Lucro da dona do Pingo Doce dispara 31,4% para 127 milhões no primeiro trimestre
A empresa de retalho registou um volume de negócios de 8,4 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 3,8% face ao período homólogo.
A Jerónimo Martins fechou o primeiro trimestre de 2025 com um resultado líquido de 127 milhões de euros, um lucro que ficou 31,4% acima dos 97 milhões de euros reportados no arranque de 2024. As vendas, que foram penalizadas este ano pelo efeito de calendário, “já que o ano anterior, sendo bissexto, contou com mais um dia de vendas”, e pela Páscoa ser mais tarde, aumentaram 3,8% para 8,4 mil milhões de euros, revela a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa refere que excluindo os outros ganhos de ganhos e perdas de natureza não recorrente, que no ano passado incluíram os 40 milhões da dotação inicial para a Fundação Jerónimo Martins, os resultados baixaram 6,1% face ao ano passado.
Já o EBITDA aumentou 3,8% para 528 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA ficou em linha com o ano anterior, a cifrar-se em 6,3%.
“Ainda que o primeiro trimestre apenas permita uma leitura muito limitada das tendências nos mercados, os resultados do Grupo, nestes três meses e perante o comparativo muito exigente do ano anterior, são sólidos e confirmam a competitividade das propostas de valor e a estratégia, dos últimos anos, de reforçar os modelos de negócio das diferentes insígnias“, refere o CEO Pedro Soares dos Santos no comunicado.
![]()
"Num clima de acentuada incerteza, os consumidores mostram-se prudentes e é muito difícil antecipar com um grau razoável de segurança os seus comportamentos futuros.”
Pedro Soares dos Santos destaca ainda que “o contexto em que nos encontramos a operar em 2025 não revelou, até ao momento, melhoria da visibilidade relativa à evolução da situação geopolítica e à tendência da dinâmica socioeconómica. Num clima de acentuada incerteza, os consumidores mostram-se prudentes e é muito difícil antecipar com um grau razoável de segurança os seus comportamentos futuros“, apontou.
O empresário refere que “neste ambiente de contenção, todas as nossas companhias trabalharam com disciplina para gerir a pressão sobre as margens que decorre da subida dos custos com pessoal na sequência do aumento dos salários mínimos em cada país, num momento em que a inflação nos cabazes permanece baixa”.
“Atentos ao desenvolvimento das dinâmicas de consumo e da concorrência, manteremos o foco no crescimento sustentável, defendendo as nossas bases de clientes, executando o nosso ambicioso plano de expansão, e respondendo aos desafios ambientais e sociais que enfrentamos num contexto particularmente volátil”, rematou Pedro Soares dos Santos.
Biedronka gera 70% das vendas
O mercado polaco continua a ser o motor das vendas do grupo, com a Biedronka a reportar um crescimento homólogo das receitas de 3,4% para 5,9 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 70% do volume de negócios do grupo.
Apesar do aumento homólogo, em termos comparáveis, as vendas desceram 3,5% afetadas “pelo significativo efeito de calendário e pela exigente base de comparação que o 1T 24 constituía, dado o extraordinário crescimento de volumes que a Biedronka então entregou”. Já o EBITDA atingiu 461 milhões de euros, 3,9% acima do valor reportado no arranque de 2024.
Já a Hebe, que este ano abriu quatro lojas no mercado polaco e uma na República Checa, terminando o período com um total de 380 lojas na Polónia, quatro na República Checa e duas na Eslováquia, viu as vendas crescerem perto de 12% para 145 milhões de euros.
Em Portugal, o Pingo Doce “manteve a sua intensa atividade promocional e, apesar do impacto negativo de calendário, cresceu as vendas em 2,8% para 1,2 mil milhões de euros, com um LFL de 1,1% (excluindo combustível)”, indica o comunicado.
Pelo contrário, o Recheio viu as suas vendas caírem para 0,4% para 302 milhões de euros.
“O EBITDA da Distribuição Portugal cifrou-se em 78 milhões de euros, 0,7% abaixo do trimestre homólogo, tendo a respetiva margem atingido 5,2% (5,3% no 1T 24), pressionada pela subida dos custos com pessoal na sequência do aumento de 6,1% do salário mínimo nacional”, acrescenta a empresa.
No Colômbia, a Ara registou vendas de 775 milhões no ano, 9,1% acima do primeiro trimestre de 2024.
A empresa manteve as suas perspetivas para 2025 inalteradas, mostrando que está confiante que é capaz de alcançar os seus objetivos apesar do ambiente de grande instabilidade que se vive a nível global.
(Notícia atualizada às 18h14)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Lucro da dona do Pingo Doce dispara 31,4% para 127 milhões no primeiro trimestre
{{ noCommentsLabel }}