Primeira fase do ‘ChaGPT’ Amália concluída no fim de março, avança o Governo
Ministérios da Educação e da Juventude esclarecem que não haverá entidades privadas envolvidas no primeiro Modelo de Linguagem em Grande Escala de Portugal.
A versão beta do Amália, o ‘ChatGPT’ português, “estará concluída no final do mês de março”, indica uma nota conjunta do ministério da Educação, Ciência e Inovação e do ministério da Juventude e Modernização, enviada esta quinta-feira às redações. O primeiro Modelo de Linguagem em Grande Escala de língua portuguesa de Portugal (LLM português) vai custar 5,5 milhões de euros, com recurso a fundos do Plano de Recuperação de Resiliência, e durar 18 meses.
No período de desenvolvimento haverá três versões: a beta, no primeiro trimestre de 2025, a versão base, prevista para o terceiro trimestre deste ano, e a versão multimodal, no segundo trimestre de 2026.
Na primeira fase, cujo prazo cumpre o calendário avançado pelo primeiro-ministro na última Web Summit, o Amália terá “capacidade para receber e interpretar instruções em formato de texto e responder com base no conhecimento adquirido, não possuindo ainda conhecimento especializado”.
Face às dúvidas da última semana, sobre os prazos e quem iria desenvolver o modelo LLM, os dois ministérios explicam que nenhum privado está envolvido no projeto. Em novembro de 2024, um primeiro comunicado do ministério da Juventude e Modernização indicava que o Amália seria desenvolvido por um consórcio de centros de investigação públicos, com o contributo de entidades privadas.
Os dois ministérios reiteram que as entidades que estão a “liderar a execução operacional do projeto” são a Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que após os 18 meses do projeto têm de garantir que o Amália está disponível, “em open source, de forma gratuita”.
“Estas são as únicas entidades envolvidas no projeto de desenvolvimento do Amália, não havendo, assim, nenhum envolvimento de entidades privadas”, indica a nota dos ministérios.
À AMA cabe a “gestão da iniciativa” e “assegurar as condições necessárias para a futura disseminação do LLM por todos os seus potenciais utilizadores públicos e privados”. Já a FCT será responsável “por coordenar, junto dos centros de investigação, o treino e desenvolvimento do LLM” e “assegurar a infraestrutura necessária para o treino e alojamento” do modelo.
A FCT, aliás, já celebrou um contrato com a Universidade Nova de Lisboa e com o Instituto Superior Técnico, bem como com a Universidade de Coimbra, Universidade do Porto e Universidade do Minho.
O Governo nomeou ainda, em janeiro, um comité de acompanhamento especializado por quatro peritos em Inteligência Artificial: Arlindo Oliveira, presidente do INESC, Goretti Marreiros, presidente da Associação Portuguesa para Inteligência Artificial, Daniela Braga, em representação do consórcio Accelerat.ai, e Paulo Dimas, em representação do consórcio Center for Responsible AI.
O Amália era a prioridade número da Agenda Nacional de Inteligência Artificial, que já não será apresentada este mês uma vez que o Governo entrou em gestão.
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