Peregrinos sírios regressam a Meca após mais de dez anos de veto saudita

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

Mais de uma década depois do veto imposto pela Arábia Saudita à visita de muçulmanos sírios a Meca, a normalização entre Damasco e Riade permitiu este ano a participação destes na grande peregrinação.

Mais de uma década depois do veto imposto pela Arábia Saudita à visita de muçulmanos sírios a Meca, a normalização entre Damasco e Riade permitiu este ano a participação destes na grande peregrinação ao local mais sagrado do Islão.

Com esta mudança, recomeçaram os voos diretos entre os dois países e a concessão de autorizações para fazer a viagem.

“Não podia acreditar, os meus sentimentos foram indescritíveis quando me disseram que eu estava entre os aceites”, disse à EFE Um Omar, um cidadão sírio de 64 anos que este ano será um dos cerca de 17.500 sírios que finalmente poderão fazer o ‘hach’, a peregrinação ritual que constitui um dos cinco pilares fundamentais do Islão.

Desde o início de junho, mais de 9.000 peregrinos já voaram para a Arábia Saudita a partir de regiões sob o controlo do Governo sírio do presidente Bashar al-Assad, repudiado por Riade e pelo mundo árabe pela sua brutal repressão dos protestos antigovernamentais na Síria em 2011.

Uma das consequências deste repúdio, que só começou a ser revelado no ano passado, foi o veto da Arábia Saudita, guardiã dos locais sagrados do Islão, à entrada de cidadãos sírios, uma punição que, ao longo dos anos, excluiu milhares de sírios, tanto residentes na Síria como opositores que fugiram para outros países.

Os voos diretos para a Arábia Saudita a partir do território sob o controlo do Governo de Bashar al-Assad continuarão até segunda-feira, 10 de junho, fretados pela companhia estatal Syrian Airlines e pela companhia privada Cham Wings, enquanto outros peregrinos poderão chegar à Arábia Saudita por terra, via Jordânia.

O diretor-geral da Autoridade de Aviação Civil da Síria, Basem Mansur, garantiu à EFE que os aeroportos do país – alguns deles danificados devido aos bombardeamentos israelitas dos últimos anos – foram preparados para garantir a segurança e a saúde dos peregrinos, a maioria dos quais com mais de 60 anos.

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Bolsa de Lisboa fecha em queda, em linha com principais praças europeias

  • ECO
  • 10 Junho 2024

A Euronext Lisboa fechou em queda, ainda assim mais contida do que noutras praças. Paris afundou 1,35%, enquanto Madrid desceu 0,42% e Frankfurt 0,34%, a refletir resultados das europeias.

A bolsa de Lisboa encerrou hoje no ‘vermelho’, em linha com as principais praças europeias, com o índice PSI a desvalorizar 0,11% para 6.729,42 pontos, numa sessão em que a Semapa liderou as perdas, caindo 3,82%, facto explicado por ter sido a primeira sessão pós-dividendos.

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Marcelo volta a Pedrógão Grande no 10 de junho

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

O Presidente da República discursa em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, pela nona vez numa cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, falando numa pátria de caráter universal.

O Presidente da República discursa este 10 de junho em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, pela nona vez numa cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, data em que tem elogiado o povo português, falando numa pátria de caráter universal.

Marcelo Rebelo de Sousa escolheu para palco destas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017 — Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera — e Coimbra, onde terão hoje início as celebrações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.

Há um ano, a cerimónia militar do 10 de junho foi também no interior do país, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, onde o chefe de Estado afirmou a ambição de que os “interiores sejam tão importantes quanto as Lisboas, os Portos, os Setubais” e outras cidades do litoral, “iguais na lei, iguais na esperança do futuro”.

Nessa ocasião, como em anos anteriores, fez um discurso de exaltação do povo português, que descreveu como povo de caráter universal, espalhado pelo mundo e com vocação para fazer pontes. “É de pasmar, para tão pequeno território terrestre e tão reduzida população, temos um peso no mundo muito, muito maior de longe do que o nosso território terrestre“, considerou. “Mas, pergunto: de que nos serve termos essa influência mundial se entre portas sempre tivemos e temos problemas por resolver: mais pobreza do que riqueza, mais desigualdade do que igualdade, mais razões para partir, às vezes, do que para ficar?“, questionou.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu que não se desista de “criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão” no país, começando de novo, se preciso, e defendeu que para isso há que cortar “ramos mortos que atingem a árvore toda”.

Este ano, havendo iniciativas dispersas por vários lugares, o Presidente da República optou por não nomear uma comissão organizadora do 10 de junho, que é normalmente presidida por uma personalidade ligada à sede das comemorações.

A cerimónia militar, em Pedrógão Grande, está marcada para as 11h00. O chefe de Estado seguirá depois para a Universidade de Coimbra, onde visitará uma exposição camoniana na Biblioteca Joanina, às 17h30, e participará na cerimónia inaugural evocativa dos 500 anos de Camões, às 18:00, seguida de um espetáculo musical, às 21h30, no Pátio das Escolas.

As cerimónias do Dia de Portugal prosseguirão, entre terça e quarta-feira, na Suíça, junto de comunidades emigrantes portuguesas, com a participação do Presidente da República e também do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Este 10 de junho acontece no dia seguinte às eleições europeias e é o primeiro na sequência das legislativas antecipadas de 10 de março, das quais resultou a formação de um Governo minoritário PSD/CDS-PP, após oito anos de governação do PS.

O atual modelo de duplas celebrações do Dia de Portugal foi lançado por Marcelo Rebelo de Sousa no ano da sua posse, 2016, em articulação com o então primeiro-ministro, António Costa.

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Os vencedores e os derrotados de uma noite eleitoral que começou empatada

As sondagens à boca das urnas prognosticavam vários empate. As margens apertadas trouxeram à noite das Europeias vitórias pouco folgadas e derrotas com fatores atenuantes.

Se nas legislativas de 10 de março a margem de diferença entre os resultados da vencedora Aliança Democrática (AD, coligação PSD/PPD com CDS) e o Partido Socialista (PS) tinha sido curta, a das Europeias deste domingo foi ainda fina, de apenas 38,5 mil votos e menos de um ponto percentual. Desta vez, no entanto, os vencedores foram os socialistas de Pedro Nuno Santos. A coligação de centro-direita liderada por Luís Montenegro ficou do lado dos derrotados, mas o desaire não foi pesado.

No pódio ficou ainda o Chega, que apesar da entrada na arena de representação europeia, sofreu uma derrota porque ficou aquém dos seus próprios objetivos e das expectativas que criou com o resultado estrondoso em março. A Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com o mesmo número de lugares que o Chega (dois), mas foi um dos vencedores da noite, com a eleição de dois eurodeputados e colado a Ventura.

Na esquerda, Bloco e CDU celebraram com alívio a manutenção da presença em Estrasburgo, embora com metade dos lugares do último mandato, enquanto o PAN não atingiu esse objetivo e o Livre desiludiu após o brilharete das legislativas.

Os vencedores

Pedro Nuno Santos e Marta Temido (PS)

Às 20h00, as sondagens à boca das urnas de quatro canais de televisão apontavam para um empate técnico entre o PS e AD, mas com uma ligeira vantagem para os socialistas, algo que se acabaria por verificar a partir das 22h00, quando os resultados provisórios foram sendo revelados. Apesar da margem curta, a vitória de Pedro Nuno Santos e da cabeça-de-lista Marta Temido é inegável, até porque depois das legislativas e o cenário de combate político no Parlamento, era imprescindível para o PS não sofrer nova derrota nas urnas.

O secretário-geral do PS ainda aproveitou para celebrar que “a extrema-direita em Portugal baixou” e que “quando se dizia que o Chega vinha para ficar aí vêm as Europeias para nos provar que não é assim”. Olhando para a frente, disse que o partido não quer ser visto como fator de “instabilidade política”, sinalizando que poderá não chumbar o Orçamento do Estado para 2025.

Para Marta Temido, depois de um período difícil à frente do ministério da Saúde (que culminou com uma saída repentina) e uma campanha nem sempre muito feliz (por exemplo nos debates), o resultado oferece uma nova etapa, ou mesmo etapas, na carreira política.

Rui Rocha e João Cotrim de Figueiredo (IL)

“Vou medir bem as palavras: que grande vitória da Iniciativa Liberal, 9,1% dos votos e dois eurodeputados”, afirmou João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista dos liberais, claramente esfusiante com o resultado. O ex-líder dos liberais trouxe um primeiro resultado positivo no mandato do sucessor, Rui Rocha, após o resultado neutro das legislativas, quando o partido não subiu nem desceu na presença na Assembleia da República.

Cotrim de Figueiredo considerou que a IL conseguiu “desmentir aqueles velhos do Restelo que diziam que o liberalismo não tinha hipótese em Portugal”. “Tem, sim. E hoje provámos e crescemos muito e vamos continuar a crescer porque nós sabemos e vamos gritar todos que o liberalismo funciona e faz falta a Portugal”, defendeu.

 

Os derrotados

Luís Montenegro e Sebastião Bugalho (AD)

Uma derrota com sabor a empate. Luís Montenegro admitiu derrota quando subiu ao palco do Hotel Sana em Lisboa: “Quando há eleições cada força política tem os seus objetivos e o objetivo da AD é sempre ter pelo menos mais um voto do que outra força partidária. Quero assumir que não cumprimos esse objetivo e quero, por isso, felicitar o PS o seu secretário-geral e a sua cabeça de lista”.

No entanto, a margem da derrota foi tão curta que permitiu ao presidente do PSD e líder do Governo virar o discurso para um tom mais positivo, referindo-se ao “alento para prosseguir a caminhada que nos trouxe até aqui” como a vitória nos Açores, duas vezes na Madeira e nas últimas legislativas. Aproveitou ainda para declarar o apoio da AD e do Governo ao seu antecessor António Costa para o cargo de presidente do Conselho Europeu, se este decidir ser candidato, numa jogada de antecipação.

Para Sebastião Bugalho, a noite não foi de derrota, pois o resultado premeia uma forte campanha após uma nomeação que era, no mínimo, de elevado risco.

André Ventura e António Tanger Corrêa (Chega)

O candidato do Partido Chega António Tânger Correa (E) acompanhado pelo presidente do Partido André Ventura (D) discursa na sede eleitoral do partido após conhecer os resultados da noite das eleições europeias em Lisboa, Portugal, 09 de junho de 2024. Mais Mais de 10,8 milhões de eleitores registados em Portugal e no estrangeiro vão hoje às urnas para escolher 21 dos 720 deputados ao Parlamento Europeu.MIGUEL A. LOPES/LUSA

 

Um terceiro lugar, novamente, 9,79% dos votos, 386 mil votos e dois lugares na Europa. Em qualquer outra circunstância isto colocaria um partido como o Chega no campo dos vencedores. Mas a própria ambição de chegar aos cinco eurodeputados e de repetir o resultado de 18% em março para afirmar o crescimento torna o resultado de domingo num balde de água fria.

“Hoje não foi um dia para o Chega”, reconheceu António Tanger Corrêa, cabeça de lista do Chega. André Ventura ainda tentou salientar alguns aspetos positivos, como a manutenção como terceira força política, mas o tom tinha sido definido horas antes, quando admitira que o resultado ia ficar aquém do desejado.

Bloco de Esquerda e CDU

As celebrações efusivas nas sedes do Bloco e da CDU, com poucos minutos de diferença, das eleições de Catarina Martins e João Oliveira, respetivamente, expressavam principalmente alívio. O cenário de perder dois eurodeputados e sair do Parlamento Europeu tinha sido real para os dois partidos quando as televisões transmitiram as sondagens. Mas as quedas de 9,82% para 4,25%, no caso dos bloquistas, e de 6,19% para 4,12%, no dos comunistas, não podem ser vistas de que qualquer outra forma senão derrotas claras.

Livre e PAN

Depois de conquistar quatro lugares no Parlamento em março, o Livre não conseguiu aproveitar o momentum para enviar um representante a Estrasburgo, após uma campanha em que o bom desempenho inicial do cabeça de lista Francisco Paupério foi ensombrado pelas críticas sobre a escassa participação do líder do partido, Rui Tavares.

O PAN sai como um dos principais derrotados da noite eleitoral. Não só não conseguiu recuperar o lugar perdido no Parlamento Europeu quando Francisco Guerreiro se desfiliou do partido, desceu de 5,08% dos votos para 1,22% e ficou atrás do ADN.

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O papel da tecnologia e inovação na economia da saúde

  • ECO
  • 10 Junho 2024

A 2ª Conferência ECO Saúde e Economia, que decorreu no passado dia 28 de maio, nos estúdios do ECO, reuniu vários especialistas do setor da saúde para falarem de desafios e soluções.

Foi no passado dia 28 de maio que decorreu a 2ª edição da Conferência ECO Saúde e Economia, que reuniu vários especialistas, decisores e investigadores do setor da saúde em Portugal, a fim de discutirem os impactos que esta área tem na economia nacional.

A sessão de abertura do evento ficou a cargo de Diogo Agostinho, Chief Operating Officer do ECO, que ressalvou a importância de repetir este evento, tendo em conta a ligação direta que a saúde tem com a economia. E, de seguida, deu-se início ao primeiro painel de debate, cujo tema era “Inovação em Saúde: Portugal está na vanguarda?”, moderado por André Veríssimo, Subdiretor do ECO, e que contou com a presença de Guy Villax, Presidente da Health Cluster Portugal; Fabíola Costa, Diretor of Clinical Research da Sword Health; Pedro Garcia da Silva, Scientific coordinator da Fundação Champalimaud; e Filipa Mota e Costa, Diretora Geral da Johnson&Johnson Innovative Medicine.

Após este primeiro painel, seguiu-se outro, desta vez sobre “Os riscos operacionais (e legais!) da IA na Saúde”, moderado por Cláudia Pinto, Jornalista e autora Newsletter ECO Saúde, que juntou Ana Gil Marques, Head of Legal & Compliance Siemens Healthineers Portugal; Miguel Nobre Menezes, Médico cardiologista no Hospital de Santa Maria e Hospital Lusíadas Lisboa e docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; e Maria Raimundo, Consultora freelancer em tecnologia e saúde, para discutirem o tema.

O último painel do evento abordou “Os desafios do setor privado” na saúde, novamente moderado por André Veríssimo, Subdiretor do ECO, e, para explorar este mote, marcaram presença na discussão Bruno Gomes, CEO da Trofa Saúde; e Luís Drummond Borges, Chief Commercial Officer da Lusíadas Saúde.

O encerramento da conferência ficou a cargo de Cristina Vaz Tomé, Secretária de Estado da Gestão da Saúde, que apresentou algumas das medidas que serão tomadas no setor da saúde, com base nalgumas prioridades.

 

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Derrotado, Montenegro promete que vai manter “caminhada”

O líder do PSD reconheceu que tem de "aprofundar" os entendimentos com o PS, no âmbito da Assembleia da República, sem violar o programa do Governo, e reforçou a cerca sanitária ao Chega.

A derrota da Aliança Democrática (AD) nestas eleições europeias por uma unha negra face ao PS serviu para o líder do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, reforçar o cordão sanitário face ao Chega e desafiar os socialistas a aprofundar o diálogo, na Assembleia da República, em matérias que carecem do crivo parlamentar como diminuição de impostos ou Orçamento do Estado para 2025. “O resultado de hoje dá-nos muito, muito alento para cumprirmos a caminhada que nos trouxe até aqui”, disse.

A AD obteve 31,12% dos votos e conseguiu eleger sete eurodeputados, enquanto o PS alcançou oito mandatos e 32,09% dos votos, segundo os resultados provisórios publicados no site da secretaria-geral da Administração Interna.

“O Governo e a AD estão disponíveis desde a primeira hora para dialogar e encontrar consensos com todas as forças políticas, mas, naturalmente, aquela com quem temos de necessidade de aprofundar é o PS em tudo o que for relevante nas decisões do Governo, nomeadamente aquelas que carecem de pronúncia parlamentar”, anunciou Montenegro na noite de domingo, depois de conhecidos os resultados eleitorais, numa sala do Hotel Epic Sana Marquês, em Lisboa, convertido em quartel-general da AD.

Com estas declarações, Montenegro tentou refrear os ânimos entre AD e PS no Parlamento, designadamente no que diz respeito a medidas como a descida do IRS. De lembrar que PS com a ajuda do Chega conseguiu aprovar um projeto próprio e chumbar a proposta dos partidos que sustentam o Governo.

Porém, Montenegro ressalvou que a coligação PSD/CDS “não consegue obrigar quem não quer consensualizar a fazê-lo” e que há uma linha vermelha que é o programa do Governo. “Se o Parlamento não rejeita o nosso programa é porque assume a responsabilidade de o executar”, reiterou, dirigindo-se ao PS que se absteve nas moções de rejeição de BE e PCP, o que permitiu a viabilização do plano do Executivo.

O cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, reforçou a tese de que PSD e CDS não se devem afastar nem “um ponto dos seus princípios democráticos”. Brincando com a diferença “poucochinha” entre o resultado da AD e do PS, o independente de 28 anos defendeu que nos “nove quilómetros” que a caravana percorreu nesta campanha, não houve “um ataque pessoal, um populismo, um extremismo”. “Ficámos a um ponto da vitória mas não ficámos a um ponto de quebrar o nosso compromisso com a democracia”, sublinhou.

Montenegro assume derrota, mas Bugalho reclama vitória

Logo após conhecidos os resultados eleitorais provisórios, Luís Montenegro reconheceu de imediato a derrota dos partidos do Governo. “Quando há eleições, cada força política tem os seus objetivos, o objetivo da AD é sempre ter pelo menos mais um voto do que outra força partidária. Quero assumir que não cumprimos esse objetivo e quero felicitar o PS e o seu secretário-geral e a sua cabeça de lista“, declarou.

Ainda assim, o líder do PSD lembrou os feitos alcançados pelo partido: “Tendo percorrido até aqui dois anos de trabalho político intenso, tivemos ocasião de vencer quatro eleições com candidatos da AD, nos Açores, duas na Madeira e nas legislativas“. Ora estas vitórias “dão alento para prosseguir a caminhada” que o partido trilhou, defendeu.

Já Sebastião Bugalho preferiu dar ênfase às metas alcançadas, rejeitando derrota alguma. “É com satisfação que vejo que um conjunto de objetivos predeterminados da AD e da candidatura que vejo cumprido”, realçou.

Dissemos que íamos manter a nossa delegação no Parlamento Europeu e cumprimos e vamos manter, continuarmos com sete eurodeputados, enquanto os nossos adversários perderam eurodeputados“, evidenciou Bugalho. De lembrar que o PS elegeu oito mandatos, quando tinha nove. A este respeito, Bugalho aproveitou para dar uma alfinetada, que arrancou aplausos da plateia: “Compreendo os festejos, quando o PS não ganha há quatro eleições“.

O candidatou continuou a apresentar argumentos para refutar a ideia de que a AD tinha sofrido uma derrota. “Pessoalmente ambicionava a ter mais um ponto do que a minha idade (28 anos) e acabei com mais três pontos do que a minha idade“, isto é, a AD obteve 31,21% dos votos enquanto o PS alcançou 32,09%. “Estou aqui mesmo precocemente envelhecido”, afirmou em tom jocoso. “Em comparação com as últimas europeias, a AD teve um aumento de 20% da votação. Pela primeira vez, em 10 anos, tivemos mais de um milhão de eleitores. Não é dia de uma derrota da AD“, concluiu.

 

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Eleição de dois eurodeputados é uma “grande vitória”

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

João Cotrim Figueiredo afirmou que estes resultados serviram para "desmentir aqueles velhos do Restelo que diziam que o liberalismo não tinha hipótese em Portugal".

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições europeias afirmou hoje que a eleição de dois eurodeputados foi uma “grande vitória” e que o “liberalismo veio para ficar”. “Eu vou medir bem as palavras: que grande vitória da Iniciativa Liberal, 9,1% dos votos e dois eurodeputados“, afirmou João Cotrim de Figueiredo.

A Iniciativa Liberal conquistou 9,07% (357.790 votos) e dois eurodeputados, ficando ligeiramente atrás do Chega que teve 9,79% (386.147 votos).

Nas antigas oficinas do Metropolitano de Lisboa, no Lumiar, em Lisboa, que foi o quartel-general dos liberais para a noite eleitoral, Cotrim de Figueiredo considerou que a IL conseguiu “desmentir aqueles velhos do Restelo que diziam que o liberalismo não tinha hipótese em Portugal”.

“Tem, sim. E hoje provámos e crescemos muito e vamos continuar a crescer porque nós sabemos e vamos gritar todos que o liberalismo funciona e faz falta a Portugal”, atirou.

O agora eleito eurodeputado garantiu que a IL “veio para ficar” e para fazer de Portugal um país mais liberal. “Estamos aqui para nunca dar tréguas nem aos socialistas nem aos populistas”, vincou.

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Pedro Nuno festeja primeira vitória eleitoral: “PS é hoje a primeira força política em Portugal”

O secretário-geral do PS considerou que a eleição de oito eurodeputados evidencia a confiança dos portugueses no partido e a rejeição da "arrogância" ao Governo de Montenegro.

O PS venceu estas eleições e é hoje a primeira força política em Portugal“. Foi desta forma que Pedro Nuno Santos começou o seu discurso de vitória às eleições europeias, que permitiram ao PS eleger oito eurodeputados, menos um dos que em 2019, para a próxima legislatura no Parlamento Europeu.

Para o secretário-geral do PS, que discursava no hotel Altis, este domingo, esta vitória, embora tivesse sido alcançada com margem pequena (cerca de 40 mil votos de diferença da Aliança Democrática), permite fazer uma leitura nacional clara sobre a governação levada a cabo por Luís Montenegro. “Esta foi a resposta que os portugueses deram à forma como o Governo quis estar nesta campanha“, disse o líder socialista, acusando o Executivo de ter estado “envolvido de forma intensa” na campanha eleitoral.

“A estratégia de ter um Governo que ignora a oposição e governa por decreto foi chumbada nestas eleições”, acusou Pedro Nuno Santos, sublinhando que os portugueses rejeitaram “a arrogância” promovida pelo Executivo de Luís Montenegro. “Esta vitória do PS e a derrota da AD não é irrelevante no plano nacional. O Governo nacionalizou esta eleição“, atirou.

O líder do PS realçou que “esta vitória é conseguida três meses depois das legislativas” e é “impactante” por ser contra um Governo que embora ainda não apresente sinais de “desgaste”, ainda “não parou de fazer anúncios”, sem quantificar as medidas que apresenta, a nível orçamental, nem se comprometer com prazos. “É neste quadro e condições que o PS ganha as eleições”, reiterou Pedro Nuno Santos que festeja, desta forma, a sua primeira vitória enquanto secretário-geral do partido desde de que assumiu funções.

Carlos César, presidente do PS, à esquerda. Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, abraça Marta Temido, cabeça de lista do PS e eurodeputada eleitaHugo Amaral/ECO

 

Ainda na leitura desta vitória a nível nacional, Pedro Nuno salientou que os resultados permitiram evidenciar outro aspeto: “A extrema-direita em Portugal baixou“, disse, referindo-se ao Chega. O partido de André Ventura conseguiu eleger apenas dois eurodeputados (tal como o Iniciativa Liberal), um resultado que ficou longe da ambição do partido que pretendia assegurar, pelo menos, quatro eurodeputados no Parlamento Europeu, quando não tinha nenhum.

“Ficamos contentes por ver o Chega a reduzir. Quando se dizia que o partido vinha para ficar, aí vêm as Europeias para nos provar que não é assim”, disse, rejeitando as acusações provenientes da sede da Aliança Democrática: “A tentativa de colagem do PS ao Chega é absurda”, garantiu Pedro Nuno Santos. “É o partido que combatemos“, garantiu, sublinhando que o PS está focado em ser o sinal de estabilidade no país e que continuará a levar a cabo uma renovação de quadros e de propostas, lançando estados gerais nos próximos meses, para “construir uma alternativa”.

O PS não vai fazer corpo presente no Parlamento“, disse em resposta à questão sobre se irá condicionar o Governo com a aprovação, ou chumbo, do Orçamento do Estado. “Essa pergunta tem de deixar de ser feita ao PS, têm de perguntar à AD”, sublinhou.

Não contem connosco para instabilidade politica, mas sim com franqueza. Somos um partido da estabilidade e não deixamos de ser com esta eleição.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

 

“Portugueses confiam no PS”, diz Marta Temido

A cabeça de lista do PS considerou que os resultados eleitorais permitiram evidenciar que “os portugueses confiaram no projeto da Europa” que o partido defende, mas sobretudo, “voltaram a mostrar que [os portugueses] confiam no PS”, afirmou durante o seu discurso de vitória.

Marta Temido, cabeça de lista do PS e eurodeputada eleitaHugo Amaral/ECO

 

Reiterando que estas eleições foram “as mais importantes” de sempre, face à guerra na Ucrânia é “ao crescimento de quem quer destruir por dentro”, Marta Temido sublinha que o resultado desta noite é “muito importante” porque demonstra a “confiança dos portugueses no projeto europeu” e promove uma “redução da extrema-direita em Portugal”, diz, “apesar de não poder deixar de assinalar o seu crescimento” no resto da Europa.

O PS conseguiu mais votos do que nas últimas europeias”, regista. “Obrigada por darem força à Europa solidária que queremos e defendemos”, disse, registando, também, que os portugueses “votaram massivamente em projetos políticos europeístas”.

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“Hoje não foi um dia bom para o Chega”

  • Lusa
  • 10 Junho 2024

Tânger Corrêa considerou que o domingo "não foi um dia bom" para o partido, depois de ter falhado a meta de vencer as eleições, e e comprometeu-se a "representar Portugal e os portugueses".

O cabeça de lista do Chega às europeias considerou que o domingo “não foi um dia bom” para o partido, depois de ter falhado a meta de vencer as eleições, e e comprometeu-se a “representar Portugal e os portugueses”.

Na primeira vez que o partido se apresentou a eleições europeias, o Chega elegeu dois eurodeputados, António Tânger Corrêa e Tiago Moreira de Sá, falhando o objetivo estabelecido pelo presidente de ser a força política mais votada. “Hoje não foi um dia bom para o Chega. Há perder e ganhar, ganhar e perder, estou muito habituado a isso na vida”, afirmou o primeiro candidato no discurso no final da noite eleitoral, num hotel em Lisboa.

António Tânger Corrêa considerou “uma pena” o partido ter conseguido apenas dois lugares no Parlamento Europeu. “Somos dois mas somos bons, e vamos para Bruxelas para trabalhar, para representar Portugal, representar os portugueses”, salientou.

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Montenegro apoia candidatura de Costa para presidente do Conselho Europeu

António Costa sublinhou que "nunca aceitaria ser candidato" a presidente do Conselho Europeu "sem o apoio do Governo do país".

O primeiro-ministro anunciou este domingo o apoio da AD e do Governo ao seu antecessor António Costa para o cargo de presidente do Conselho Europeu, se este decidir ser candidato.

“É possível que a presidência do Conselho Europeu seja destinada a um candidato socialista. Se o dr. António Costa for candidato a esse lugar, a AD e o Governo de Portugal não só apoiarão como farão tudo para que essa candidatura possa ter sucesso”, disse Luís Montenegro no discurso de reconhecimento da derrota nas eleições europeias.

Aliás, acrescentou, “todos os meus colegas do PPE já sabem disto, mesmo antes de António Costa ser ex-primeiro-ministro”.

Questionado se tal apoio depende da resolução do processo judicial em que o ex-primeiro-ministro viu o seu nome envolvido, respondeu: “Se o dr. António Costa for candidato – e quem vai decidir se é candidato é ele e a sua família política – a nossa decisão está tomada”.

Confrontado com as declarações de Montenegro, António Costa confirmou que Luís Montenegro já tinha manifestado o seu apoio à eventual candidatura ao Conselho Europeu antes mesmo de ser primeiro-ministro. Na CMTV, onde está a comentar a noite eleitoral, o ex-primeiro-ministro sublinhou que “nunca aceitaria ser candidato sem o apoio do Governo do país”.

Pedro Nuno Santos, no seu discurso de vitória, reconheceu que “há uma larga maioria em Portugal que apoia Costa” e, por isso, todos farão “força para que isso seja uma realidade”. “Será com grande entusiasmo que gostaríamos de ver António Costa como presidente do Conselho Europeu”, disse o agora secretário-geral do PS.

A potencial candidatura europeia de António Costa é prestigiante para Portugal na opinião de uns, muito difícil na opinião de outros pelo facto de este já não ser o primeiro-ministro de Portugal.

Quem não perdeu uma oportunidade para se referir ao apoio de Montenegro a Costa foi André Ventura, que considerou que esta é uma prova de como o PSD é a muleta do PS. Isto depois de Nuno Melo ter, ao início da noite eleitoral, dado a entender que o mau resultado do Chega se deve às coligações negativas que tem formado com o PS, naquela que é já conhecida como a Cheringonça. O líder do Chega disse claramente que não apoia a candidatura de António Costa.

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PS vence Europeias com oito mandatos e vantagem ligeira face à AD. Chega e IL elegem dois eurodeputados cada

Socialistas tiveram 32,11% dos votos, face aos 31,12% da AD, que elegeu sete eurodeputados. Bloco e CDU mantêm presença no Parlamento Europeu, mas com apenas um lugar cada. PAN perde mandato.

O Partido Socialista venceu as eleições europeias deste domingo e elegeu oito dos 21 lugares que Portugal tem no Parlamento Europeu. Com 99,28% dos votos contados, os socialistas contabilizavam 32,10%, numa corrida renhida em que a Aliança Democrática (AD) obteve 31,12% e sete mandatos de eurodeputado. A diferença nas votações era de apenas 38,5 mil.

O Chega ficou em terceiro lugar, com 9,79% e conseguiu pela primeira vez representação no hemiciclo europeu com dois lugares, mas o resultado não foi aquele que o partido desejava, admitiu André Ventura. A Iniciativa Liberal também se vai estrear em Estrasburgo (e Bruxelas), tendo também eleito dois eurodeputados, com 9,07% dos votos.

O Bloco de Esquerda e a CDU elegeram Catarina Martins e João Oliveira, respetivamente, mas os dois partidos também perderam um lugar cada. Os bloquistas recolheram 4,25% dos votos, e os comunistas 4,12%. O PAN, por outro lado, não conseguiu manter o lugar único no Parlamento Europeu, recolhendo 1,22% dos votos, menos que os 3,75% do Livre e 1,37% do ADN, dois partidos que também não conseguiram eleger eurodeputados.

“Primeira força política”, diz Pedro Nuno

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que o partido “venceu estas eleições e é hoje a primeira força política em Portugal”.

“Tivemos mais votos e mandatos. Recuperámos a liderança em três distritos. Faro, Guarda e Porto. A esquerda foi nestas eleições maioritária“, continuou, congratulando todos os oito candidatos socialistas eleitos, “em particular, à Marta Temido”. Dirigindo-se à ex-ministra da Saúde num tratamento mais pessoal, Pedro Nuno Santos congratulou a cabeça de lista pela vitória e pelo que isso representa a todas as mulheres.

A cabeça de lista do Partido Socialista Marta Temido discursa acompanhada pelo secretário-geral do partido Pedro Nuno Santos (D) e pelo presidente honorário Carlos César (E) depois de o Partido Socialista ter sido o partido mais votado nas eleições europeias de 9 de junho de 2024.Hugo Amaral/ECO

“A Marta foi uma grande candidata, e não foi surpresa para mim”, disse o secretário-geral do PS, agradecendo “a campanha que fez e da relação que construiu com os portugueses, que ficou evidente com esta campanha”.

Marta Temido subiu ao palco e disse que “os portugueses confiaram no projeto da Europa que defendemos, voltaram a mostrar que confiam no PS“, sublinhou a cabeça-de lista do PS, prometendo que “a partir de amanhã” o partido vai começar a “trabalhar com todos aqueles que querem construir uma Europa mais forte”.

Bugalho “precocemente envelhecido”

Poucos minutos antes, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, assumira a derrota da AD, mas com a garantia que ainda tem “alento para prosseguir a caminhada que nos trouxe até aqui“, porque nos últimos dois anos alcançou vitória nos Açores, duas vezes na Madeira e nas últimas legislativas.

“Quando há eleições cada força política tem os seus objetivos e o objetivo da AD é sempre ter pelo menos mais um voto do que outra força partidária. Quero assumir que não cumprimos esse objetivo e quero, por isso, felicitar o PS o seu secretário-geral e a sua cabeça de lista. Já tive ocasião de falar com o secretário-geral do PS e o nosso candidato [Sebastião Bugalho] também já falou com a candidata do PS”.

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro (C), acompanhado pelo candidato da Aliança Democrática (AD), Sebastião Bugalho (2-R), e pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo (L), discursa no a sede eleitoral do partido depois de conhecer os resultados da noite das eleições europeias em Lisboa, Portugal, 09 de junho de 2024. Mais de 10,8 milhões de eleitores registados em Portugal e no estrangeiro vão às urnas no dia 09 de junho para escolher 21 dos 720 deputados do Parlamento Europeu.MIGUEL A. LOPES/LUSA

Bugalho afirmou, no entanto, que apesar de o PS ter tido mais votos, a AD não sofreu uma derrota. “Em comparação com as últimas europeias, a AD teve um aumento de 20% da votação. Não é o dia de uma derrota para a AD”, frisou. E, lembrou, que até conseguiu ultrapassar a sua meta: “Pessoalmente ambicionava ter mais um ponto do que a minha idade (28) e acabei com mais três pontos (31%) do que a minha idade”. “Estou precocemente envelhecido”, atirou em jeito de brincadeira.

Bugalho diz que entende os “festejos do PS”, revelando que já felicitou a adversária Marta Temido. Mas também deu uma alfinetada: “Compreendo os festejos quando o PS não ganha há quatro eleições”.

“Não foi um dia para o Chega”

“Hoje não foi um dia para o Chega”, reconheceu António Tanger Corrêa, cabeça de lista do Chega. O partido apenas conseguiu eleger dois eurodeputados, quando pretendia chegar aos cinco. “Vamos para Bruxelas para trabalhar”, disse, garantindo que o cargo de eurodeputado “não é um tacho”.

Com 388 mil votos, o Chega não conseguiu replicar a vitória da extrema-direita em vários países europeus, nomeadamente em França que levaram o presidente Emmanuel Macron a convocar eleições antecipadas para a Assembleia Nacional.

O candidato do Partido Chega António Tânger Correa (E) acompanhado pelo presidente do Partido André Ventura (D) discursa na sede eleitoral do partido após conhecer os resultados da noite das eleições europeias em Lisboa, Portugal, 09 de junho de 2024. Mais Mais de 10,8 milhões de eleitores registados em Portugal e no estrangeiro vão hoje às urnas para escolher 21 dos 720 deputados ao Parlamento Europeu.MIGUEL A. LOPES/LUSA

André Ventura já reagira pouco depois das 20h00 para expressar que o resultado apontado pelas sondagens à boca das urnas não era o que o partida queria, mas voltou a falar no final da noite para passar uma mensagem mais positiva. “O Chega passa de zero para dois eurodeputados”, atirou o presidente do partido, lembrando que passa de uma coligação (Basta) com 50 mil votos para quase 400 mil.

“A noite trouxe-nos uma realidade que não podemos ignorar: nem liberais nem extrema-esquerda, continuamos a ser a terceira força”, realçou, frisando que houve “entusiasmo” do início da noite e que acabou de forma diferente: “O Chega não venceu, mas ninguém nos ultrapassou.”

(Notícia atualizada às 00h36)

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Todas as sondagens à boca das urnas apontam para empate entre PS e AD

As sondagens apontam para três empates nas europeias: entre PS e AD para a liderança, outro entre Iniciativa Liberal e Chega para o terceiro lugar e um entre Bloco, Livre e CDU à esquerda.

As sondagens à boca das urnas de quatro canais de televisão, apontam para um empate técnico entre o Partido Socialista (PS) e a Aliança Democrática (AD) nas eleições deste domingo para o Parlamento Europeu.

No conjunto das sondagens, o PS surge com um resultado de entre 27,2% a 34%, enquanto a AD (coligação composta por PSD/PPD e CDS) recolhe entre 26,9% e 33,6% dos votos. Em todos inquéritos, ambos elegem entre seis e oito eurodeputados.

As sondagens da RTP, SIC, CNN e CMTV apontam também para um cenário de empate técnico entre Iniciativa Liberal e Chega, com os liberais a atingirem uma votação de 8% a 12,3%, enquanto o partido liderado por André Ventura a recolher entre 6,6% e 12,6% dos votos. Os dois partidos podem eleger entre um 1 e 3 mandatos.

À esquerda, Bloco, Livre e CDU também surgem praticamente empatados nas sondagens. Os bloquistas devem ficar nos 2,8% a 7%, segundo as sondagens, com o partido de Rui Tavares nos 2,5% a 6,5% e os comunistas entre 2% e 6%. Em todos inquéritos, os três partidos podem conseguir um mandato, mas também podem ficar fora do hemiciclo europeu. Este último cenário deverá estar garantido para o PAN.

Veja aqui os resultados das quatro sondagens:

Sondagem RTP/Católica aponta para empate entre AD e PS

PS: 28% a 34% / 6 a 8 eurodeputados

AD: 28% a 33% / 6 a 8 eurodeputados

Iniciativa Liberal: 8% a 12% / 2 a 3 eurodeputados

Chega: 8% a 12% / 2 a 3 eurodeputados

Bloco de Esquerda: 3% a 5% / 0 a 1 eurodeputados

Livre: 3% a 5% / 0 a 1 eurodeputados

CDU: 3% a 5% / 0 a 1 eurodeputados

PAN: 1% a 2% / 0 eurodeputados

AD e PS empatados nas projeções da SIC com 7 ou 8 mandatos

AD: 29,2% a 33,6% / 7 a 8 eurodeputados

PS: 28,4% a 32,8% / 7 a 8 eurodeputados

Chega: 7,5% a 10,9% / 2 a 3 eurodeputados

Iniciativa Liberal: 8,1% a 11,5% / 2 a 3 eurodeputados

Bloco de Esquerda: 2,8% a 5,8% / 0 a 1 eurodeputados

CDU: 2,8% a 5,8% / 0 a 1 eurodeputados

Livre: 2,9% a 5,9% / 0 a 1 eurodeputados

Sondagem CNN/TVI/Pitagórica aponta dá empate entre PS e AD

PS: 27,7% a 33,7% / 6 a 8 eurodeputados

AD: 26,0% a 32,0% / 6 a 8 eurodeputados

Chega: 6,6% a 12,6% / 1 a 3 eurodeputados

Iniciativa Liberal: 8,3% a 12,3% / 1 a 3 eurodeputados

Bloco de Esquerda: 3,0% a 7,0% / 0 a 1eurodeputados

Livre: 2,5% a 6,5% / 0 a 1 eurodeputados

CDU: 2,0% a 6,0% / 0 a 1 eurodeputados

PAN: 0,7% a 2,7% / 0 eurodeputados

Sondagem CMTV/Intercampus indica empate técnico PS e AD:

PS: 27,2% a 33,2% / 6 a 8 eurodeputados

AD: 26,9% a 32,9% / 6 a 8 eurodeputados

Iniciativa Liberal: 8,3% a 12,3% / 1 a 3 eurodeputados

Chega: 7,5% a 11,5% / 1 a 3 eurodeputados

Bloco de Esquerda: 3,1% a 6,1% / 0 a 1eurodeputados

Livre: 3% a 6% / 0 a 1eurodeputados

CDU: 2,3% a 5,3% / 0 a 1 eurodeputados

ADN: 0,4% a 2,3% / 0 eurodeputados

PAN: 0,3% a 2,4% / 0 eurodeputados

(Notícia atualizada às 20h44)

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