Seguradora Baloise atinge 3 mil milhões de ativos portugueses sob gestão
A seguradora suíça quer captar este ano em Portugal mais 250 milhões de euros junto de pessoas de elevado património para gestão de ativos. Clientes brasileiros são objetivo para crescer o negócio.
A Baloise Vie, seguradora suíça e luxemburguesa vocacionada para gestão de ativos de pessoas de elevado património, está a apostar no mercado português para a sua expansão, prevendo alcançar mais 250 milhões de euros em ativos sob gestão até ao final de 2025. A carteira, no final de 2024, já atingiu cerca de três mil milhões de euros de montante gerido só em Portugal.

“A oferta de produtos da Baloise é composta principalmente por soluções unit-linked integradas em carteiras geridas por bancos ou sociedades de gestão de ativos” explica João Marmelo, country manager da Baloise em Portugal, acrescentando que na maioria dos casos, a prática são “mandatos discricionários ou carteiras baseadas em aconselhamento com soluções personalizadas, flexíveis e concebidas exclusivamente para clientes individuais”.
Os parceiros da Baloise são na sua grande maioria bancos privados que operam em Portugal, Luxemburgo e Suíça, e que têm clientes de nacionalidade portuguesa ou residentes em Portugal. Outros parceiros-chave são os advogados e os Family Offices, juntos representam mais de 90% da origem de todo o negócio, dado que em Portugal a presença de corretores de seguros ainda está muito ligada ao ramo não vida.
Atualmente, refere fonte da companhia, a Baloise Portugal serve aproximadamente 900 clientes, dos quais 90% são portugueses. Os restantes 10% são provenientes de geografias diversas como Brasil, França, Suécia, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Itália e Suíça, sob estatuto de residente permanente ou residente não habitual. A maioria dos clientes situa-se na faixa etária dos 40 aos 75 anos, “com grande foco na gestão de património intergeracional e preocupação com o bem-estar financeiro dos filhos e netos”.
Futuro está no Brasil e em brasileiros
Em 2026, o objetivo da Baloise é reforçar estas parcerias principalmente com entidades que giram clientes brasileiros de património elevado e que sejam residentes em Portugal ou no Brasil. “Em 2025 contamos, pelo menos, fechar um volume de contratos em torno dos 200 milhões de euros, podendo mesmo ultrapassar esse valor se os primeiros contratos com brasileiros residentes no Brasil ainda se venham a concluir em 2025”, afirma fonte da empresa.
O negócio em Portugal já representa cerca de 22% do total de ativos sob gestão da Baloise Vie, posicionando o país entre os três principais mercados da companhia. Além disso, Portugal é um mercado-chave para a Baloise Vie Luxembourg, representando mais de 20% dos prémios emitidos, num negócio que abrange a Bélgica, França, Itália, Alemanha, Mónaco e Polónia.
O mercado português tem crescido significativamente desde 2010, começando com 80 milhões de euros em prémios no seu primeiro ano e atingindo um pico de 350 milhões em 2016. Apesar de uma desaceleração no setor dos seguros de vida após a crise da COVID-19, a produção em volume de prémios continua elevado, alcançando cerca de 185 milhões de euros em 2024. O constante crescimento levou a equipa local da Baloise a passar de três colaboradores em 2010 para 11 em 2024.
A base de clientes da Baloise em Portugal é composta principalmente por Family Offices — um segmento que tem crescido de forma constante segundo a empresa “impulsionado sobretudo pelas necessidades de planeamento sucessório. Os produtos de seguro unit-linked têm registado um aumento da procura devido às suas características, que se alinham com esta tendência de mercado”.
Segundo a Baloise, a principal preocupação dos Family Offices não é a otimização fiscal, mas sim a estruturação da sucessão patrimonial — um tema que tem ganho grande relevância nos últimos anos.
Estratégia e fusão anunciada
A nível mundial a estratégia de crescimento da Baloise está centrada numa iniciativa de reorientação que visa melhorar a rentabilidade e focar-se nos segmentos de negócio principais. A empresa tem registado crescimento no segmento de seguros não vida, apoiado por todas as subsidiárias nacionais — com destaque para a Alemanha e o Luxemburgo, que registaram crescimentos de 8,4% e 7,2%, respetivamente. O rácio do Swiss Solvency Test (SST) – mais exigente que o SCR de Solvência II da EU – mantém-se elevado em 210%.
A companhia prevê que este ano, o mercado português de seguros de vida enfrentará “crescentes pressões regulatórias, incluindo regras mais rígidas em matéria de conformidade, resiliência operacional digital e transparência, o que aumenta os custos operacionais e a complexidade”.
“Ao mesmo tempo, as expectativas dos consumidores estão a evoluir para produtos de seguro mais personalizados e maior envolvimento digital”, comenta a Baloise, “a transformação tecnológica, impulsionada por inovações em insurtech como a inteligência artificial e os contratos inteligentes, apresenta tanto oportunidades como desafios”
Entretanto foi anunciada a fusão da Baloise com a Helvetia a concretizar até ao final de 2025, criando um grupo a operar em 10 países. Em comunicado oficial, entre outras considerações, é firmado que a Baloise deve manter a sua posição uma vez que a Helvetia não tem atividade no Luxemburgo, uma das bases principais da Baloise Vie e aquela que trata dos clientes em Portugal.
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