Trump anuncia tarifas recíprocas a todos os parceiros comerciais

O presidente norte-americano anunciou um programa para impor a todos os países a taxa máxima que é cobrada aos Estados Unidos, em cada produto transacionado. Mas não há datas para entrar em vigor.

O presidente dos EUA anunciou esta quinta-feira a imposição de tarifas recíprocas com todos os parceiros comerciais, ou seja, igualando as taxas dos direitos aduaneiros cobrados por cada país na importação de produtos norte-americanos. O princípio é de que os EUA cobrem a taxa máxima que outros países cobram aos seus produtos, embora faltem praticamente todos os detalhes acerca deste programa.

Para já, Donald Trump assinou um memorando a pedir à sua equipa para estabelecer as condições concretas de como esta medida iria funcionar. E não há qualquer calendário formal para que tal aconteça. “Queremos um jogo equilibrado”, afirmou o responsável, em conferência de imprensa.

A tarefa de preparar o dossier detalhado com a política de tarifas, e as taxas específicas, ficou nas mãos de Howard Lutnick, o recém-nomeado diretor do Departamento do Comércio. Esse trabalho começará pelos países com os quais os EUA têm um maior défice comercial.

Trump manifestou a expectativa de que, perante este cenário, vários países baixem as suas tarifas sobre produtos norte-americanos, naquilo que parece ser mais um episódio da sua forma de negociar: ameaçar uma medida forte mas que pode não chegar sequer a ser implementada. Ainda assim, admitiu que é possível que muitos países se recusem a baixar as tarifas.

Um responsável da Casa Branca falou aos jornalistas de forma a enquadrar as afirmações de Trump mas confirmou que não há um calendário fechado para que este plano das tarifas recíprocas esteja no terreno, embora o draft das medidas concretas possa estar preparado dentro de algumas semanas. Segundo Trump, “a falta de reciprocidade é uma das fontes do grande e persistente défice comercial” dos Estados Unidos.

Um dos pontos focados por Trump e por fonte oficial da Casa Branca é o IVA cobrado na Europa, que tecnicamente não é uma tarifa mas que encarece os produtos americanos. Este imposto deverá ser incluído no cálculo da tarifa que os norte-americanos pretendem impor aos produtos europeus.

Questionado sobre o efeito que esta guerra tarifária poderá ter sobre a economia e os consumidores norte-americanos, Trump afirmou que pode haver um “ligeiro aumento dos preços no curto prazo”, mas diz que não é certo que tal aconteça. Mostra mais certezas quanto ao emprego – “vai subir” – e as taxas de juro – “vão descer”.

Num evento anunciado pelo próprio Trump como dedicado ao tema das tarifas, o presidente norte-americano acabou por abandonar o assunto, acabando por falar longamente aos jornalistas acerca da Ucrânia, do Canadá ou da venda do Tiktok.

Desde que voltou à Casa Branca a 20 de janeiro, o republicano tem feito vários anúncios sobre medidas de comércio internacional, nomeadamente tarifas de 25% na importação de bens do Canadá e do México (entretanto adiadas por um mês) e de 10% para importações da China.

No domingo, Trump afirmou que quer impor tarifas de 25% às importações de alumínio e aço, prometendo anunciar também esta semana medidas alfandegárias recíprocas para os parceiros comerciais. A confirmar-se, a União Europeia já prometeu que irá retaliar.

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