos anos”, salientou Carlos Guimarães Pinto.
Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), cujos resultados foram conhecidos no final de setembro, concluiu que a decisão do Estado em nacionalizar e depois reprivatizar a Efacec pode atingir um custo, em financiamento público, de 564 milhões de euros, sendo que os objetivos não foram alcançados.
Adicionalmente, o TdC considerou que a escolha da proposta vencedora da reprivatização da Efacec, da Mutares, aumentou o risco da operação e fez com que o Estado gastasse mais 271 milhões de euros. O Estado vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares, que injetará 15 milhões de euros em capital e dará garantias para empréstimos no valor de 60 milhões de euros.
No âmbito da venda, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa e o Banco de Fomento financia em mais 35 milhões de euros, através da compra de obrigações (convertíveis em capital). Estes valores somam-se aos 200 milhões de euros que o Estado já tinha injetado na empresa nos últimos 20 meses (para pagar custos fixos, desde logo salários). A Efacec, que tem sede em Matosinhos, conta com cerca de dois mil trabalhadores.
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