SATA rejeita acusação de “falhas graves” apontada por sindicato de pilotos

A administração da companhia aérea açoreana afirma que "não se revê" nas críticas apontadas pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.

A administração da SATA não se revê nas críticas do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que esta quinta-feira emitiu um comunicado onde afirma existirem “falhas graves e recorrentes na operação da SATA Azores Airlines”.

“Respeitamos a opinião expressa pelo SPAC, embora a administração não se reveja nas críticas apresentadas”, afirma a companhia aérea em resposta ao ECO.

O sindicato afirmou que as falhas têm “impacto direto na segurança operacional, no desperdício de recursos públicos e na confiança dos trabalhadores e passageiros”, apontando como exemplos a “desorganização no planeamento de tripulações, a gestão deficiente de slots e a crescente dependência de aeronaves e tripulações ACMI [em regime de aluguer externo à companhia]”.

A SATA responde que tem “implementado medidas concretas no âmbito do plano de sustentabilidade, como a redução de duas aeronaves ACMI (Aircraft, Crew, Maintenance, and Insurance) do planeamento operacional”. Uma decisão que diz refletir um “compromisso com a eficiência e a otimização de recursos, bem como, com a necessidade de cumprir com o plano de reestruturação da Comissão Europeia que impõe uma redução da frota da Azores Airlines”.

Acrescenta ainda que voltou a recorrer ao ACMI exclusivamente devido a incidentes fora do seu controlo, “como colisões com aves (birdstrikes) em Ponta Delgada e problemas no handling das aeronaves”. “Estes eventos, alheios à nossa operação, têm sido geridos com rigor, e estamos a trabalhar para sermos inclusivamente ressarcidos pelos danos causados”, assegura.

O SPAC criticou ainda “a nomeação para cargos de chefia e outras funções técnicas, nas Operações de Voo e Direção de Treino e Formação, sem critérios objetivos e transparentes”, que dão lugar “a perceções de favorecimento e nepotismo que minam a confiança na liderança interna”.

“Relativamente aos nossos profissionais, reafirmamos com total convicção que contamos com uma equipa composta pelos melhores e mais competentes colaboradores em todas as áreas da companhia. O seu profissionalismo é um dos pilares da Azores Airlines e um fator essencial para a qualidade do serviço que prestamos aos nossos passageiros”, responde a SATA. “Sabemos que as expectativas são elevadas, porém, mudanças significativas exigem tempo e planeamento cuidadoso, garantindo decisões sólidas que priorizem a segurança e a excelência operacional”, acrescenta.

O processo de privatização da Azores Airlines continua a decorrer, tendo sido ‘ressuscitado’ em março com a entrada de Carlos Tavares, antigo CEO do grupo Stellantis, e do empresário Paulo Pereira da Silva no único agrupamento selecionado pelo júri, o Newtour/MS Aviation, embora com reservas. O preço oferecido foi também revisto em alta para 15,2 milhões.

O sindicato afirmou ainda que “a ausência, até ao momento, da publicação das contas consolidadas de 2024 apenas adensa as dúvidas sobre a real situação financeira da empresa e fragiliza a transparência do processo, com consequências imprevisíveis e indesejáveis”. Sobre este ponto a SATA não se pronunciou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

SATA rejeita acusação de “falhas graves” apontada por sindicato de pilotos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião