Credores aprovam venda da Inapa Portugal a Carlos Martins por 390 mil euros
Proposta do empresário português no valor total de 600 mil euros inclui ainda a aquisição do negócio da Comunicação Visual e de 100% da Inapa Packaging, operações que terão ainda de ser aprovadas.
A venda da Inapa Portugal à holding familiar de Carlos Martins, fundador da Martifer, foi aprovada esta terça-feira pelos credores da empresa. A proposta de 600 mil euros, dos quais 390 mil euros dizem respeito à distribuidora de papel, inclui ainda a aquisição do negócio da Comunicação Visual, assim como de 100% do capital da Inapa Packaging, cuja venda terá ainda de ser votada nas respetivas assembleias de credores.
A proposta para vender a Inapa Portugal à Black and Blue Investimentos, do chairman da Martifer, não teve votos contra, segundo apurou o ECO. Tal como o ECO avançou esta segunda-feira, a solução levada aos credores pelo administrador de insolvência, Bruno da Costa Pereira, garantirá a “reserva da totalidade dos postos de trabalho” e a atividade da empresa, na distribuição de papel, após meses “muito difíceis”, no âmbito do processo de insolvência da holding Inapa IPG, que forçou a empresa em Portugal a continuar a operar sem acesso a crédito.
Dos 600 mil euros oferecidos pela holding de Carlos Martins, 390 mil são pela Inapa Portugal, 130 mil pela Inapa Packaging e 80 mil pela Inapa – Comunicação Visual. Aprovada a venda da distribuidora de papel, falta agora viabilizar o negócio da Comunicação Social, cuja assembleia está agendada para esta tarde, e de 100% da Inapa Packaging, o que deverá acontecer na próxima sexta-feira.

Apenas após a aprovação pelos respetivos credores, a proposta una apresentada por Carlos Martins será viabilizada, permitindo manter os três negócios, agora sob a alçada do empresário português, que também já comprou os Estaleiros de Viana.
Questionado pelo ECO, o empresário não quis fazer qualquer comentário para já sobre este assunto.
A proposta para vender a empresa a um investidor nacional surge depois de a companhia ter falhado o plano de revitalização da empresa, depois de ter sido arrastada pela insolvência do grupo, a Inapa IPG, no passado dia 29 de julho, na sequência do colapso na Alemanha devido a uma falha de liquidez de curto prazo, que teve como consequência a insolvência do grupo, depois de a gestão não conseguir a aprovação da Parpública, o seu maior acionista, para uma injeção de emergência de 12 milhões de euros, o que teria repercussão na atividade da holding, puxando-a também para a falência.
A antiga gestão da Inapa IPG, liderada por Frederico Lupi, atirou responsabilidades para a Parpública, o maior acionista, com 44,89%, do capital, mas o antigo presidente da Parpública e o Governo rebateram, no final de janeiro, no Parlamento, as afirmações dos gestores.
À imagem do que já tinha adiantado o ex-presidente da Parpública, Realinho de Matos, numa audição anterior, João Silva Lopes garantiu que “da parte da Inapa não foi apresentado qualquer estudo de viabilidade, nem provas que o Estado iria recuperar o dinheiro“. O mesmo em relação à oferta informal dos japoneses da JPP, a qual “não chegou de forma concreta e formal”.
Quanto ao modo como se desenrolou o processo, “apenas no dia 12 de julho o Governo teve conhecimento de toda esta situação iminente de rutura de tesouraria”, na sequência da suspensão de negociação das ações por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no dia 11 de julho.
Sobre a situação da Inapa Portugal, o secretário de Estado garantiu, na mesma ocasião, que o Governo estava a acompanhar todo o processo e “tanto quanto é conhecimento da Parpública não há qualquer dívida de salários aos trabalhadores“.
(Notícia atualizada às 12:30)
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