Portugal entra no grupo dos 13 países com menor risco económico

Os países ibéricos são a exceção positiva no relatório deste ano da seguradora de crédito COFACE quanto à robustez das suas economias. Melhor do que Portugal só Dinamarca, Noruega e Suíça.

Portugal entrou no grupo dos 13 países com melhor avaliação de risco país, anunciou esta terça-feira a seguradora de crédito francesa COFACE, na conferência anual de Risco País, realizada em Paris e assistida por 3 mil pessoas. A seguradora analisa 160 países, dos quais 82 mais em profundidade pela sua dimensão e importância económica global. Com rating A1, o melhor, classifica apenas 3 países, e 10 com rating A2, terminando no rating D que inclui Irão, Iraque, Líbia, Sudão, Venezuela e Zimbabwe.

Xavier Durand, CEO da COFACE, destacou a robustez de Portugal e Espanha para entrar num 2025 global que, diz, será “um mergulho no desconhecido”.

A análise foi realizada antes do anúncio do agravamento de tarifas pelos Estados Unidos, mas Bruno Moura Pinheiro, responsável pela análise macroeconómica da COFACE, não prevê – mesmo que se concretizem as ameaças de Trump – impactos diretos ou indiretos graves para Portugal.

A nota de rating A2 revelada para Portugal é um degrau acima da A3 registada há um ano no mesmo relatório. Em A1, o topo, estão Dinamarca, Noruega e Suiça. Os países ao mesmo nível de Portugal são Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Países Baixos, Singapura e Taiwan, para além de Espanha, outro dos fenómenos positivos de exceção registados pela COFACE para 2025.

Para 2025, o departamento de estudos económicos da COFACE que conta com mais de uma dezena de economistas e liderar pesquisa em todas regiões do mundo, a seguradora prevê uma subida do PIB de 2%, os mesmos 2% para a taxa média de inflação, um superavit de 0,3% nas contas públicas e um terminar do ano com 93% no rácio da dívida pública sobre o PIB.

As perspetivas divulgadas apontam para que o consumo das famílias continuará dinâmico devido ao aumento da população ativa – através da imigração -, pela subida de 8% no salário mínimo e pela baixa de impostos sobre o rendimento (IRS).

Também o investimento – segundo a COFACE – contribuirá para o crescimento através de encaixes dos fundos europeus, e conclui que “apesar das negociações frutuosas no orçamento do Estado para 2025, o governo de centro direita de Luís Montenegro continua frágil devido à ausência de maioria no parlamento”.

Como pontos fortes de Portugal são indicados o potencial em matéria de energias renováveis – hidráulica, eólica e fotovoltaica -, uma absorção de fundos europeus acima da média, um baixo custo de mão-de-obra nas indústrias emergentes – alimentar e eletrónica -, uma crescente atração de talentos estrangeiros e uma indústria de turismo dinâmica.

Como ponto negativos a COFACE aponta um sistema jurídico que funciona lentamente, o rápido envelhecimento da população, infraestruturas insuficientes e fraca produtividade em comparação com a restante zona euro.

A COFACE enquadra a análise de uma operação de seguro de crédito, ou seja a de garantir o pagamento dívidas comerciais caso o devedor falhe, primeiro através da análise do risco global económico, político e social de cada país, num segundo nível através do setor económico onde opera e, mais detalhadamente, a empresa que ficará devedora do fornecedor, este último é o cliente da seguradora.

Em relação aos riscos setoriais para a Europa Ocidental, onde se inclui Portugal, a COFACE vê boas perspetivas para o agroalimentar, farmacêutico e tecnológico, e riscos elevados para os setores Automóvel, Construção, Metalúrgico e Têxtil/Vestuário.

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