“Nem todo o investimento em petróleo faz sentido nesta altura”, afirma co-CEO da Galp
A Galp conta que os combustíveis fósseis permaneçam úteis nas próximas três a quatro décadas.
O co-CEO da Galp, João Diogo Marques, prevê que o investimento em petróleo continue a verificar-se nas próximas décadas, mas ressalva que “nem todo o investimento em petróleo faz sentido”.
“O investimento na Namíbia é um investimento que muita gente podia pensar que não faria sentido. Mas ainda temos décadas de investimento em petróleo que vai ter de acontecer”, afirmou João Diogo Marques da Silva, para depois deixar a ressalva: “Mas cuidado, que nem todo o investimento em petróleo faz sentido nesta altura“.
O responsável da Galp falava na Electric Summit, uma conferência que decorreu esta terça-feira no Tagus Park. Mais tarde, na mesma intervenção, completou que a empresa aponta para que todos os combustíveis fósseis permaneçam nas próximas três a quatro décadas. “Vão ter que ficar. Se não ficarem, será um enorme risco”, rematou.
Esta intervenção acontece num dia em que a Galp comunicou novos dados em relação ao projeto de exploração de petróleo na Namíbia, à qual os mercados reagiram positivamente: os títulos da cotada chegaram a valorizar mais de 8%, e fecharam com uma subida de quase 7% na sessão.
Para o co-CEO da Galp, “a transição [energética] tem de manter neutralidade tecnológica. Acreditamos pouco numa transição totalmente subsidiada ou que vai representar custo acrescido à economia que deve ser servida por essa transição”. O gestor assinala que existem “vários exemplos” de empresas que aceleraram na transição e “nesta altura podem estar em grandes dificuldades”.
Olhando ao investimento em Portugal, João Diogo Marques assume que “continua a ser atrativo”, embora possa haver “dificuldade em escalar e ter complementaridade com outros investimentos”.
No mesmo painel participou o COO da REN, João Conceição. Este assinalou que tem existido um desequilíbrio no “triângulo” que sustenta as políticas energéticas na Europa: a competitividade e segurança têm sido mais sustentadas que a sustentabilidade ambiental. “O que a Europa peca é que cria o momento, mas depois não consegue manter a locomotiva com a aceleração” de outros países, assinala.
O mesmo sublinha que as redes “são necessárias” para a transição mas são um investimento “caro” e não há para já consenso em quem as irá pagar. Apesar dos custos elevados, há um montante até ao qual João Conceição entende que não deveria existir grande discussão: os 150 milhões de euros de investimento anuais, até aos quais não irá aumentar o custo relativo às redes que é pago pelo consumidor na fatura de eletricidade.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h24)
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