Santander Totta lucra quase mil milhões em 2024
Totta registou lucros de 990 milhões de euros no ano passado, uma subida de 11% em relação a 2023. Crédito às empresas disparou 20%, um desempenho "anormal", como admitiu Castro e Almeida.
O Santander Totta registou lucros de 990 milhões de euros em 2024, subindo 10,7% em comparação com o ano anterior. “Foi um ano muito bom para o Santander em Portugal“, referiu Pedro Castro e Almeida esta sexta-feira na conferência de apresentação de resultados.
“Mais importante do que o resultado é a rentabilidade”, acrescentou o gestor que acabou de ver o mandato renovado até 2027. O ROE atingiu os 23,4%, menos 0,6 pontos percentuais em relação a 2023. “Vamos desafiando a lógica, estamos num mercado maduro”, referiu.
Pedro Castro e Almeida sublinhou que “mesmo com as taxas a descer, o banco tem tido um crescimento sustentável”. “É o resultado da transformação do banco”, frisou. A margem financeira atingiu os 1,59 mil milhões de euros, subindo 6,6% em termos homólogos. Um desempenho que compensou a quebra ligeira nas receitas de comissões, que desceram 1,1% para 452,2 milhões. O produto bancário cresceu assim 5,9% para superar a fasquia dos dois mil milhões de euros.
Crédito às empresas dispara mais de 20%
Na base do crescimento do resultado está o aumento do negócio. Tanto o crédito como os depósitos aumentaram de forma expressiva. A carteira de empréstimos teve uma retoma em grande depois do impacto da subida dos juros e cresceu 12,9% para 50,3 mil milhões de euros. O banco sinaliza que no ano passado foi responsável por um quarto da nova produção de crédito à habitação, cuja carteira aumentou 5,5% para 23,3 mil milhões.
Mas foi no crédito às empresas que registou um autêntico disparo, “anormal” nas palavras de Pedro Castro e Almeida: o stock disparou 21,6% para 24,9 mil milhões, refletindo um crescimento de quase quatro mil milhões de euros da carteira.
Em relação aos recursos de clientes, o Totta observou um aumento de 5,9% para 45,9 mil milhões. Os depósitos cresceram 5,4% para 45,9 mil milhões de euros e os recursos fora de balanço subiram 8,1% à boleia da aposta dos clientes em fundos de investimento (+14,8%).
900 milhões a caminho de Madrid
Questionado sobre os dividendos, o administrador financeiro Manuel Preto respondeu que “não andará longe do payout dos últimos anos”. O banco português tem distribuído cerca de 90% do resultado junto do acionista, o que significa que deverá entregar este ano aproximadamente 890 milhões à casa-mãe.
O banco terminou 2024 com o rácio de capital CET1 nos 16%, garantindo que “continua a dispor de níveis de capitalização bastante elevados, claramente acima dos requisitos mínimos exigidos pelo BCE”.
Mil pedidos na garantia para os jovens
O banco adiantou ainda que já “foram efetuados mais de mil pedidos de crédito” ao abrigo da linha de garantia pública para ajudar os jovens no financiamento para a compra de casa, correspondendo a um volume de empréstimos de cerca de 200 milhões de euros.
O Santander Totta é quem tem a maior quota da linha disponibilizada pelo Estado, podendo usar um montante de 259 milhões de euros. “Permite conceder crédito à volta de 1,7 mil milhões nos próximos dois anos”, revelou Miguel Belo de Carvalho. Cerca de 30% da garantia já está em ‘pipeline’. “Está a ter sucesso e uma grande adesão”, sublinhou ainda.
O responsável referiu ainda que 40 milhões de euros em crédito já foram escriturados, tendo tido um peso de 10% na produção de crédito à habitação em janeiro. “É normal que a produção convirja para 20% todos os meses ao longo deste ano”, explicou Belo de Carvalho.
Desde o final do ano passado que os bancos estão a aceitar pedidos de crédito para a compra de casa no âmbito da linha de garantia de Estado no valor de 1,2 mil milhões de euros.
Além da Santander Totta, mais 17 bancos aderiram à linha de garantia do Estado que se destina a a jovens entre os 18 e os 35 anos que pretendam adquirir a sua primeira habitação própria permanente.
(Notícia atualizada às 13h07)
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