Pequenos em Portugal? “Não competimos por tamanho”, diz Bankinter
Cerca de 10% do novo crédito dado pelo Bankinter em Portugal tem sido ao abrigo da linha de garantia pública para os jovens.
Portugal já representa 10% do volume de negócios do Bankinter. Questionada sobre se ambiciona ter uma operação igual à dos rivais Santander e CaixaBank (dono do BPI) no mercado português, a CEO do banco espanhol, Gloria Ortiz, é taxativa: “Não competimos por tamanho. (…) Não é um tema que nos interessa. Competimos muito bem com as capacidades que temos”.
Com a venda do Novobanco a entrar na fase decisiva, o Bankinter parece definitivamente de fora da operação. “Não planeamos nenhuma aquisição, pois temos a capacidade para fazermos nós próprios”, acrescentou a gestora espanhola.
De resto, durante a conferência de imprensa, Gloria Ortiz destacou a eficiência da operação portuguesa que é liderada localmente por Alberto Ramos, que atingiu um rácio de 33,1% entre janeiro e março. “Está em níveis de excelência, melhor do que temos em Espanha”, frisou.
Mais tarde lembrou o que tinha dito para reforçar o ponto de que o Bankinter não precisa de comprar outro banco para ser bem-sucedido. “[O tamanho] tão pouco é um problema para a eficiência. Às vezes dizem que o tamanho e as economias de escala… bem, não”, argumentou.
O Bankinter atingiu no primeiro trimestre do ano uma carteira de crédito de 10 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2024.
Já os recursos de clientes tiveram um crescimento de 19% para 9 mil milhões de euros, o mesmo montante que tem em ativos sob gestão.
Este desempenho, que Gloria Ortiz associou ao “investimento histórico” que os espanhóis estão a realizar na sua operação portuguesa, elevou o peso de Portugal para 10% no total do volume de negócios do banco espanhol.
Para este crescimento contribuiu a linha de garantia pública para os jovens e no âmbito da qual o Bankinter ficou com uma quota de 6%. O administrador financeiro, Jacobo Diaz, revelou que está a ter uma “boa procura” e que 10% da nova produção de crédito da casa está a ser feita ao abrigo da medida.
Mil milhões de lucro continua a ser objetivo
Portugal contribui com 56 milhões de euros de resultado antes de imposto para os lucros do grupo, que ascenderam na sua globalidade a 270,1 milhões de euros, mais 34,5% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Gloria Ortiz explicou que a incerteza com a guerra comercial coloca desafios a todos, incluindo ao Bankinter, mas assegurou que mantém o objetivo de atingir a marca dos mil milhões de euros de lucro num só ano.
“Iniciámos com força o primeiro trimestre. Estamos numa boa posição para esta incerteza e volatilidade que temos pela frente com este vendaval tarifário”, disse a CEO aos jornalistas.
“Mil milhões continua a ser a nossa meta para 2025. (…) Creio que estamos bem apetrechados para conseguir este objetivo”, disse.
Considera que ainda é cedo para ver impactos da guerra de tarifas, mas espera que as economias de Espanha e Portugal, que não têm uma grande exposição ao mercado americano, sejam mais afetadas por efeitos de segunda ordem do que diretamente da política comercial de Trump.
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