Portugal quer duplicar ritmo de atração de investimento e das exportações para o Japão

Para aumentar esta notoriedade económica de Portugal no Japão, a exposição de Osaka conta com um programa económico. Turismo de Portugal vai alargar rede externa com escritórios em Seul e Austrália.

Portugal quer duplicar o ritmo de atração do investimento direto estrangeiro (IDE) nipónico e das exportações de bens. Este é um dos objetivos traçados pelo presidente da Aicep, alavancado na exposição de Osaka, que abre portas a 13 de abril.

“O objetivo é potenciar o crescimento do IDE, que na última década cresceu a um ritmo de 10% ao ano”, explicou Ricardo Arroja, num encontro com jornalistas para apresentar a Expo de Osaka que teve no domingo a sua pré-inauguração. “Em vez de estar em 20º lugar, esperamos que o Japão possa entrar no top 10, a médio prazo, dos maiores investidores estrangeiros em Portugal”, explicou o responsável.

“Também o comércio internacional de bens teve um crescimento de 10% ao ano, nos últimos dez anos”, acrescentou o presidente da Aicep, sublinhando que o Japão é o 32.º cliente de Portugal. “Se duplicássemos estes ritmos de crescimento seria extraordinário”, diz Ricardo Arroja.

O presidente da Aicep garante que no pipeline dos investimentos em negociação existem projetos nipónicos, mas não quis levantar a ponta do véu sobre os mesmos.

Usando mensagens como a “projeção de energia positiva” e “evidenciar as vantagens compradas da economia nacional”, a Aicep espera obter resultados na sua função dual: promover as exportações e atrair investimento. O objetivo é aproveitar o “posicionamento de Portugal como plataforma de comércio”.

Ricardo Arroja sublinha que “Portugal está no centro geográfico do mundo, com boas relações com vários países e infraestruturas que lhe dão condições ímpares para ser plataforma global e a partir de Portugal os agentes económicos poderem desenvolver a sua atividade”. O presidente da Aicep sublinha ainda que Portugal “tem uma qualidade enquanto povo que é a bonomia”, que ajuda a atrair investidores. “Somos um polo agregador”, afirma.

– Mil empresas exportam para o Japão
– Em 2024, o Japão foi o 31.º cliente de bens de Portugal e o 30.º fornecedor
– Balança comercial é deficitária para Portugal em 210 milhões de euros
– Trocas de bens assentam em mais de 97% em produtos industriais transformados. Destaque para automóveis e metais comuns
– A segunda maior exportação de Portugal para o Japão são tomates em conserva. Foram exportados 62,7 milhões.

Para aumentar esta notoriedade económica de Portugal no Japão, a exposição de Osaka conta com um programa económico no qual serão realizados quatro seminários: a 22 de maio dedicado à transição energética com foco na mobilidade; a 1 de julho dedicado às ciências da vida, um dos setores que tem registado níveis de crescimento significativos nos últimos anos, a 8 de agosto para apresentar as competências nacionais na área da Defesa, nomeadamente da aeronáutica e no espaço, e a 24 de setembro sobre a economia azul, destacando o facto de Portugal ter uma vasta zona económica exclusiva (ZEE), sendo pioneiro na proteção e exploração sustentável dos recursos marinhos.

Haverá ainda uma missão de startups e scaleups portuguesas para aproveitar a visibilidade e as oportunidades da Expo 2025 Osaka para expandir negócios para o mercado japonês e asiático. A missão passará por três cidades estratégicas: Tóquio (18 de junho), Nagoya (19 de junho) e Osaka (20 de junho), onde as startups terão a oportunidade de participar em eventos da Expo 2025 Osaka. As inscrições estão abertas até 13 de abril.

O turismo também quer aproveita a Expo de Osaka para vender o destino Portugal. Cientes que o Japão é o 17.º emissor de turistas para todo o mundo e tem com uma permanência média no estrangeiros de mais de 12 dias por viagem, o presidente do Turismo de Portugal reconhece que a “Expo Osaka é um oportunidade de reforçar a oferta turística e reforçar e fazer novas parcerias com o Japão”.

Carlos Abade revela que Tóquio e Osaka são o 34.º mercado emissor de turistas e que têm “vindo a crescer desde os tempo da Covid”. “Mas ainda estamos abaixo dos valores de 2019”, por isso, há potencial para recuperar.

O responsável avançou que o escritório de Tóquio, que presentemente trata o mercado nipónico e o mercado sul-coreano, vai ser ser dividido em dois, sendo criado um escritório autonomizado em cada mercado, até para aproveitar a linha aérea direta Lisboa-Seul.

Por outro lado, a rede externa será reforçada com um terceiro na Austrália, num esforço para apostar nos mercados asiáticos. E na segunda quinzena de setembro será feito um road-show de empresas e agências de promoção turística em Osaka e Seul para “reforçar a presença de Portugal nos dois países”.

E nada como ver e provar os produtos nacionais para promover um “turismo de autenticidade”. Na loja do pavilhão haverá 243 produtos nacionais de 25 empresas e um espaço de restauração dedicado à promoção da gastronomia nacional. Haverá um chefe português em permanência, mas depois serão convidados chefs portugueses para um programa partilhado com um chef japonês. O primeiro será com Diogo Rocha, o chef da Mesa de Lemos, em Viseu, e que conta com uma estrela Michelin.

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