“Sobretaxação” das renováveis está a inviabilizar projetos, alerta APREN. Novo IMI é “absurdo”

Sobre se a nova taxa de IMI sobre renováveis está a ser acelerada no sentido de estar pronta a tempo das eleições autárquicas, Amaral Jorge é perentório: "Parece-me óbvio que sim".

O presidente da APREN, Pedro Amaral Jorge, afirma que “o setor está a começar a ter dificuldade em financiar os projetos”. Alerta também que o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) que o PS propõe aplicar sobre as renováveis é “absurdo” e uma medida feita a pensar nas autárquicas.

Perante o atual quadro fiscal, os projetos que ainda não se financiaram “têm muita dificuldade em que isso aconteça”, indica o líder da APREN. Em relação ao IMI sobre as renováveis, “não parece uma medida anti-investimento; é-o, claramente”, critica Pedro Amaral Jorge, assumindo que esta iniciativa pode não só afugentar investidores como pô-los a aguardar” até terem visibilidade sobre este novo risco.

Já alguns dos que estão em operação, e que estão comprometidos com reembolsos periódicos, não estão a conseguir dar resposta às respetivas obrigações. Amaral Jorge aponta que, no início de 2024, existiram casos em que os promotores tiveram de renegociar maturidades para não entrarem em default — isto é, para manterem a viabilidade económica.

A APREN aponta que a Contribuição Extraordinária do Setor Energético (CESE) exige cerca de 35 milhões a 40 milhões de euros anuais ao setor, que a E-Redes entrega aos municípios 303 milhões de euros a cada ano, que os promotores com tarifas feed-in ou regime cap and floor pagam 2,5% sobre as receitas aos municípios e o clawback exige cerca de 30 milhões.

“Não sei a que propósito há uma leitura de que o setor elétrico renovável é um setor de taxas de retorno de investimento mirabolantes. Não é”, argumenta.

Nova taxa é “absurda” e feita à medida das autárquicas

“Há a sensação que o setor elétrico tem sempre mais uma fatia para poder colocar. Isso está exaurido há algum tempo”, considera Amaral Jorge. E mostra-se avesso à taxa de IMI que está em cima da mesa, por proposta do PS, que pretende taxar ativos renováveis.

É um total absurdo taxar com IMI os centros eletroprodutores renováveis“, defende Pedro Amaral Jorge. A associação defende que estes centros “nunca” deveriam ser taxados em sede de património, mas sim de rendimento. De acordo com o mesmo, houve algumas empresas associadas que fizeram cálculos e o IMI, tal como está no projeto de lei, pode representar mais 2,5% sobre as receitas brutas.

Sobre se a nova taxa está a ser acelerada no sentido de estar pronta a tempo das eleições autárquicas, Amaral Jorge é perentório: “Parece-me óbvio que sim.” A APREN diz-se “completamente disponível” para negociar com os municípios, e afirma que já expôs a sua posição ao Governo e aos grupos parlamentares do PSD e PS, mas ainda não obteve resposta.

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