Venda do Novobanco. Centeno “gostava de ter mais bancos cotados na bolsa”
Mário Centeno avisou que Banco de Portugal irá analisar o plano de negócios que o comprador terá para o Novobanco. Prefere solução da bolsa, mas diz que será o mercado a ditar o destino do banco.
O governador do Banco de Portugal avisou que irá analisar o plano de negócios que o comprador do Novobanco apresentar para avaliar os riscos sistémicos de um eventual processo de consolidação. Mário Centeno diz que será o mercado a ditar o futuro da instituição financeira, mas voltou a indicar a sua preferência: “Se gostaria de ter mais bancos cotados na bolsa? Gostava”.
“O que o supervisor pretende é que o Novobanco, na função que tem no sistema financeiro nacional, continue a desempenhá-la, continue a ser uma instituição estável, uma instituição capaz de responder aos desafios da economia e da sociedade portuguesa“, começou por afirmar aos deputados da Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública quando questionado sobre o futuro do Novobanco.
Segundo Centeno, “a consolidação não é determinada pelas autoridades quaisquer que sejam, é uma decisão do mercado”.
Ainda assim, lembrou que a operação de venda terá de ser avaliada pelas autoridades da concorrência no que toca “a questões de competitividade” e bancária no que toca a “riscos sistémicos”.
“O Banco de Portugal terá de estar atento ao plano de negócios decorrente da venda e às suas consequências sistémicas“, adiantou.
O governador revelou que preferia uma oferta pública inicial (IPO) a uma consolidação. “Se gostaria de ter mais bancos cotados na bolsa, gostava. Falamos muito do mercado de capitais, mas quando apresentamos o mercado de capitais ficamos com receio“, disse.
Mas também frisou que vivemos numa união bancária, que “serve os interesses da banca em Portugal, e são essas regras que devemos por acima de todas as nossas vontades”.
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"O Banco de Portugal terá de estar atento ao plano de negócios decorrente da venda e às suas consequências sistémicas.”
O fundo norte-americano Lone Star já mandatou o banco para arrancar com os preparativos para a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). A operação poderá acontecer já em maio ou então apenas em setembro, se as condições do mercado assim permitirem. Em cima da mesa está a venda de um bloco de ações correspondente entre 25% e 30% do capital do Novobanco, em função da participação de cada um dos acionistas.
A Lone Star detém 75% (que comprou em 2017 a troco de uma injeção de 1.000 milhões no Novobanco), enquanto os restantes 25% estão nas mãos do Estado, através do Fundo de Resolução (13,54%) e da Direção Geral do Tesouro e Finanças (12,46%).
(Notícia atualizada às 13h26)
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