CEO do Novobanco minimiza riscos das tarifas para empresas nacionais

Apesar da queda dos lucros, Mark Bourke insiste que o banco vai cumprir os objetivos definidos para 2025 e que o choque das tarifas dos EUA será um pequeno obstáculo para as empresas nacionais.

O Novobanco apresentou esta terça-feira resultados do primeiro trimestre de 2025, marcados por uma descida homóloga de 1,9% nos lucros, para 177,2 milhões de euros. Mas o CEO do banco, Mark Bourke, destacou o desempenho “sólido” do banco, sem fazer qualquer declaração sobre o IPO da empresa, e minimizou os riscos para a economia portuguesa decorrentes da escalada das tensões comerciais internacionais.

“Estamos a fazer progressos no alcance dos nossos objetivos”, afirmou Mark Bourke na conferência com analistas, sublinhando o crescimento de 3% dos depósitos, o aumento de 12,3% nas comissões e a subida de 5% na concessão de crédito às empresas entre março de 2024 e março deste ano.

Questionado por um analista sobre a estratégia de crescimento do banco, Mark Bourke reforçou ainda o crescimento homólogo de 3,1% da carteira de crédito à habitação, para cerca de 10,3 mil milhões de euros no final de março, sublinhando: “Estamos a voltar aquilo que acreditamos que é a nossa margem normal em termos de quota de mercado de crédito à habitação.”

O banqueiro garantiu que o Novobanco está em condições de “reconfirmar a guidance para este ano”, mantendo como metas um crescimento do crédito em torno de 3%, um cost to income próximo dos 35% e uma rentabilidade em relação aos seus ativos físicos (ROTE) acima dos 20% até ao final de 2025. E ainda mostrou-se satisfeito por, esta segunda-feira, o Novobanco ter sido autorizado a reduzir o seu capital em 1,1 mil milhões de euros, que permitirá distribuir aos acionistas 2,2 euros por ação.

Sobre o impacto da guerra comercial dos EUA marcada por um aumento agressivo e cego das tarifas sobre bens importados, Mark Bourke considera que “a economia portuguesa está estruturalmente menos exposta às tarifas dos EUA sobre exportações de bens, enquanto se esperam medidas proativas para mitigar o impacto”.

O CEO destacou que “80% das empresas portuguesas obtêm menos de 10% das suas vendas totais das exportações para os EUA”, salientando que Portugal “será afetado, mas será um caso mais isolado que outros países”, notando que “Portugal é uma economia pequena e aberta”.

Além disso, sublinhou ainda o pacote de apoio de dez mil milhões de euros anunciado recentemente pelo Governo para apoiar as empresas mais expostas ao mercado norte-americano, incluindo novas linhas de crédito garantidas e fundos não reembolsáveis para reforço de liquidez, salientando ainda que, neste âmbito de apoio ao tecido empresarial nacional, o Novobanco irá focar-se em “suportar as empresas à velocidade que estas exploram novos mercados.”

Sobre o processo de abertura do capital do banco em bolsa (IPO), o banqueiro não fez qualquer comentário, nem teceu qualquer declaração sobre o conteúdo da assembleia geral extraordinária marcada para 4 de junho para que os seus acionistas deliberem sobre a admissão à negociação de ações no mercado regulamentado da Euronext Lisboa.

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