Helder Pedro: “A indústria automóvel investiu cerca de 200 mil milhões de euros na eletrificação, decorrente das normas estabelecidas para a descarbonização”

  • ECO
  • 30 Abril 2025

Helder Pedro, secretário-geral da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), é o convidado do oitavo episódio do podcast ECO Auto, uma iniciativa do ECO em parceria com o Mundo Automóvel.

Helder Pedro é o convidado do oitavo episódio do podcast ECO Auto em parceria com o Mundo Automóvel. Licenciado em Direito, é Secretário-Geral da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), Vice-Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, com passagem pelo Comité Executivo da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA) e Vice-Presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

Neste episódio, Helder Pedro traçou uma radiografia do setor automóvel europeu e considera que Portugal é um barómetro da economia, dado o seu elevado contributo para a economia nacional: “O setor automóvel em Portugal representa 12% das exportações, 18% das receitas do Estado tem um peso significativo como contribuinte líquido, contribuindo com 18% das receitas do Estado através de 3 mil empresas e 150 mil empregos.”

Sobre o envelhecimento do parque automóvel nacional, o Secretário-Geral da ACAP considera que, para além do problema das emissões de CO2 que produzem, também se coloca uma questão de segurança rodoviária e refere que “há mais de 1 milhão e 600 mil veículos em Portugal a circular com mais de 20 anos de idade. Nos centros de abate, a idade média é superior a 25 anos. Há que haver uma norma de harmonização em termos europeus para que não haja um fluxo de carros usados importados que venha envelhecer o parque automóvel de outros países”.

Para inverter esta tendência, Helder Pedro sugere que os benefícios fiscais que já existem para as empresas devem manter-se ou até serem otimizados, mas sublinha que os particulares não podem ficar excluídos destas políticas de incentivo. Políticas que considera que devem ser definidas pela União Europeia para todos os países, dando também um forte contributo para a redução da importação de carros usados, que representa 50% do mercado, (mais de 106 mil veículos em 2024, com idade média de 7,7 anos).

O Vice-Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa também tem acompanhado a legislação do setor em Bruxelas e admite que “a União Europeia é caracterizada por um excesso de regulamentação e o setor automóvel tem anualmente 7 ou 8 regulamentos, obrigando a um investimento em ´compliance´ para a sua execução, que podia ser canalizado para a investigação e desenvolvimento”.

Em relação às metas impostas aos construtores no domínio da transição energética e o contributo para a descarbonização com a eletrificação das viaturas, Helder Pedro lembrou que “a indústria automóvel investiu cerca de 200 mil milhões de euros na eletrificação, decorrente das normas estabelecidas para a descarbonização impostas pelos regulamentos europeus“.

Já no que diz respeito à evolução dos pontos de carregamento na Europa, para além dos objetivos do AFIR, o responsável da ACAP refere os estudos que apontam para “3.5 milhões de pontos de carregamento em 2030 na União Europeia, uma meta ambiciosa tendo em conta o parque atualmente existente e sem que haja uma harmonização de objetivos para todos os países”. Sublinha, no entanto, que, apesar de Portugal estar em linha com os melhores – França, Alemanha e Dinamarca, existe uma grande assimetria no desenvolvimento das redes de carregamento por ausência da definição de objetivos para cada um dos países.

Por fim, Helder Pedro deixa um elogio ao desenvolvimento do setor da distribuição automóvel em Portugal afirmando que “Portugal, nos últimos anos, teve uma evolução significativa em relação ao modelo de distribuição e está atualmente mais avançado do que a Bélgica, Alemanha ou Espanha”.

O Podcast ECO Auto resulta de uma parceria com o Mundo Automóvel e está disponível no Spotify e na Apple Podcasts.

Também pode assistir ao podcast no vídeo abaixo:

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