Consumidores europeus estão mais pessimistas. A culpa é da duração esperada das guerras

Sentimento agravou-se desde o verão do ano passado, apesar dos rendimentos estarem a aumentar. Análise conclui que existe correlação com a duração esperada dos conflitos geopolíticos.

Os consumidores europeus estão mais pessimistas sobre o seu futuro financeiro e com a economia. A conclusão é de uma análise publicada pelo BCE, que assinala que o sentimento agravou-se desde o verão do ano passado, apesar do aumento dos rendimentos, e está intimamente ligada à duração esperada dos conflitos geopolíticos.

Os conflitos geopolíticos prolongados podem inibir gastos e arrastar o crescimento económico, mesmo em momentos em que os rendimentos reais estão a aumentar“, pode ler-se numa análise divulgada na segunda-feira no blog do BCE.

O artigo assinado pelos economistas Olivier Coibion, Dimitris Georgarakos, Yuriy Gorodnichenko, Geoff Kenny e Justus Meyer, que não vincula a instituição liderada por Christine Lagarde, enfatiza que os conflitos militares e diplomáticos prejudicam o crescimento económico, mas que a duração esperada das guerras pesa fortemente nas expectativas dos consumidores.

A percentagem de consumidores que esperam uma recessão e antecipam que a sua própria situação financeira piore começou a aumentar após o verão de 2024 e continua elevada“, assinalam.

Fonte: “Worrying about war: geopolitical risks weigh on consumer sentiment”, ECB Blog

Os autores consideram que “as crescentes preocupações sobre as perspetivas financeiras pessoais são particularmente surpreendentes, uma vez que, ao mesmo tempo, os rendimentos reais recuperaram, refletindo o recente crescimento salarial mais elevado e a inflação em queda“.

A explicação está, sugerem, no facto dos consumidores geralmente associarem conflitos mais longos a uma perspetiva económica menos favorável, tanto para a economia em geral como para as famílias.

“Em particular, esperam uma inflação mais alta e um crescimento significativamente menor como resultado de uma duração mais longa do conflito“, realçam, considerando que pode refletir, por exemplo, o facto de os consumidores se recordarem de problemas com o fornecimento de energia e consequente aumento dos preços no início da invasão russa da Ucrânia.

Segundo os analistas, os consumidores que mais se preocupam com riscos geopolíticos são muito mais propensos a esperar uma situação financeira geral pior para si próprios face aos que estão menos preocupados, tornando-se mais cautelosos nas decisões económicas.

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