Renfe sublinha os seus resultados históricos no final do ano, enquanto os seus concorrentes de alta velocidade registam perdas

  • Servimedia
  • 30 Dezembro 2024

A Renfe consolidou a sua posição como líder indiscutível do mercado ferroviário espanhol ao encerrar 2024 com um Ebitda de 338 milhões de euros, um aumento de 17% em relação ao ano anterior.

Segundo a empresa presidida por Raül Blanco, reflecte a eficácia das estratégias implementadas para melhorar a eficiência operacional e adaptar-se ao aumento da procura em serviços comerciais como o AVE, Avlo, Alvia, Euromed e Intercity.

Uma das realizações mais destacadas da Renfe Viajeros, a sua filial especializada no transporte de passageiros e serviços turísticos, foi um notável aumento de 88% no resultado operacional da sua área comercial, atingindo 114,56 milhões de euros, em comparação com 60,78 milhões em 2023. Este resultado foi impulsionado por uma forte procura nos corredores de alta velocidade que ligam Madrid à Catalunha, à Andaluzia e à Comunidade Valenciana, apesar das interrupções causadas pela dana nesta última região durante o último trimestre do ano.

O sucesso da Renfe foi também apoiado pelo seu “Plano de Geração de Valor e Melhoria da Eficiência”, que contribuiu com 27,8 milhões de euros para o Ebitda do grupo e permitiu poupanças de quase 60 milhões de euros. Isto consolida a Renfe como um modelo de gestão eficiente no setor ferroviário.

DESAFIOS FINANCEIROS

Enquanto a Renfe celebra um ano excecional, os seus principais concorrentes no mercado da alta velocidade, a Iryo e a Ouigo, enfrentam desafios financeiros significativos num ambiente marcado por uma concorrência feroz e custos operacionais elevados.

A Iryo, que completou o seu primeiro ano completo de operações em 2023, registou perdas de 79 milhões de euros, decorrentes de um investimento de 900 milhões de euros na aquisição de comboios, infra-estruturas e estratégias de marketing. Embora estas perdas fossem esperadas devido à natureza de capital intensivo do setor, a empresa descreve 2023 como um ano de “aprendizagem e ajustamento” e está confiante de que os seus planos a longo prazo irão melhorar os resultados.

Por seu lado, a Ouigo, com um prejuízo de 43 milhões de euros em 2023, realizou um volume de negócios de 139 milhões de euros e transportou 4,6 milhões de passageiros. Embora estes números sejam mais moderados do que os da Iryo, refletem as dificuldades de operar num mercado altamente competitivo. Os analistas concordam que tanto a Iryo como a Ouigo continuarão a registar prejuízos durante, pelo menos, cinco anos, à medida que consolidam as suas operações.

Ambos os operadores, apoiados pela SNCF Voyageurs no caso da Ouigo e pelo consórcio Trenitalia, Air Nostrum e Globalia no caso da Iryo, baseiam o seu modelo em preços baixos e numa oferta simplificada. Embora esta estratégia lhes tenha permitido conquistar uma quota de mercado relevante, a Renfe considera que a forte competitividade da empresa presidida por Raül Blanco complica os seus planos de expansão.

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