Cristina Rodrigues: “O sucesso dá muito trabalho”
A administradora delegada da Capgemini, Cristina Rodrigues é, acima de tudo, uma líder que desafia as convenções e acredita no poder do risco para transformar negócios, equipas e mentalidades.
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Cristina Rodrigues, administradora delegada da Capgemini e convidada do podcast E Se Corre Bem?, é um exemplo de liderança que desafia padrões, encara o risco como motor de mudança e aposta na inovação como um dos principais pilares do futuro empresarial. Com mais de duas décadas de experiência em consultoras, Cristina Rodrigues coloca as pessoas e os desafios no centro da transformação. Para a própria, “ser poderosa é mais do que palavra. É instigar comportamentos, criar novas maneiras de pensar e ajudar as pessoas a terem princípios diferentes.”
O risco sempre esteve presente na sua carreira. Há 24 anos, Cristina Rodrigues decidiu abandonar um cargo de destaque na Caixa Geral de Depósitos para apostar numa empresa que, à época, era desconhecida em Portugal e integrava um setor ainda incipiente. “Resolvi arriscar. Não foi por dinheiro que mudei, mas pelo desafio de fazer diferente e pela proposta de reestruturar a empresa. Hoje, a Capgemini conta com 4000 colaboradores em Portugal, mas na altura éramos apenas 400”, explica.
"Um dos objetivos que tenho é fazer mais do que me pedem. E isso é um risco. Porque, às vezes, podemos não corresponder às expectativas. Eu meço sempre esses riscos e avalio se tenho ou não capacidade de dar o passo em frente”
Essa mudança foi tanto uma aposta pessoal como uma oportunidade de moldar uma nova narrativa no setor tecnológico. “Há 24 anos, as tecnológicas eram vistas como empresas de lunáticos. Hoje, fazem parte do nosso quotidiano, mas, naquela altura, o risco era enorme“, afirma.
Cristina Rodrigues defende que não existe idade para arriscar e que os riscos são uma forma de causar impacto na sociedade. Contudo, essa ousadia não é cega. Cada passo deve ser calculado, ponderado e executado com confiança: “Um dos objetivos que tenho é fazer mais do que me pedem. E isso é um risco. Porque, às vezes, podemos não corresponder às expectativas. Eu meço sempre esses riscos e avalio se tenho ou não capacidade de dar o passo em frente.”
Liderar pessoas é, para Cristina Rodrigues, uma arte que exige proximidade. A administradora acredita que, sem o apoio da equipa, os desafios se tornam insuperáveis: “Quando temos as pessoas connosco, conseguimos transformar desafios difíceis em algo banal.” Este estilo de liderança é essencial numa empresa que recruta cerca de 1000 pessoas por ano e que, ao mesmo tempo, enfrenta uma taxa de saída significativa, muitas vezes devido à procura por oportunidades internacionais.
Para reter talentos, a Capgemini não se limita a oferecer salários competitivos. Cristina Rodrigues explica que o foco está no bem-estar dos colaboradores e no que chama de “salário emocional”. Recentemente, a empresa foi reconhecida como a organização com maior índice de wellbeing em Portugal, na categoria de mais de 1000 colaboradores. “Criamos um ambiente onde as pessoas se sentem bem, com apoios que vão desde subsídios para livros até assistência psicológica”, explica.
Apesar dos desafios, Cristina Rodrigues considera Portugal um país inovador. No entanto, critica a incapacidade de capitalizar essa inovação. “Somos muito bons no que fazemos, mas falhamos em mostrar isso ao mundo. Não basta ser, temos que parecer”, explica.
Na sua perspetiva, o sucesso exige estrutura, trabalho árduo e uma visão clara. “O sucesso dá muito trabalho. Temos que fazer o nosso trabalho de casa e estar bem preparados. Caso contrário, corremos o risco de transformar o nosso maior potencial no nosso maior insucesso.”
Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.
Se preferir, assista aqui:
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