Corretora Verspieren concluiu aquisição da Macedo’s Seguros
Joaquim Macedo explica os motivos para o processo de três anos que levou à aquisição da mediadora de seguros da sua família pela corretora francesa Verspieren ter corrido bem.

No passado dia 8 de abril concluiu-se a fusão jurídica entre as empresas Macedo’s e a Verspieren Portugal – Corretores de Seguros (VCS), um caso de uma mediadora de seguros familiar a ser adquirida por uma multinacional francesa de corretagem de seguros que pretende crescer a sua presença em Portugal. A pequena mediadora, cerca de 150 mil euros de comissões em 2024, tornou-se, para Rogério Dias, CEO da VCS, um exemplo de como um processo de consolidação pode ter sucesso. Em entrevista a ECOseguros, Joaquim Macedo, fundador da Macedo’s descreve os passos e os factos, de uma transição que durou três anos.
Como descreve o início do processo de aquisição da Macedo’s pela VCS, há três anos?
Foi um momento de grande reflexão. Queríamos garantir a continuidade e evolução da empresa. A proposta da VCS foi recebida com entusiasmo, embora naturalmente existissem dúvidas. Felizmente, desde o início, percebemos um forte alinhamento de valores.”
O que significou pessoalmente?
Assinala o culminar de uma longa jornada profissional que iniciei em 1986, quando dei os primeiros passos no setor da mediação de seguros, então a convite da Portugal Previdente. Sem experiência prévia nem contactos no setor, foi um desafio que exigiu coragem, resiliência e espírito empreendedor. Fascinou-me a liberdade de construir algo meu, com responsabilidade e equilíbrio entre a vida profissional e familiar. Daí que, em 2004, fundei a sociedade Macedo’s, em conjunto com a minha família, alicerçada na dedicação e proximidade com os clientes.
Esta integração correspondeu às suas expectativas?
Em vários aspetos até superou o que esperava. Fomos sempre ouvidos, respeitados e integrados de forma muito natural. Claro que houve desafios, mas foram ultrapassados com diálogo e espírito de equipa.
Quais foram as decisões, à primeira vista, mais difíceis que teve de tomar ou concordar?
Houve decisões estruturais, nomeadamente relacionadas com a centralização de algumas funções ou redefinição de processos internos, que exigiram alguma ponderação. A mais difícil foi provavelmente delegar parte do controlo operativo — mas era essencial para crescer.
A relação com as seguradoras tornou-se mais estratégica e menos operacional. Permite melhores condições comerciais e uma voz mais ativa nas negociações
Como reagiram os colaboradores? Como se adaptaram?
Com muita maturidade e espírito de colaboração. Houve, naturalmente, alguma ansiedade inicial, mas procurámos comunicar com clareza e envolver toda a equipa. Sentiram que o projeto era de todos e hoje posso dizer que estão ainda mais alinhados com os nossos objetivos.
Pensa que existiram vantagens junto das seguradoras?
Sim, de forma clara. A nossa escala aumentou, o que nos permite melhores condições comerciais e uma voz mais ativa nas negociações. A relação com as seguradoras tornou-se mais estratégica e menos operacional.
Os clientes não notaram? Reagiram bem? Manteve todos ou uma nova realidade fez alguns refletir sobre o futuro da relação?
Notaram, claro, sobretudo pela melhoria nos processos e no apoio ao cliente. A grande maioria reagiu de forma muito positiva. Houve casos isolados de clientes que procuraram perceber melhor o que mudava, mas acabaram por se manter. A confiança que construímos ao longo dos anos foi essencial nesse processo.
Notei que em 2024 os resultados líquidos melhoraram em relação a 2023 e a faturação subiu, mas menos proporcionalmente. Pode explicar?
Crescemos em faturação, mas com maior eficiência, fruto da consolidação de processos e redução de custos. A estrutura da VCS trouxe-nos ferramentas que nos permitiram ser mais eficazes, o que se refletiu positivamente na rentabilidade.
Que conselhos daria a quem adquire e a quem é adquirido na indústria seguradora?
Diria que o segredo está no respeito mútuo. Quem adquire deve ouvir e valorizar a cultura da empresa integrada. Quem é adquirido deve estar disponível para se adaptar, mas sem perder a sua identidade. É um processo de cedência e crescimento de ambas as partes.
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