Von der Leyen sem convite para assistir à tomada de posse de Donald Trump
Protocolo não prevê a presença de líderes estrangeiros, mas isso não impediu Donald Trump de convidar a italiana Georgia Meloni, o húngaro Viktor Orbán ou o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não foi convidada a assistir à tomada de posse do presidente eleito Donald Trump, em Washington, no próximo dia 20 de janeiro. A confirmação foi dada esta sexta-feira pela porta-voz do executivo comunitário, Paula Pinho.
“Não há planos para assistir à inauguração. À data de hoje, a presidente da Comissão Europeia não recebeu nenhum convite para assistir à tomada de posse. Se [a presidente] receber um convite, veremos. Mas não existem planos para tal neste momento”, frisou a durante uma conferência de imprensa em Bruxelas.
Embora a presidente da Comissão Europeia não tenha sido oficialmente convidada, o protocolo habitual para tomadas de posse nos EUA não prevê a presença de líderes estrangeiros. Em 2021, von der Leyen também não esteve presente na cerimónia de Joe Biden. E em 2017 Jean Claude Junker também falhou a primeira tomada de posse de Donald Trump.
Ainda assim, o protocolo não impediu Trump de convidar outros chefes de Estado da União Europeia (UE) para assinalar o regresso à Casa Branca. Entre eles, a primeira-ministra de Itália, Georgia Meloni, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
Fora da UE, o convite também terá chegado ao presidente chinês Xi Jinping (que não estará presente), ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e ainda ao homólogo argentino, Javier Milei, segundo a imprensa internacional.
Certo é que mesmo que von der Leyen tivesse sido convidada, o mais provável seria falhar, ainda assim, a cerimónia, uma vez que ainda se encontra em recuperação de uma pneumonia na sua residência em Hannover, na Alemanha, depois de ter passado uma semana hospitalizada, revelou fonte oficial do executivo comunitário.
A agenda da presidente da Comissão Europeia foi cancelada esta semana e o mais provável será que aconteça o mesmo na próxima semana, altura em que se reúne o colégio de comissários e estava prevista a apresentação da Bússula para a Competitividade, o plano de ação de Bruxelas que tem por base as recomendações do relatório de Mário Draghi.
Bruxelas sobe (um pouco) o tom em relação às ameaças de Trump
No entanto, a expectativa do executivo comunitário é de manter contactos “próximos” com a próxima administração, numa altura em que estão em cima da mesa ameaças para a imposição de novas tarifas comerciais contra a União Europeia e, mais especificamente, contra a Dinamarca. Em causa estão as intenções de Donald Trump em relação à Gronelândia, um território autónomo mas financeiramente dependente de Copenhaga, rico em recursos minerais estratégicos.
Embora a Comissão Europeia não tenha admitido a possibilidade de retaliação, optando por desvalorizar tais ameaças por considerar ser uma situação, para já, como “hipotética”, certo é que esta sexta-feira veio reforçar a posição quando confrontada com novas perguntas sobre o tema.
“O comércio é uma competência que obriga aos Estados-membros da União Europeia a agir de forma unificada. Se algum Estado-membro for alvo de coerção económica ou de medidas comerciais injustas, teremos capacidade para responder“, frisou.
Já esta quinta-feira, os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia alertaram que os EUA “são mais fortes” com a Europa “num mundo difícil”, prometendo defender valores democráticos e os cidadãos europeus.
“Para a UE, é essencial proteger e reforçar os direitos e valores democráticos fundamentais, fazer com que a nossa economia seja mais competitiva e sustentável, e expandir a nossa rede global de parcerias, e investir mais na nossa segurança”, escreveram António Costa e Ursula von der Leyen, respetivamente líderes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, na rede social X, num contexto de declarações polémicas feitas por Donald Trump em relação a Bruxelas e alguns Estados-membros.
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