25 de abril. Governo cancelou agenda para agradar eleitorado do Chega, sugere Rui Tavares

  • Lusa
  • 18:35

Rui Tavares afirma que Montenegro, ao cancelar a participação em eventos no 25 de Abril, quis, de forma "sonsa", dar "qualquer coisa ao eleitorado" de "um partido que compete com ele por votos".

O líder do Livre acusou esta quinta-feira o Governo de não dar importância ao 25 de Abril por coincidir o luto nacional com a data, e sugeriu que o primeiro-ministro cancelou a agenda para agradar o eleitorado do Chega.

Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, o co-porta-voz do Livre, Rui Tavares, afirmou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao cancelar a participação em eventos de celebração no 25 de Abril, quis, de forma “sonsa”, dar “qualquer coisa ao eleitorado” de “um partido que compete com ele por votos à direita e que fala da democracia como 50 anos de corrupção”.

“Para um Governo em Portugal, lamento, o 25 de Abril é o dia mais importante de todos, porque sem o 25 de Abril os governos não teriam a legitimidade democrática que têm”, afirmou.

Rui Tavares considerou que “não seria difícil ao Governo português”, à semelhança do que foi feito noutros países, “ter iniciado o luto nacional do dia 26, que é o dia das exéquias fúnebres do Papa Francisco”, acusando o executivo de não ter “vontade política” e imaginação para “resolver as coisas de outra forma”.

Significa que não pensaram nisso e, se calhar, se não pensaram nisso era porque não davam muita importância ou não deram muita importância porque estas coisas são, apesar de tudo, fáceis de evitar”, atirou.

Sobre a decisão de adiar para o dia 1 de maio as celebrações festivas do Governo da Revolução dos Cravos, o líder do Livre insistiu que “há um dia para comemorar o 25 de Abril que é o 25.º dia do mês de abril”, argumentando que “tudo o resto é utilizar, ainda por cima de uma forma desrespeitosa”, a figura do Papa Francisco para não o fazer.

“É a celebração dos 50 anos do primeiro voto livre, justo e universal, contando com todas as mulheres em Portugal. Um Governo que não percebe que só é Governo por causa do voto e que no próprio dia em que se comemoram os 50 anos do primeiro voto na história do nosso país, que foi um voto livre e justo, é um Governo que é ingrato em relação ao voto e à democracia”, acrescentou.

Rui Tavares lembrou ainda que houve “muito católicos que lutaram pelo 25 de Abril em Portugal”, acabando até presos pela PIDE, e disse acreditar que esses crentes “não vêem contradição nenhum entre essa tristeza (pela morte do Papa) e essa alegria”.

Questionado sobre se esta questão será abordada no discurso do Livre durante a sessão solene no parlamento, Rui Tavares recusou antecipar os temas da intervenção do partido, acrescentando que o discurso caberá à líder parlamentar, Isabel Mendes Lopes.

Os jardins da residência oficial do primeiro-ministro em São Bento (Lisboa) vão estar abertos para visitas ao público durante o dia 25 de Abril entre as 10:00 e as 17:00, com distribuição de cravos, mas sem festa e sem a presença de Luís Montenegro, que viajará nesse dia para Roma para participar nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco.

As celebrações festivas da Revolução de 1974 foram adiadas para o 1.º de Maio devido ao luto nacional e “por respeito à morte do Papa Francisco”, disse à Lusa fonte do gabinete de Luís Montenegro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

25 de abril. Governo cancelou agenda para agradar eleitorado do Chega, sugere Rui Tavares

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião