Galp obteve segundo maior lucro de sempre em 2024. Dividendo vai subir 15%

Os lucros da Galp caíram 4% em 2024, para 961 milhões de euros, mas foi o segundo melhor ano de sempre para a petrolífera. Administração vai propor reforçar o dividendo em 15%, para 0,62 euros/ação.

A Galp GALP 0,00% fechou 2024 com lucros de 961 milhões de euros, menos 4% do que em 2023, ano em que tinha alcançado um resultado líquido recorde superior a mil milhões de euros, revelou a empresa esta segunda-feira.

Apesar de o lucro da petrolífera ter afundado 75% no quarto trimestre em relação ao período homólogo, o lucro anual da Galp em 2024 foi o segundo mais elevado de sempre. Neste contexto, a administração vai propor aos acionistas reforçar em 15% o dividendo, para 0,62 euros por ação, e executar ao longo de 2025 um programa de recompra de ações de 250 milhões de euros.

“Fechámos 2024 com mais um trimestre forte, num ano de entrega consistente, em linha ou acima das perspetivas em todas as unidades de negócio”, comentam Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva, que em janeiro assumiram a liderança bicéfala da empresa, depois da demissão do anterior CEO, Filipe Silva, na sequência de uma investigação interna tornada pública pelo ECO.

À luz desse caso, os novos líderes comentam, na nota que acompanha os resultados trimestrais: “A nossa governance está desenhada para garantir a continuidade estratégica e foco na execução. Temos grandes pessoas e o apoio da administração e, juntos, esperamos concretizar o caso de investimento único da Galp no ano corrente.”

Evolução das ações da Galp em Lisboa:

No ano completo de 2024, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) da Galp encolheu 7%, para 3.297 milhões de euros. O EBITDA do segmento Upstream, que inclui a exploração de petróleo, diminuiu 8%, para 2.078 milhões. A empresa aponta para a venda de ativos em Moçambique e para a descida de 5% da produção no mercado brasileiro.

No segmento midstream, onde consta o negócio da refinação, a quantidade de matéria-prima processada atingiu em 2024 os 91 milhões de barris de petróleo ou equivalente (mboe), um “máximo histórico”, segundo a empresa. O EBITDA deste segmento, ainda assim, desceu 6%, para 876 milhões de euros, num ano em que a margem de refinação da Galp baixou 32%, para 7,4 dólares por barril.

Enquanto isso, as vendas totais de produtos petrolíferos estagnaram no segmento comercial, tendo a Galp conseguido, ainda assim, uma melhoria de 1% do EBITDA, para 306 milhões. Já no segmento das renováveis, o EBITDA afundou 64% em 2024, para 47 milhões de euros. O facto de o preço realizado ter caído 47% em 2024, para 43 euros por MWh (megawatt-hora), ajuda a explicar a quebra.

No ano passado, a Galp reforçou o investimento em 23%, tendo atingido 1.291 milhões de euros. Mais de metade deste valor foi canalizado para a exploração petrolífera, principalmente para os mercados do Brasil e da Namíbia.

A empresa também foi capaz de reduzir a sua dívida líquida, de 1.471 milhões de euros no final de setembro para 1.207 milhões no final de dezembro de 2024.

“Em 2025 e 2026 iremos continuar a executar os nossos projetos-chave, a marca distintiva do portefólio da Galp, aliando uma abordagem disciplinada a um plano de baixa intensidade de capital”, acrescentam os novos líderes da Galp na referida nota.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h41)

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