Pedro Nuno Santos diz que investimentos privados anunciados por este Governo foram “obra do anterior”
Carro elétrico da Volkswagen na Autoeuropa e fábrica de baterias da CALB resultam de trabalho "iniciado" pelo Governo do PS, garantiu Pedro Nuno Santos esta sexta-feira.
O principal líder da oposição disse esta sexta-feira que a escolha de Portugal pela Volkswagen para a produção de um novo carro elétrico resultou do trabalho levado a cabo pelo anterior Governo, tal como o investimento numa nova fábrica de baterias no país por parte da empresa chinesa CALB.
“No que diz respeito ao novo modelo elétrico da Volkswagen e à fábrica de baterias elétricas, não é obra deste Governo nem deste primeiro-ministro, é do anterior”, afirmou Pedro Nuno Santos, durante uma visita à feira de turismo BTL, em Lisboa. “Por isso é que digo que aquilo que este Governo tem para apresentar de bom hoje é aquilo que já estava bem há um ano”, afirmou.
O secretário-geral do PS referiu-se em concreto à decisão do grupo Volkswagen, conhecida no início desta semana, de produzir na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, um novo carro elétrico, chamado ID. EVERY1. Uma conquista que assegurará a continuidade desta unidade, que representa mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e que foi dada a conhecer por um comunicado do Ministério da Economia.
Três dias depois, com o país encaminhado para eleições antecipadas, o líder socialista responde que este investimento resultou do trabalho do anterior ministro da Economia. “Primeiro, é desde logo uma decisão de um grupo privado. Mas [resulta] de todo um trabalho de apoio e toda uma estratégia que foi iniciada não por este Governo. Isto não é obra deste Governo mas sim do Governo anterior. Em particular, do ministro [António] Costa Silva”, disse Pedro Nuno Santos.
Sobre a fábrica de baterias, foi confirmado em fevereiro que a chinesa CALB irá investir cerca de dois mil milhões de euros na construção de uma unidade de produção de baterias de lítio em Sines. Este investimento tem potencial para criar 1.800 empregos diretos e valer mais de 4% do PIB.
No que diz respeito ao novo modelo elétrico da Volkswagen e à fábrica de baterias elétricas, não é obra deste Governo nem deste primeiro-ministro, é do anterior.
O líder socialista aproveitou ainda a ocasião para falar mais diretamente da atual crise política, culpando Luís Montenegro pela instabilidade que se vive no país: “Toda a gente sabe porque é que nós vamos para eleições. Foi ele, pessoalmente, que nos trouxe a todos a esta situação. Traz todos os portugueses, mas arrastou também o seu próprio partido, arrastou a sua coligação e o seu Governo. E depois decidiu, com a moção de confiança, atirar o país para debaixo do comboio que ele pôs em andamento.”
Apesar do ‘passa culpas’, o antigo ministro das Infraestruturas de António Costa disse ser preciso “olhar para a frente”, porque “não há nenhuma transformação em curso” e o atual líder do Executivo “não tem uma visão e uma estratégia para o país”. As eleições são “uma oportunidade” para mudar as políticas e iniciar “uma nova fase” da vida política em Portugal, afirmou.
Pedro Nuno Santos considerou também que, enquanto antigo governante, já foi alvo de mais escrutínio do que o atual primeiro-ministro, algo que vê como uma vantagem: “Eu não temo nada. O PSD e o CDS podem fazer o que bem entenderem. Desejo-lhes até boa sorte. No que diz respeito ao meu passado, eu tive a felicidade – e digo que é felicidade hoje – de ter sido escrutinado como o atual primeiro-ministro não foi na campanha”, disse.
E dito isso, aventou: “Tivesse ele sido escrutinado como eu fui, se calhar nós não estávamos nesta situação.” “Precisamos de uma liderança que não tenha um manto de suspeição como a atual liderança do país tem”, rematou, em referência à polémica empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, à qual vários grupos privados pagaram avenças mensais já com Montenegro no poder, incluindo, mas não só, o grupo Solverde.
(Notícia atualizada pela última vez às 15h55)
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