Fitch mantém inalterado rating de Portugal

  • ECO
  • 14 Março 2025

A agência norte-americana, a primeira a avaliar a notação da dívida portuguesa após a queda do Governo, nota a "instabilidade relacionada com as eleições que pode impedir a execução do PRR".

A agência norte-americana Fitch decidiu esta sexta-feira, não mexer no rating de Portugal, que se mantém assim em A-, com perspetiva positiva.

A decisão da agência, a primeira a avaliar a dívida soberana do país após a queda do Governo, espera que a economia portuguesa mostre resiliência “apesar dos riscos externos elevados e da incerteza relacionada com os desenvolvimentos políticos”. Ainda assim, a Fitch sublinha que prevê a “redução contínua” da dívida pública e dívida externa.

A Fitch projeta um crescimento de 2,2% para Portugal em 2026, alinhado com as previsões medianas ‘A’ (2,4%) e excedendo as taxas de crescimento da zona do euro (1,3%). No entanto, refere a existência de riscos ao crescimento, tanto ao nível externo como interno.

Internamente, a agência norte-americana destaca a instabilidade relacionada com as eleições que pode impedir a execução do PRR, o que pode, por sua vez, “atrasar projetos críticos”, com consequências negativas para o crescimento. “Além disso, pode enfraquecer a confiança do consumidor e das empresas, levando as famílias e as empresas a adotar estratégias de gastos e investimentos mais cautelosas“, refere.

Ainda sobre o chumbo da moção de confiança que levou às eleições antecipadas agendadas para 18 de maio, a agência de rating destaca que este é o terceiro ato eleitoral no país em três anos, o que “enfatiza a recorrente volatilidade política“. A Fitch prevê ainda que um partido centrista ganhe as eleições e mantenha “políticas orçamentais prudentes”.

“No entanto, apesar do bom histórico de disciplina orçamental do país ao longo de várias mudanças governamentais, o próximo período eleitoral pode afetar a implementação de medidas, potencialmente minando a posição orçamental de Portugal“, alerta.

Já a nível externo, a agência de rating destaca os desafios decorrentes das “crescentes tensões comerciais” entre a União Europeia e os EUA, bem como questões geopolíticas, que “podem prejudicar as exportações e reduzir o crescimento”.

A canadiana DBRS foi a primeira do ano a avaliar Portugal, ao subir o rating do país para A (elevado), com perspetiva estável, a 17 de janeiro. Seguiu-se a S&P, a 28 de fevereiro, também a rever em alta a notação da dívida soberana, de A- para A, com perspetiva positiva. A Moody’s é a próxima a avaliar Portugal, a 16 de maio.

(notícia atualizada às 21h23)

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