Altice Labs trava receitas da Meo nos 2,8 mil milhões em 2024

Negócio da Altice Labs travou crescimento do negócio em 2024. Resultado operacional da companhia cresceu 3,3% excluindo o efeito da operação de inovavação em Aveiro.

Foi de Aveiro, onde está o negócio de inovação e desenvolvimento de produtos e serviços da Altice Portugal, que vieram os ventos contrários para a dona da Meo, cujas receitas estagnaram nos 2.775 milhões de euros em 2024. O crescimento anual foi de 0,7%. Excluindo o negócio da Altice Labs, as receitas aumentado 5,4% face a igual período do ano anterior. Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da operadora de telecomunicações encolheu 1,2% no ano passado, comparativamente ao ano anterior, penalizado também pela performance da antiga PT Inovação, onde as vendas globais de equipamentos e hardware prejudicaram o crescimento. Sem esse impacto, o lucro operacional da Meo registou um acréscimo de 3,3%.

Analisando apenas o quarto e último trimestre do ano passado, as receitas fixaram-se em 726 milhões de euros, mais 3,1% em termos homólogos, devido aos aumentos de 7,7% no segmento de consumo para 381 milhões de euros e de 7,9% no de serviços empresariais (excluindo Altice Labs) para 344 milhões de euros. Por outro lado, o EBITDA caiu 5,4% para 231 milhões de euros, de acordo com o relatório financeiro divulgado esta terça-feira.

“Se excluirmos o desempenho da Altice Labs, o EBITDA reduziu -0,4% face a igual período do ano anterior, em resultado do impacto favorável nas receitas, decorrente da dinâmica operacional de expansão da base de clientes e RGU [número de serviços], do crescimento do respetivo ARPU [receita média por cliente] e da diversificação de portefólio, em novos negócios não telco”, informa a empresa no mesmo documento.

O que também diminuiu foi o investimento, à semelhança do que aconteceu com concorrentes, uma vez que o capex na fase de desenvolvimento da rede móvel de quinta geral (5G) teve de ser mais avultado. O investimento recuou 14% num ano, para 422 milhões de euros.

Já o total de serviços fixos incrementou 1,4%, em relação ao quarto trimestre de 2023, para os 6,1 milhões. Entre outubro e dezembro de 2024, a base de clientes do serviço de televisão por subscrição e conectividade cresceu, respetivamente, 2,3% e 2,8% (ambos em 1,9 milhões), enquanto a base de clientes móveis pós-pago atingiu os 5,3 milhões após um crescimento em cadeia de 0,9% (ou 50 mil clientes).

Para a CEO da Altice Portugal, os resultados de 2024 demonstram “a capacidade de adaptação da Meo num setor em profunda transformação”. Ana Figueiredo destaca a evolução do negócio energético (Meo Energia, que combina serviços de eletricidade e telecomunicações), que “em poucos meses” permitiu à empresa afirmar-se “como um player relevante no setor energético, provando que a atuação integrada em ângulos que vão para além do digital e das telecomunicações, pode criar oportunidades para os consumidores e empresas”.

Na mensagem que acompanha as contas, a gestora alerta que a competitividade da indústria “continua a ser influenciada por desafios estruturais”, pelo que a regulação “deve evoluir para acompanhar a realidade do mercado e permitir que os operadores continuem a inovar e a crescer”.

É fundamental garantir um ambiente que incentive o investimento em infraestrutura e serviços digitais, promovendo um setor mais sustentável e dinâmico. Acreditamos que um modelo regulatório mais equilibrado e ajustado aos desafios atuais permitirá reforçar a posição de Portugal como um hub tecnológico e digital na Europa”, reiterou Ana Figueiredo.

A Meo tem uma quota de mercado de 41,8% nos serviços móveis, de 41,9% na televisão por subscrição e de 36,9% nos fixos, de acordo com os dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) referentes ao quarto trimestre de 2024.

Grupo com receitas de 4,3 mil milhões

A Altice International, que agrega a operação em Portugal, também registou uma estagnação nas receitas, que diminuíram 0,6% de um ano para outro até aos 4324 milhões de euros. Decréscimo que foi acompanhado pelo EBITDA (-1,87%) de 1617 milhões de euros, portanto em linha com a orientação (guidance) revista.

O grupo liderado por Patrick Drahi, do qual faz parte a Meo, continua a registar aumentos de dívida, que agora é de 9,5 mil milhões de euros (acima dos anteriores oito mil milhões) ou 8,9 mil milhões de euros (pró-forma) devido à venda da subsidiária de publicidade digital Teads à norte-americana Outbrain. A verba foi utilizada para pagar as linhas de crédito e aumentar os balanços.

“A transação resultou na aquisição pela Altice International da participação na Outbrain de aproximadamente 47% das ações ordinárias emitidas e em circulação da Outbrain. O contrato de compra de ações com a Outbrain foi alterado, comparativamente ao acordo anunciado em agosto de 2024, à luz do desempenho do negócio Teads para o ano fiscal de 2024”, detalha a empresa.

Ainda assim, a dívida líquida da Altice International é significativamente inferior à da Altice France (SFR) e da Altice USA, os outros ‘braços’ da holding.

Notícia atualizada às 14h47 com resultados da Altice International

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